18 de jun. de 2014

XVI ENGEMA

O Encontro Internacional sobre Gestão Empresarial e Meio Ambiente (ENGEMA) é um evento anual que tem como objetivo reunir pesquisadores, profissionais, empresários e gestores públicos e privados envolvidos em novas abordagens em gestão ambiental nas empresas. 

O que: XVI ENGEMA
Tema: Inovação e sustentabilidade: um desafio para enfrentar as mudanças climáticas e seus impactos planetários
Onde: São Paulo, FEA/USP 
Quando: 01, 02 e 03 de dezembro de 2014

Datas Importantes:
Até 08/08/2014 – Encerramento das submissões de artigos e casos
Até 29/08/14 - Submissão de projeto para Consórcio Doutoral
15/09/2014 – Divulgação dos resultados dos trabalhos aprovados
01/09/2014 – Abertura das Inscrições
25/11/2014 – Encerramento das inscrições
01/12/2014 – Abertura do Evento
02 e 03/12/2014- Desenvolvimento de atividades e encerramento


Prêmio Informação de Custos e Qualidade do Gasto Público


O Prêmio Chico Ribeiro sobre Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público tem como objetivo central estimular e fortalecer a pesquisa sobre o tema e difundi-lo na comunidade acadêmica brasileira e na sociedade em geral, reconhecendo os trabalhos de qualidade técnica e de aplicabilidade na administração pública - e será concedido em três categorias:  

I) Estudantes de Graduação
Se destina aos artigos científicos produzidos por candidato(s) que esteja(m) regularmente matriculado(s) em instituição de ensino superior, bem como artigos científicos elaborados com base em Trabalhos de Conclusão de Cursos (TCCs) – inseridos na categoria com o objetivo estimular e fomentar o desenvolvimento de trabalhos no âmbito da graduação voltados para a temática Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público junto à comunidade acadêmica brasileira. 

II) Profissionais
Apresenta como objetivo incentivar e difundir a pesquisa sobre Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público junto aos profissionais da Área Pública.

III) Relato de Experiências de Implantação e Uso da Informação de Custos
Voltada para os trabalhos técnico produzidos por candidatos que tenham qualquer vínculo com a administração pública (federal, estadual e municipal), pois esta categoria prioriza os processos de implantação de sistemas de informação de custos e as experiências práticas relatadas. 

Poderão concorrer ao prêmio trabalhos individuais e em grupo, de candidatos de qualquer nacionalidade, idade ou formação acadêmica. Para tanto, visando orientar os trabalhos para questões específicas, foram listados 5 temas. Cada candidato, incluindo o coautor, se houver, poderá apresentar apenas um trabalho, em um dos temas previstos abaixo:

Tema 1: Informação de Custos no Setor Público para avaliar resultado e desempenho:
- Plano (PPA) e elaboração de metas físicas para abordagem de custos;
- Orçamento com base em custos;
- Resultado e Desempenho no Setor Público;
- Órgãos de controle (CGU, TCU e TCs) e a informação de custos. 

Tema 2: Experiências de Implantação de Custos (Casos práticos de aplicação):
Governo Federal:
- Órgão central de custos e setorial de custos;
- Custos por programa, ações e unidades administrativas;
- Gerenciamento de Custos nos Infrasig’s.

Estados e Municípios:
- Visão de Custos sob a ótica da LRF (Federação);
- Experiências de implantação.

Internacionais (FMI, BID, BIRD e experiências em países);
- CFC e NBCT SP 16.11. 

Tema 3: Abordagem Tecnológica (TI):
- Desafios na integração dos sistemas governamentais e geração da informação de custos;
- Tecnologias de DW, Web Services para construção de sistemas de custos, etc. 

Tema 4: Qualidade do Gasto no Setor Público:
- Compras, logística, economicidade e sua relação com os sistemas de custos e a qualidade do gasto. 

Tema 5: Tópicos Conceituais e Contemporâneos de Contabilidade Aplicados ao Setor Público:
- Contabilidade Aplicada ao Setor Público como Instrumento Gerencial;
- Mensuração de ativos naturais, Bens de infraestrutura e os critérios de amortização, exaustão e depreciação;
- Contabilidade Aplicada ao Setor Público e o processo de convergência aos padrões internacionais (IPSAS) e o gerenciamento dos custos.


Somente serão consideradas os trabalhos cujo contexto incidir sobre Informações de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público. Os trabalhos, também, deverão apresentar, preferencialmente, enfoque atual com aplicabilidade para o caso brasileiro. 

Os interessados em concorrer devem encaminhar os trabalhos até o dia 30 de julho de 2014, às 18h, horário de Brasília/DF para o email premiocq@custosnosetorpublico.net. 
Mais informações no site www.custosnosetorpublico.net.

17 de jun. de 2014

Experiências de uma Coleta de Dados

Quando me perguntam o que sou, respondo: Sou contadora [de histórias] e a coleta de dados da tese está ajudando a repor o estoque de histórias para contar.

O município tem pouco mais de 180 mil habitantes e [pasmem] trinta e três secretarias municipais (sem considerar as superintendências e assessorias)!!!
Alguns exemplos: 
Secretaria de Defesa da Cidade e Secretaria de Desenvolvimento da Cidade (???)
Secretaria da Dignidade
Secretaria de Estatística
Secretaria de Saúde e Secretaria Extraordinária de Administração e Saúde (???)
Secretaria de Ordem Pública e Secretaria de Serviços Públicos
Secretaria de Ciência Tecnologia e Ensino Universitário (Em um Município!!!)
Secretaria da Mulher
Secretaria da Melhor Idade
Secretaria de Prevenção ao Uso de Drogas

Pelo ritmo, é possível imaginar que ainda faltam algumas pastas, tais como: Secretaria das Crianças, Secretaria das Minorias, Secretaria das Cotas, Secretaria das Pessoas em Situação de Risco Social...
E por aí vai!

Se estivesse com mais tempo livre iria pesquisar os salários dos secretários e os vínculos dos mesmos com o digníssimo prefeito municipal.
#ProjetoMinhaTeseMinhaVida

Atualização: Nem tudo está perdido! Uma notícia no site do município informa que o atual prefeito encaminhou projeto de reforma administrativa ao Legislativo Municipal, em que propõe a extinção de 12 secretarias.

Contabilidade Pública e Accountability

Ao ler esse texto do Prof. Inaldo da Paixão Santos Araújo e confrontar com algumas das minhas experiências com a coleta de dados para a minha tese nos sites dos municípios e tribunais de contas, me surgem algumas questões:
1) Para que aprovar leis?
2) Para que aprovar leis que não são cumpridas?
3) Para que aprovar leis tão fáceis de serem descumpridas?
4) Para que aprovar leis?

Uma das minhas experiências foi o indeferimento por parte de um tribunal de contas de uma informação que deveria ser tempestiva e pública para auxiliar no processo de accountability.
O motivo do indeferimento? Para que explicar?

A Contabilidade Pública e a accountability

Texto de Inaldo da Paixão Santos Araújo, publicado na Tribuna da Bahia em 14/06/2014

O art. 15 da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, fruto dos ideais libertários franceses, garante à sociedade “o direito de pedir contas a todo agente público pela sua administração.”
Inspirada nesse princípio, a Carta Magna brasileira de 1988 estabelece que o chefe do Poder Executivo possui a obrigatoriedade de prestar contas, que serão apreciadas pelo Tribunal de Contas e julgadas pelo Congresso Nacional (CF, arts. 49, IX, 71, I, e 84, XXIV).
A Constituição Federal, art. 70, também determina que “prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiros, bens e valores públicos [...]”. Na Bahia, a Carta Estadual considera o ato de prestar contas como Princípio Fundamental (art. 2º).
Essa obrigação constitucional de prestar contas representa a essência da accountability. Segundo esse fundamento, todo gestor deve responder por um compromisso assumido e prestar contas dos dinheiros da coletividade.
Simón Bolívar, o Libertador, defendeu a prática da accountability ao afirmar que “A Fazenda Nacional não é de quem vos governa. Todos aqueles a quem haveis tornado depositários de vossos interesses têm a obrigação de demonstrar-vos o uso que deles tenham feito”.
Embora inexista no Brasil um modelo padronizado, a prestação de contas compreende o conjunto de demonstrativos contábeis, de informações financeiras e de desempenho, que devem espelhar, com transparência, em determinado período, o resultado de uma gestão pública.
A Contabilidade Aplicada ao Setor Público contribui diretamente para uma melhor accountability, pois possibilita a elaboração de relatórios financeiros oportunos, comparáveis, verificáveis e transparentes.
Para compor o conjunto dessas demonstrações contábeis, a Lei n.º 4.320/64 determina que os resultados da administração pública sejam demonstrados no Balanço Orçamentário, no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial e na Demonstração das Variações Patrimoniais. Além desses informes, a Lei n.º 4.320/64 indica outros dez relatórios financeiros como sendo obrigatórios.
Com o advento da LRF, novos demonstrativos passaram a ser exigidos, na tentativa de se buscar uma melhor transparência das contas públicas.
No Brasil, existe a convicção de se achar que tudo é resolvido por meio de leis, como se elas fossem o próprio Direito. Efetivamente não são. Além do mais, como pontuou o juiz americano Billings Learned Hand: “A linguagem da lei não pode ser estrangeira aos ouvidos de quem deve cumpri-la.”
Para ilustrar o que se afirma, registre-se que uma pequena cidade no sertão baiano, nos idos de 1989, já afixava, na sua praça central, um cartaz informando os recursos recebidos, suas origens e as devidas aplicações, classificadas sem os rigores da prática orçamentária. Porém, em linguagem acessível, apresentava os gastos com professores, médicos, vereadores, pessoal da limpeza, recuperação da estrada vicinal, aquisição de ambulância, bem como o saldo em caixa e o montante a pagar.
Percebia-se ali não uma contabilidade “criativa”, mas, sim, informativa, simples, transparente e fiel à prática da accountability.
Também, para fins exemplificativos, é oportuno rememorar que o escritor Graciliano Ramos, no relatório datado de 19/03/1928 e apresentado ao Conselho Municipal de Palmeira dos Índios, cidade da qual foi prefeito entre 1928 e 1932, sem nenhuma lei que impusesse responsabilidade fiscal, mas pautado em diretrizes morais, assim se posicionou:
Acho absurdo despender um município que até agora nada gastou com a instrução, 2:000$000 para manter uma banda de música. Dois contos de réis em letra de fôrma: os dispêndios têm sido maiores. Chamo a atenção do Conselho para o lançamento que existe à folha 179 do livro-caixa, com data de 04 de janeiro: “Importância paga a Manoel Orígenes para fornecimento de 23 fardamentos para a banda de música municipal – 1:152$000.” A despesa não foi autorizada, os fardamentos não foram entregues.
Mais do que imposição legal, a prática da accountability  é, desde sempre, essencial para a administração pública. Todos precisam saber o que é feito com o dinheiro de todos. Entretanto, a accountability somente se materializa com uma Contabilidade Aplicada ao Setor Público que possibilite a emissão de relatórios confiáveis.
E, se assim for, ter-se-á um governo transparente, sob o comando de um povo que seja capaz de compreender e contextualizar a sua realidade. Realidade que precisa também ser expressa em relatórios financeiros adequados e que correspondam aos anseios sociais.

Prêmio Celso Furtado

O Prêmio Celso Furtado de Desenvolvimento Regional recebe, até 30/06/2014, as inscrições para a terceira edição do concurso.

A iniciativa tem por objetivo promover a reflexão sobre o desenvolvimento regional no Brasil e identificar medidas concretas para a redução das desigualdades entre as regiões.

Definidas com base nas estratégias da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR), as categorias para inscrição dos trabalhos dividem-se em: Produção do conhecimento acadêmico, Práticas exitosas de produção e gestão institucional e Projetos inovadores para implantação no território.

Podem participar pesquisadores, pessoas vinculadas a instituições públicas e privadas, entidades de classe, organizações não governamentais, autônomos, agências e companhias que promovam o desenvolvimento regional.

Os projetos selecionados receberão prêmios que variam entre R$ 13 mil e R$ 50 mil. As propostas inscritas e qualificadas integrarão um relatório a ser publicado pelo Ministério da Integração Nacional, pelo Centro Internacional Celso Furtado de Políticas para o Desenvolvimento, pela Fundação Universitária José Bonifácio e pelas instituições patrocinadoras e apoiadoras.

As inscrições podem ser feitas via internet ou via postal. Serão aceitas propostas somente em português.

O regulamento completo pode ser acessado em http://premio2014.mi.gov.br

Fonte: Agência FAPESP

Ideias mais profundas

Ideias mais profundas:
"De nada adianta o linho passado no cabide nem uma vida sem experiencias e emoções, o tempo passa e ambos encardem, perdem a função e só nos resta arrepender." 


(Li no Blog Sim, senhorita)

http://interligado.com/Recados_Mensagens-4231506_Experi%C3%AAncias_da_vida.html


11 de jun. de 2014

Lei de Cotas no Serviço Público

Sou contra! Eduquem o povo e um país justo e sem desigualdade será construído.
O serviço público precisa de pessoas competentes, comprometidas e honestas, independente da cor da pele.

Ao sancionar hoje (9) a lei que reserva aos negros 20% das vagas de concursos públicos federais do Poder Executivo [1], a presidenta Dilma Rousseff disse esperar que a medida sirva de exemplo [2]  para a adoção de normas similares nos demais Poderes, entes federados e na iniciativa privada.

“Esta é a segunda lei que eu tenho a honra de promulgar com ações afirmativas, para fechar um fosso secular de direitos e oportunidades engendrados pela escravidão e continuados pelo racismo, ainda existente entre negros e brancos em nosso país [3], disse, em referência à Lei de Cotas para as universidades federais.

A lei, originada em um projeto do Executivo enviado por Dilma em novembro do ano passado, foi aprovada pelo Senado no último dia 20. Além da administração pública federal, a nova lei se aplica a autarquias, fundações e empresas públicas, além de sociedades de economia mista. A norma começa a valer amanhã (10), após publicação no Diário Oficial da União, e vai vigorar, inicialmente, por dez anos.

Segundo Dilma, o sistema que está sendo implantado “assegura que o mérito continua a ser condição necessária para ingresso dos candidatos” [4], sendo que a lei altera “apenas a ordem de classificação, privilegiando os candidatos negros” [?]. Segundo o texto da lei, poderão concorrer na reserva para candidatos negros todas as pessoas que se autodeclararem pretas ou pardas na inscrição para o concurso público, seguindo o quesito de cor ou raça utilizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).Os candidatos negros concorrerão concomitantemente às vagas reservadas e às vagas destinadas à ampla concorrência, de acordo com a sua classificação no concurso.

De acordo com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros, a mudança é um passo importante na superação das desigualdades raciais e vai garantir a participação da população negra em funções mais valorizadas [5]. Ela citou como exemplo a Lei de Cotas nas universidades, que determinou que, a partir de 2013, parte das vagas em universidades federais sejam ocupadas por ex-estudantes de escolas públicas, com reserva de vagas para estudantes pretos, pardos e indígenas.

Para Luiza Bairros, depois de garantir que as pessoas que sofrem preconceito pudessem ter mais oportunidades de entrar no ensino superior, era necessário dar condições de acesso a empregos que exigem maior qualificação. “A discriminação é maior quanto mais valorizada é a ocupação [6], o que nos obriga a tomar dentro do mercado medidas para corrigir esse tipo de distorção”, disse a ministra a Agência Brasil, em entrevista pouco antes da sanção da lei.

Segundo Luiza Bairros, o governo optou pelo envio do projeto com urgência [7] para que a proposta não ficasse parada no Congresso. “Em função de existirem em tramitação várias propostas sobre a população negra e igualdade racial, se deixássemos ao sabor de processo de discussão do Parlamento, poderia demorar”. A ministra espera que o apoio “suprapartidário” que levou à aprovação da lei seja “um indicativo de aceitação que ela tem no conjunto da sociedade brasileira”. [8]

Texto completo: Paulo Victor Chagas, Agência Brasil (09/06/14)

[1] A Lei de Cotas no serviço público alterou a Lei de licitações públicas? 
De acordo com a Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993 (Lei de Licitações), artigo 22, § 4º: "Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores..."
O artigo 52 da Lei de Licitações dispõe também que o concurso deve ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no local indicado no edital.
§ 1º O regulamento deverá indicar:
I - a qualificação exigida dos participantes;
II - as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III - as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

[2] Sirva de exemplo? É isso mesmo? O que tem que servir de exemplo são os serviços públicos, de educação, saúde, transporte, segurança, justiça... 

[3] Entendo e sou favorável a ações afirmativas que corrijam ou ao menos amenizem injustiças históricas cometidas contra minorias e grupos sociais, mas não posso concordar com uma lei que permite selecionar candidatos menos qualificados para o serviço público, ou para qualquer outro serviço, por causa da cor da pele. O Estado deve garantir Educação de qualidade para todos, para que tenham iguais condições de ingressar no serviço público ou em qualquer outra carreira.

[4] O mérito, como condição necessária e plena, para ingresso no serviço público está sofrendo um grande golpe.

[5] O serviço público precisa de pessoas competentes, comprometidas e honestas, independente da cor da pele.

[6] Essa lei declara indiretamente que os concursos públicos que vêm sendo realizados ocorrem com discriminação racial, com preconceito? É isso mesmo? Será que há provas diferenciadas para brancos, negros, pardos e índios?

[7] Pessoas têm morrido nos hospitais por falta de profissionais e condições mínimas de tratamento. Que parece mais urgente?

[8] A secretária da SEPPIR declarou que a sociedade é racista e preconceituosa. Como aceitará facilmente essa lei?

Abrir empresa vai ficar mais fácil

A via sacra dos empresários paulistas para abrir ou fechar uma empresa está com os dias contados. A União, por meio da Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), o governo estadual e a prefeitura de São Paulo se aliaram para integrar seus cadastros e colocar a capital paulista na Redesim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios).

Com a medida, no médio prazo, a ideia é tirar o Brasil da incômoda posição no ranking do Banco Mundial, que lista os países que oferecem melhores condições para a realização de negócios. De acordo com esse ranking, o País está na 123ª posição, num universo de 189 nações.

Em média, o processo de abertura de uma empresa demora 107,5 dias. Com a simplificação e o compartilhamento de um cadastro único, o objetivo é reduzir para cinco dias o trâmite de abertura de um negócio.

[...]

Texto completo: Silvia Pimentel, no Diário do Comércio (09/06/2014)

VII Prêmio SOF de Monografia


Idealizado pela Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão o concurso tem a finalidade de estimular a pesquisa que tenha como objeto o orçamento público, seus problemas, desafios e perspectivas, reconhecendo trabalhos de qualidade e de aplicabilidade na Administração Pública. Instituído em 2007, as monografias devem discorrer sobre o tema “Orçamento Público” com especificação temática a cada edição. Poderão concorrer trabalhos individuais ou coletivos, de candidatos de qualquer nacionalidade e formação acadêmica (graduação ou pós-graduação).

Temas: 
1. Qualidade do Gasto Público
2. Aperfeiçoamento do Orçamento Público

Premiação:
R$ 20.000,00 - 1º colocado em cada tema 
R$ 10.000,00 - 2º colocado em cada tema
R$ 5.000,00 - 3º colocado em cada tema 
Certificado de vencedor 
Publicação da monografia


10 de jun. de 2014

Bolsa de valores e pesquisas eleitorais

O Jornal Valor Econômico publicou hoje, 10/06/2014, uma matéria assinada por Téo Takar sob o título Bovespa opera sem tendência, à espera de novas pesquisas eleitorais.
Li o texto e me perguntei: Será que aquele pessoal que tem pesquisado fatores relevantes nas negociações e liquidez de ações nas bolsas de valores tem considerado o componente eleitoral na volatilidade dos preços das ações.
Se a Bolsa de valores realmente não apresentou  nenhuma oscilação relevante porque não houve divulgação de pesquisas eleitorais, isso deve ser considerado de alguma forma.
A despeito dos dias exatos da coleta de dados para a pesquisa eleitoral, estamos às vésperas da abertura da Copa do mundo de Futebol no Brasil. Quem está pensando em eleição?

Eis o texto do Valor!
Depois de dois dias de forte alta, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu fôlego, mas não chega a assumir claramente uma tendência de correção técnica nesta terça-feira. O mercado já passeou tanto por terreno positivo como negativo, mas sem grandes oscilações.

E na falta de notícias ou indicadores relevantes, o foco do mercado continua em cima das próximas pesquisas eleitorais sobre a corrida presidencial. Hoje está prevista a divulgação de pesquisa Ibope encomendada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp).

“O que me deixa preocupado é que o mercado está muito dependente das pesquisas. Os fundamentos ficaram em segundo plano”, observa o novo chefe de análise da CM Capital Markets, Marco Aurélio Barbosa. “O fato é que, nas ruas, ninguém está sequer pensando em eleições neste momento. Só se fala de Copa. Portanto, as pesquisas ainda vão oscilar muito daqui até novembro. E essa volatilidade será respondida rapidamente pelo mercado.”

Às 15h55, o Ibovespa recuava 0,01%, aos 54.266 pontos, com bom volume, de R$ 4,9 bilhões. Entre as principais ações do índice, Itaú PN recuava 1,29%, a R$ 33,43, Vale PNA perdia 1,46%, para R$ 26,22; e Ambev ON caía 1,15%, cotada a R$ 16,21.

As ações da Vale aindam sofrem com o recuo do preço do minério de ferro, que hoje fechou abaixo do patamar de US$ 94 por tonelada, valor que vinha sustentando nas últimas quatro sessões. Preocupações com restrições de crédito ao setor imobiliário na China continuam a gerar temores sobre uma desaceleração do consumo de aço no país e, consequentemente, das compras da matéria-prima. Em média, o minério vem sendo negociado a US$ 114,10 por tonelada neste ano, 15% abaixo da média de US$ 135 por tonelada no ano passado. O Santander cortou a recomendação dos papéis da Vale, de compra para neutra.

Papeis da Ambev também sofre com corte de recomendação. O Credit Suisse rebaixou o papel da companhia de bebidas de compra para neutra e reduziu o preço-alvo das ações de R$ 20 para R$ 18, por conta da preocupação em relação ao crescimento do Brasil no médio prazo. O novo preço-alvo indica um potencial de alta de 8% em relação ao valor atual do ativo. “Acreditamos que o crescimento superior da Ambev nos últimos anos [em relação à AB Inbev] foi impulsionado por reajustes de preços excessivamente acima da inflação, o que consideramos insustentável”, diz o banco em relatório.

Do lado positivo estavam Petrobras PN (0,16%, a R$ 18,10) e Banco do Brasil ON (2,58%, a R$ 25,76). Ambas estatais se sustentam em função da expectativa de queda nas preferências de voto de Dilma Rousseff nas pesquisas. Além disso, o Banco do Brasil também anunciou na sexta-feira uma operação de recompra de ações de até 3,5% do capital em circulação.

No topo do Ibovespa aparecem Light ON (3,21%), Natura ON (3,12%) e Eletropaulo PN (2,76%). As distribuidoras de energia seguem em alta desde ontem, ainda reagindo à queda no preço da energia de curto prazo, que estava no patamar de R$ 800 por MWh em março, para nível abaixo dos R$ 400 por MWh.

Entre as maiores baixas estão Energias do Brasil ON (-2,66%), Klabin Unit (-2,35%) e Duratex ON (-1,98%). O Brasil Plural iniciou cobertura de Duratex com recomendação de venda e preço-alvo de R$ 9,00 em 12 meses, o que significa um potencial de desvalorização da ação de 6% em relação ao fechamento de ontem. “Ao contrário da maioria no mercado, adotamos uma postura mais realista em relação às atividades no curto prazo da empresa”, diz o banco em relatório. A conclusão é apoiada por um cenário de desaceleração na demanda e do real desvalorizado em relação ao dólar.

Dúvidas sobre redação científica

Site tira dúvidas sobre redação científica

O professor Gilson Volpato, do Departamento de Fisiologia do Instituto de Biociências da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Botucatu, lançou um site para tirar dúvidas relacionadas à redação científica de estudantes, professores de graduação e pós-graduação e pesquisadores. O serviço é gratuito.

Batizado de Clube SOS Ciência, o site foi lançado experimentalmente em setembro de 2013 e já reúne 1.352 associados [Infos atualizadas: 1649 associados].



“O objetivo do site é ajudar a sanar dúvidas sobre redação científica de estudantes de graduação e pós-graduação para as quais eles não encontraram resposta satisfatória ou não têm para quem perguntar diretamente”, disse Volpato à Agência FAPESP.

Para enviar perguntas, os interessados devem preencher um cadastro indicando sua área, estágio de desenvolvimento na atividade científica (iniciação científica, mestrado, doutorado ou pós-doutorado), tipo de instituição a que está vinculado (pública ou privada) e em qual cidade e estado reside.

As perguntas são publicadas no site, mantendo o anonimato de quem as enviou. As respostas e os comentários também são publicados.

“A ideia é criar um banco de perguntas e respostas para ser disponibilizado a todos os usuários do site”, afirmou Volpato. “Até agora já recebi 281 perguntas, que são respondidas de forma mais aprofundada e fundamentada possível.”

Cursos on-line

Segundo Volpato, além de enviar perguntas, os usuários cadastrados no site também podem assistir a palestras, ministradas regularmente pelo pesquisador em diferentes regiões do país, e participar de cursos on-line sobre redação científica.

Atualmente, as palestras são gravadas e exibidas no site seguindo uma programação fixa de dias e horários durante a semana e, eventualmente, são reprisadas.

A meta do pesquisador é exibir uma palestra por dia, com temas diferentes, que podem ser sugeridos pelos próprios usuários do site.

“No momento, estamos gravando e exibindo duas palestras por semana, durante um dia inteiro. Mas, nos próximos meses, já devemos gravar e exibir uma palestra diferente por dia”, disse Volpato.

Além dos vídeos, os usuários também têm acesso aos slides das palestras proferidas pelo pesquisador no site em arquivo PDF e podem receber indicações de links de notícias e de textos relacionados à produção de ciência e redação científica indicados por ele e por outros usuários.

“Há uma carência muito grande de professores de redação científica no Brasil e o intuito do site é ajudar a preencher essa lacuna e auxiliar as pessoas a fazer e a publicar ciência de bom nível”, afirmou Volpato.

O pesquisador é autor do Dicionário crítico para redação científica e dos livros Método lógico para a redação científica, Bases teóricas da redação científica, Publicação científica,Administração da vida científica, Pérolas da redação científica, Dicas para redação científica,Ciência: da filosofia à publicação e Estatística sem dor!.

Volpato também divulga seu trabalho no site www.gilsonvolpato.com.br, que oferece artigos, dicas e reflexões sobre redação científica, educação e ética na ciência. O site dá acesso a aulas on-line do curso “Bases teóricas para redação científica”, apresentado por ele na Unesp. 

Texto de Elton Alisson - Agência FAPESP - 10/06/2014

9 de jun. de 2014

Melhores e Maiores

Os professores Nelson Carvalho e Ariovaldo dos Santos, responsáveis pela edição técnica de Melhores e Maiores (publicado pela revista Exame), pediram para divulgar nas redes sociais o seguinte texto:

Há quase duas décadas o Administrador Stephen Kanitz cessou de compilar os dados técnicos para a publicação anual Melhores e Maiores, da Revista EXAME, e a continuidade da mesma foi contratada com a FIPECAFI – Fundação de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras, sob responsabilidade direta dos Contadores Professores Ariovaldo dos Santos e Nelson Carvalho.

Recentemente, Kanitz postou comentários não apenas desairosos e ofensivos à qualidade da publicação atual como também aos responsáveis por seu preparo, e cumpre que nos posicionemos perante tal conduta imprópria e pouco ética da parte dele.

Lamentável saber que o Administrador Kanitz, aposentado, continua, exatamente igual quando na ativa, tratando/estudando certas questões com pouca ou nenhuma profundidade. Senão vejamos:

· O Administrador questiona se alguém sabe o total de impostos pagos pelas 500s maiores empresas do Brasil e adiciona que esse era um dado que (ele) compilava para MM e que deixou de ser publicado.

· Pois bem, no tempo em que o questionador/Administrador era responsável por Melhores e Maiores, até 1995, a revista não publicava valores dos impostos. Só passou a publicar a coluna com valores de impostos sobre vendas a partir de 1997, com a compilação de dados técnicos já sob a gestão da FIPECAFI.

· A partir de 2012, na lista das 500 maiores, visando um maior aperfeiçoamento da informação que já vínhamos há anos divulgando após – e apenas após – assumirmos a coordenação técnica da Revista - substituímos a coluna “impostos sobre vendas” pela mais ampla, de “tributos”, mas é provável que o referido Administrador não tenha, mais uma vez, atentado para isso com a profundidade minimamente necessária. Aliás, na página 65 da edição de 2013, até destacamos as 10 empresas que mais pagaram tributos dentre as que examinamos. Cabe esclarecer ao Senhor Administrador que “tributos” incluem impostos e contribuições sobre vendas e lucros, além de outros (veja exemplos listados na página 276 dessa mesma edição).

· O Administrador também afirmou que é triste ver a equipe de Melhores e Maiores comparar valor adicionado com patrimônio e questiona a comparação de fluxo com estoque – esquece o Administrador que o “estoque” Patrimônio é formado, dentre outras origens, por acumulação de “fluxos” de valores adicionados, dentre os quais está o que o jargão contábil consagrado denomina de “lucro”

· Pois é, triste não é comparar valor adicionado com patrimônio (fluxo com estoque), triste é ver que o Administrador esqueceu-se que em Melhores e Maiores de 1995, do tempo que ele compilava, já se calculava, e nós continuamos fazendo isso porque está correto, o giro nos estoques. Isso é o que? Fluxo com fluxo, estoque com estoque ou fluxo com estoque?

· Reiteramos lamentar termos sido vítimas de afirmações gratuitas, incorretas e desprovidas de qualquer conceito técnico/lógico em redes sociais. Devem tais manifestações ser entendidas como incompetência, desonestidade intelectual ou simplesmente má intenção?

(Nelson Carvalho e Ariovaldo dos Santos)
Fonte: AQUI


As declarações que motivaram o texto dos professores Nelson Carvalho e Ariovaldo dos Santos são as seguintes:


Alguém sabe qual o total de impostos pagos pelas 500s maiores empresas do Brasil?
Era um dado que eu compilava para Melhores e Maiores, mas que deixaram de publicar, além de dezenas de outros benchmarks administrativos.
Uma pena.

Fonte: Facebook do Stephen Kanitz 

7 de jun. de 2014

Congresso Brasileiro de Custos 2014

Divulgamos a realização da XXI edição do Congresso Brasileiro de Custos
Onde: Natal - RN
Quando: 17 a 19 de novembro de 2014
Prazo para submissão de artigos: 01/08/14 - 17/08/14.
Maiores informações: http://cbc2014.emnuvens.com.br

PPGCC FEA/USP - Seleção 2015

Aviso aos interessados em pós Graduação Stricto Sensu (Mestrado e Doutorado) na área de Controladoria e Contabilidade:

Disponível no site do PPGCC FEA/USP o edital de seleção para Mestrado e Doutorado em Controladoria e Contabilidade 2015. 

4 de jun. de 2014

Revista de Artigos Científicos da Receita Federal

A Receita Federal acaba de lançar (02/06/2014) a sua primeira revista de artigos científicos destinada ao incentivo, à produção e à difusão de trabalhos científicos de autoria de servidores e de pesquisadores. 
Com periodicidade semestral, a Revista tem por finalidade: incentivar a produção de trabalhos de conteúdos relevantes pelo corpo funcional da Receita Federal e por pesquisadores externos e promover a discussão crítica, a abordagem interdisciplinar e a difusão de ideias por meio de trabalhos acadêmicos confeccionados com rigor técnico, na forma de artigos, resenhas de livros, jurisprudência comentada, estudos e inovações normativas. 

A Revista possui perfil aberto às mais diversas abordagens teóricas e metodológicas, inclusive a textos que versem sobre gestão organizacional, temas relativos à Educação Fiscal e à História da Administração Tributária Federal no Brasil.

A publicação será oferecida ao público nos formatos digital e impresso, ficando a versão digital disponível no endereço eletrônico da Receita Federal. Os periódicos impressos (até 4.000 exemplares) serão distribuídos gratuitamente a órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, conforme definição do Conselho Editorial. O periódico contará com cinco seções:
- Institucional, estudos ou divulgações;
- Artigos;
- Jurisprudência comentada;
- Inovações normativas;
- Resenhas de livros.

Serão aceitos trabalhos em português, inglês e espanhol. Os interessados deverão enviar os textos até o dia 01 de agosto de 2014. Os artigos deverão ser encaminhados para o seguinte endereço eletrônico: revistareceitafederal.df@receita.fazenda.gov.br

Normas e submissão de artigos, clique aqui:
Versão do Edital em inglês.
Versão do Edital em espanhol.

Fonte da notícia: RFB

Dicas IRPF

As dicas servem para a blogueira e para os leitores do Blog, contadores ou não!

Verificar análise do IR no site da Receita evita dor de cabeça

Depois que passou o prazo pra a entrega da declaração do IR (Imposto de Renda) da pessoa física (foi até 30 de abril), e os contribuintes cumpriram com essa obrigação com o Fisco, muita gente acha que não tem mais com o que se preocupar, bastando esperar o dia de a restituição aparecer na conta. Para especialistas, no entanto, é importante que as pessoas fiquem atentas e consultem periodicamente o cadastro no site da Receita para evitar surpresas desagradáveis e também para corrigir eventuais pendências que o órgão detecta com o cruzamento dos dados. Dessa forma, se evita dores de cabeça futuras. 

Segundo o diretor tributário da consultoria Confirp, Wellinton Mota, é comum as pessoas ficarem aguardando sem verificar se está tudo certo no processamento. “Não se atentam que pode ter ocorrido erro de digitação e, por centavos, já dá para cair na malha fina”, diz. 

Por isso, é importante que o contribuinte entre no site da Receita e acesse o e-Cac (Centro de Atendimento Virtual ao Contribuinte), para saber se há eventuais pendências. Para ingressar nesse portal, no entanto, será preciso ter um certificado digital ou criar código de acesso, o que exigirá fornecer a data de nascimento e números de CPF e dos recibos das duas últimas declarações válidas (deste ano e de 2013). Se a pessoa não tiver o número de recibo anterior precisará ir até um posto da Receita Federal. 

O consultor tributário da IOB, Valdir Amorim, cita ainda que a primeira preocupação, ao entrar no e-Cac, é saber se o documento enviado ao Fisco está em processamento ou já foi analisado. “Se isso ainda não ocorrer, o melhor é esperar mais uns dias, para consultar de novo”, diz. Se tiver sido processada, a pessoa pode tirar o extrato da declaração, que é a confirmação de que está tudo em ordem ou não. 

PENDÊNCIAS - A consulta periódica ao e-Cac é importante porque, detectado que houve alguma incorreção ou falta de algum dado – por exemplo, se a pessoa trabalha com carteira registrada e também faz serviços como autônoma e não forneceu essa última informação, ou se faltou colocar a fonte de renda de um dependente –, é possível fazer declaração retificadora. 

Isso é bem melhor do que ficar esperando a Receita notificar o contribuinte para esclarecer eventual divergência. Wellinton cita que teve um cliente que optou não fazer nada e, após dois anos, o Fisco cobrou dele R$ 19 mil, entre o imposto devido e multa. “Ele teve de vender o carro para pagar”, disse.

Texto de Leone Farias, publicado no Diário do Grande ABC - 04/06/2014

Contadores à beira de um ataque de nervos

O texto a seguir publicado do Jornal do Comércio (RS), veículo que tem publicado muitas matérias de interesse da área contábil, aborda alguns desafios da realidade da atuação profissional dos contadores. 
Tem pontos positivos e outros nem tanto, mas nada que seja tão desanimador!
Eis o texto! 

Contadores à beira de um ataque de nervos

Bem remunerados e mais demandados pelas empresas, os contadores têm pela frente o desafio de encarar os altos índices de estresse.

Planilhas, documentos, folhas de pagamentos, guias preenchidas pela internet, prazos apertados para a entrega da documentação, cobranças dos contratantes e tensão ante a constante possibilidade de ter as informações prestadas confrontadas pela Receita Federal. Por trás de tudo isso está o contador, profissional que ocupa as primeiras colocações nos rankings dos segmentos com maior nível de estresse. 

Estudo recente da instituição de prevenção e combate ao estresse International Stress Management Association no Brasil (Isma Brasil) aplicado a mil entrevistados de Porto Alegre e São Paulo no ano passado, comprova que o profissional de Finanças – ramo que abrange a Contabilidade – fica atrás apenas dos trabalhadores da Saúde e Indústria no ranking dos mais estressados. Na terceira posição entre os ramos pesquisados, o profissional sofre para traspor desafios como acúmulo de tarefas, instabilidade e falta de autonomia.

Os níveis de estresse entre todos os brasileiros são preocupantes. Pesquisas do Isma Brasil indicam que 70% dos profissionais brasileiros sofrem alguma sequela devido ao alto nível de stress. Desse total, 30% atingiram o nível mais elevado, conhecido como Burn Out - esgotamento mental intenso causado por pressões no ambiente profissional.

O mesmo levantamento do instituto de controle do estresse aponta que o Brasil é o segundo país com o maior nível dessa mistura de frustração, irritação e ansiedade do mundo. Dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) demonstram que doenças causadas por estresse e depressão afastam do trabalho mais de 200 mil pessoas por ano no País.

Tido como um dos males da pós-modernidade, o estresse pode assolar o trabalhador de qualquer área, mas, inegavelmente, aqueles que lidam diretamente com as contas de uma pessoa física ou jurídica e são responsáveis pelos balanços, fechamentos e relatórios tornam-se os mais atingidos. Tudo isso combinado com o aumento das obrigações e a obrigatoriedade de adaptação às novas exigências fiscais e ferramentas tecnológicas agrava ainda mais esse “gatilho” para o aparecimento de outras doenças.


Obstáculos também ajudam a evoluir na profissão

A dor de cabeça nas Ciências Contábeis parece não ter fim. Por outro lado, os profissionais de contabilidade nunca foram tão valorizados, inclusive economicamente. Pesquisa realizada pela empresa de recrutamento especializada Robert Half estima que 58% dos diretores financeiros do Brasil esperam aumento na remuneração dos profissionais de finanças e contabilidade em 2014. Os resultados do estudo, realizado com 2.535 executivos de finanças e contabilidade de 16 nacionalidades, colocam o Brasil como quarto país em que mais se aposta em aumento salarial para esses executivos neste ano, atrás apenas da China (70%), Hong Kong (69%) e Nova Zelândia (60%).

Para o empresário contábil Cláudio Nasajon, da Nasajon Sistemas Contábeis, isso se explica exatamente pelas dificuldades enfrentadas na prática contábil. “Quanto mais difícil é uma tarefa, mais valor têm aqueles que conseguem executá-la bem. No caso da legislação empresarial brasileira, é preciso ser quase um mago para se atingir um nível razoável de proficiência”, adverte.

O contador e perito contábil Márcio Lavies Bonder, do Escritório Lavies Bonder de Porto Alegre, aproveita os obstáculos para evoluir na profissão. Graduado em duas universidades, Bonder não para de se qualificar e diz que só isso garante tranquilidade no dia a dia. O desafio, então, é tirar proveito da grande demanda por profissionais sem colocar em risco a própria saúde. As pressões e demandas estão aumentando, e não há perspectiva de que vão baixar. Pelo menos não num futuro próximo. “É responsabilidade de cada profissional estabelecer seus próprios limites e zelar pela sua qualidade de vida. O dinheiro que eventualmente você pode estar recebendo a mais agora pode ser gasto em hospitalização ou no tratamento de uma doença mais tarde”, salienta a psicóloga Ana Maria Rossi.
É preciso atenção ao surgimento de novas tecnologias 

Entre os principais geradores de estresse, segundo levantamento da Isma Brasil, em primeiro lugar está a falta de tempo para realizar um número cada vez maior de tarefas. A sobrecarga de trabalho e o excesso de atividades são apontados por 64% dos entrevistados como o primeiro dos grandes vilões para o bem-estar. 

Após, na lista da entidade, está o medo da demissão, tido como grande fonte de ansiedade para 56% das pessoas ouvidas. Em terceiro lugar, vem o excesso de responsabilidade e a falta de autonomia, fator destacado por 47% dos entrevistados e que “assola principalmente os responsáveis pela área financeira e, consequentemente, contábil”, enfatiza a presidente do Isma Brasil e doutora em psicologia clínica, Ana Maria Rossi.

Além desses três fatores diagnosticados em pesquisa, a psicóloga lembra que o desequilíbrio entre a valorização e o esforço empenhado também é um fenômeno a ser levado em conta ao analisarmos os níveis de estresse no País. “Muitos profissionais sentem que estão trabalhando mais do que deveriam por que não são gratificados pela colaboração. E essa gratificação nem precisa ser financeira. Às vezes, um tapinha nas costas é suficiente”, pontua.

O presidente do Conselho Regional de Contabilidade (CRCRS), Antônio Palácios, afirma que há um certo agravamento do estresse cotidiano exatamente pela necessidade de estar em constante adaptação e pelo grande acúmulo de tarefas e responsabilidades nas mesas dos contadores. “Aumentaram as exigências da Receita Federal, que hoje são o principal motivo de atenção da maioria dos nossos profissionais, e as evoluções tecnológicas ocorrem em uma velocidade que a categoria não consegue acompanhar”.

Não é à toa que a rotina tida pela maior parte dos contadores como a mais estressante é o eSocial (Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas). A ferramenta exige adaptação técnica e maior atenção às informações fornecidas devido ao cruzamento completo de todos os dados prestados. Ao mesmo tempo, as dúvidas colocam os setores tributários e fiscais em lugar de destaque no organograma empresarial, no centro da tomada de decisões e do tratamento de informações. Esta dinâmica pode servir de exemplo do protagonismo que vem sendo assumido pelo profissional contábil na dinâmica empresarial e, paralelamente, do peso que recai sobre as suas costas.

O perito contábil Márcio Lavies Bonder, com formação em Ciências Contábeis e Direito, é jovem no ramo (atua há 10 anos) e, talvez por isso mesmo, diz não sentir desgaste ao ter de buscar qualificação e aprender a utilizar as novas tecnologias. O segredo, segundo ele, é não levar o estresse para casa, estudar para não se desesperar ao se deparar com um processo complicado e se organizar para cumprir os prazos apertados. “É claro que quanto mais valorizado, maior é a responsabilidade, mas não é por isso que eu me digo estressado. Mas também sou de uma geração que conheceu a contabilidade com o uso de tecnologias, diferente de quem está há muitos anos na profissão”, admite o contador.

Representante dos profissionais contábeis no Estado, Antônio Palácios informa que, depois do eSocial, o que mais tira o sono da classe é a adoção das Normas Internacionais. Segundo Palácios, o problema agora não são as regras, que já estão bem estabelecidas, mas a falta de preparo das empresas para prestar aos profissionais da contabilidade as informações necessárias para desenvolver o trabalho e elaborar os balanços de acordo com o que as normas exigem.

Texto de Roberta Mello, publicado no Jornal do Comércio (RS) - 04/06/2014
“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)