Você é financeiramente letrado?
Quão importante é a disseminação do conhecimento financeiro para a saúde de uma sociedade moderna?
Bem, eu diria que muito.
Assim como Annamaria Lusardi, uma professora de economia do Dartmouth College, que sabe e cuida da alfabetização financeira mais do que qualquer outra pessoa que você provavelmente encontrará.Em uma sociedade com um sistema financeiro moderno e bem complexo como os Estados Unidos, provavelmente não é um bom sinal o fato de mais da metade de seus cidadãos não serem capazes de lidar com economia básica, como mostrado em um novo estudo de Lusardi, intitulado "Alfabetização Financeira: Uma Ferramenta Essencial para uma Opção Informada pelo Consumidor?"
Entre os conhecimentos básicos estão saber como um cartão de crédito realmente funciona; entender a beleza do juro composto e o horror de pagar o valor mínimo do cartão de crédito; saber como economizar e investir mesmo quando pensa que não pode etc.
E nem mesmo tocamos nas questões macroeconômicas mais simples, como oferta e demanda. É possível imaginar quão diferente seria a cobertura estridente do noticiário a respeito do aumento dos preços da gasolina caso o público (e a mídia) se importasse ao menos um pouco em saber como a economia de fato funciona?Então, o que pode ser feito? Eu procurei Lusardi para algumas respostas.
P.: Como se compara a alfabetização financeira nos Estados Unidos a de outros países desenvolvidos?
R.: Esta é uma pergunta difícil de responder porque, como você pode saber a partir do meu trabalho, quase nenhuma pesquisa (nacional) conta (ou contava) com informação para medir a alfabetização financeira. Além disso, nós não dispomos de um conjunto consistente de perguntas sobre alfabetização entre os países. Mas a julgar por algum trabalho que tenho feito, comparando os Estados Unidos com a Holanda e a Itália, e pelo Relatório para Melhoria da Alfabetização Financeira da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, eu posso dizer que os outros países desenvolvidos enfrentam o mesmo problema de amplo analfabetismo financeiro. O analfabetismo financeiro pode até ser pior nos outros países do que nos Estados Unidos.
P.: Se você fosse presidente dos Estados Unidos por um dia (ou mais), quais seriam os cinco itens de alfabetização financeira que tentaria ensinar a todos?
R.: Se fosse presidente por um dia, eu gostaria que os seguintes assuntos fossem ensinados no colégio:
1. O básico sobre como os mercados funcionam. Coisas como: é a lei da oferta e demanda que determina os preços em mercados competitivos e a taxa de juros é o preço do dinheiro.
2. O valor temporal do dinheiro e o funcionamento do juro composto: porque muitos pagamentos nas finanças acontecem em pontos diferentes do tempo, é preciso saber como comparar os pagamentos. O desconto está na base do preço de um ativo. Qual é o preço dos títulos? É o valor no presente de seus pagamentos. A composição dos juros é um conceito fundamental e exige um pouco de matemática. É muito importante entender a composição dos juros para poder apreciar plenamente a importância de começar a economizar cedo e como tomar empréstimos e administrá-los.
3. O conceito básico de risco e o funcionamento da diversificação do risco e seguro: muitas das decisões sobre poupar e investir estão ligadas a como lidar com o risco.
4. Contabilidade básica: para saber os valores líquidos é preciso subtrair ativos e obrigações, e que faz uma grande diferença entre escolher preços de mercado e preços contábeis.
5. Direitos e responsabilidades dos consumidores e instituições. As pessoas precisam saber que há uma Sociedade Federal de Seguro de Depósito, que os depósitos bancários são seguros (até US$ 100 mil) e que não há necessidade de fazer fila para sacar depósitos; elas precisam saber quem tem e não tem deveres fiduciários e o que significa o uso de um consultor financeiro (você não pode processá-los em caso de queda do mercado de ações).
Stephen J. Dubner
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