31 de ago. de 2010

Descontração

Consequências de seguir carreira acadêmica

Bolsista de iniciação - Escuta MPB. São os primeiros passos na vida científica. A vida é maravilhosa.
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Bolsista de Mestrado - Escuta música POP. Está completamente empolgado com o que faz e quer ser o(a) melhor na sua área.
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Bolsista de Doutorado - Escuta Heavy Metal. O dia começa às 3:30 da manhã e só acaba às 12:59 da noite. Nada dá certo e ainda tem que lidar com resumos para congressos, relatórios, disciplinas, paper para escrever, orientar os ICs, etc, etc...
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Bolsista de Pós-Doutorado - Escuta HIP HOP. Aumento de peso por causa do estresse. Percebeu que não pode salvar o mundo, mas isso não lhe importa, porque ainda assim continuam pagando um salário a ele(a). E os papers? Se sair algum, beleza, se não, tudo bem. Sempre existe a oportunidade para encaixar alguma revisão de literatura.
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Professor(a) Doutor(a) - Escuta Gansta Rap. O senso de humor mudou totalmente daqueles dias de iniciação. As dores de cabeça são mais frequentes e começa a esquecer as coisas que foram faladas. Vive a base da cafeína. O melhor (?!) é que ninguém pode te criticar.
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Professor(a) Titular - Escuta vozes em sua cabeça. Esquece dos horários das reuniões, dos dias da semana, do trabalho de seus alunos.
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Fonte: Enviado por Kátia Albuquerque – Mestre em Ciências Contábeis pela UFBA (Obrigada!) As imagens que ilustram cada uma dessas consequências não apresentam uma configuração adequada para serem postadas.

IFRS: a hora está próxima!

Texto de Eduardo Pocetti - CEO da BDO no Brasil publicado no Portal Brasil Econômico em 27/08/2010

Muito já se falou da necessidade das companhias brasileiras se prepararem para adaptar suas demonstrações contábeis às normas estabelecidas pelo International Financial Reporting Standards (IFRS), padrão contábil internacional adotado por mais de cem países, entre eles o Brasil.
A intenção é que os balanços de 2010 já estejam plenamente alinhados ao padrão global. E, para tanto, não tem faltado empenho por parte dos órgãos reguladores.
Valendo-se de Portarias e Medidas Provisórias, as autoridades têm dado garantias importantes. Por exemplo: a MP 449, emitida no final de 2008, estabeleceu efeito fiscal nulo com a adesão aos IFRS. Dessa forma, eliminou o receio de que possíveis variações no balanço societário acarretadas pelo novo modelo levem ao aumento dos impostos devidos.
Ou seja: mesmo que a lei sofra alterações que modifiquem o critério de reconhecimento de receitas e do lucro líquido do exercício, não haverá modificações na apuração do lucro real da pessoa jurídica.
Mas as empresas ainda manifestam preocupações, e têm boas razões para isso. Por exemplo: uma das maiores dificuldades diz respeito à capacitação dos profissionais, que, historicamente, foram treinados para atender mais aos interesses do Fisco do que aos do empresário. As normas do IFRS mudam esse paradigma.
Também passa a haver uma prevalência do aspecto econômico em detrimento da forma jurídica. Assim, o julgamento dos profissionais contábeis passará a ter um peso maior do que as regras rígidas. Essa é uma mudança substancial no modo de fazer as coisas.
Outro aspecto aparentemente secundário, mas que pesa um bocado sobre os ombros dos contabilistas, é o domínio da língua inglesa. Nem todos os profissionais da área estão familiarizados com o idioma ao ponto de lerem, sem problemas, as Normas do IFRS no original.
Estas foram adaptadas à contabilidade brasileira pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) - mas, sem dúvida, tudo flui melhor quando o profissional está apto a buscar informações diretamente na fonte.
Por isso, melhorar o conhecimento dessa língua que se tornou o idioma da globalização é um dos desafios que devem ser assumidos por quem atua na área.
Também há dúvida a respeito de como dar ao mercado uma explicação clara e consistente sobre as variações significativas que vierem a ocorrer nos resultados ou no patrimônio líquido da empresa.
É urgente que os profissionais que atuam na relação com os investidores estejam preparados para prestar esclarecimentos sobre o balanço financeiro aos investidores. E o mesmo se aplica aos analistas, que precisam estar preparados para avaliar os balanços em IFRS.
Uma coisa é certa: cada vez mais, o contabilista será reconhecido, pelas empresas, como o detentor de um papel estratégico, na medida em que ele deixa de ser simplesmente o responsável pelas obrigações tributárias e passa a coletar e fornecer informações fundamentais à melhoria do desempenho econômico.

Informação privilegiada (inside information)

Informação privilegiada vira alvo da CVM

Sem alarde, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) elegeu o combate ao uso de informação privilegiada como um dos principais focos da autarquia. O recém-divulgado relatório anual da CVM mostrou que, entre 2008 e 2009, subiu de 3 para 22 o número de acusações de uso de "inside information" na Superintendência de Processos Sancionadores.

A estimativa no órgão, que funciona como xerife do mercado de capitais, é que o resultado cresça neste ano. A CVM prevê ainda o aumento da atuação em casos com repercussão criminal - hoje quase incipientes no País. Já há investigações correndo em sigilo dentro da autarquia. "A tendência é de que, nos próximos anos, a gente tenha um aumento da atuação, até mesmo criminal", afirmou o chefe da Procuradoria Federal Especializada, Alexandre Pinheiro dos Santos. "Posso afirmar que existem procedimentos já em curso nesta área que vão resultar em novas denúncias."

A mudança se deve em grande parte a um convênio assinado em março passado entre a CVM e a Polícia Federal, que se somou ao acordo com o Ministério Público Federal (MPF). Desde março de 2008, investigadores da CVM e procuradores do MPF atuam lado a lado na sede do órgão regulador, no Rio. Assim, indícios apurados pelos técnicos da CVM ganham respaldo jurídico dos procuradores, com repercussão judicial mais frequente.

De acordo com a autarquia, a aproximação de promotores e inspetores gerou casos como o da Construtora Tenda - que optou por confessar a irregularidade. Um dos controladores negociou ações da companhia antes do anúncio ao mercado da incorporação de outra empresa, o que configura informação privilegiada. O controlador acabou perdendo R$ 130 mil na operação, mas, ciente da ilegalidade, procurou a CVM e fechou acordo para pôr fim à história por R$ 200 mil. O processo nem foi aberto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Links

1) A fé de um diplomata

2) Analistas indicam clubes de investimento para quem quer debutar em ações

3) Ampliação da malha ferroviária no país cria oportunidades

Poderosos da Convergência Internacional (II)

Mudança nos EUA causa surpresa
Texto de Rachel Sanderson (Financial Times, Londres) publicado no Valor Econômico em 26/08/2010


Bob Herz, presidente do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), anunciou na noite de terça-feira, inesperadamente, que vai se aposentar, abrindo espaço para uma sacudida no poderoso e também controverso órgão, responsável pelas normas contábeis nos EUA.
A saída de Herz - dois anos antes do previsto para sua aposentadoria - significa que os dois cargos mais elevados da contabilidade global estão abertos para renovação. Já se estava a procura de um substituto para David Tweedie, presidente do Conselho de Padrões Internacionais de Contabilidade (Iasb), órgão que emite as normas IFRS, usadas no Brasil, que deve se aposentar em junho de 2011.
Os dois exerceram a presidência durante um controverso período para a contabilidade, especialmente pelas regras de marcação a mercado de instrumentos financeiros complexos, que críticos responsabilizam por exacerbar os efeitos nos resultados dos bancos durante a crise, ao turbinar os valores de ganhos ou perdas não realizadas.
Herz gerou nova controvérsia este ano quando admitiu que o Fasb e o Iasb não conseguiriam cumprir o prazo estabelecido pelo Grupo dos 20 países mais industrializados do mundo (G-20) para criar um único padrão global de contabilidade, em junho de 2011, a fim de aumentar a transparência após a crise.
Jack Brennan, presidente da fundação de curadores responsável pelo Fasb, disse, após o anúncio da saída de Herz, que o conselho terá o número de assentos aumentado de cinco para sete, para "reforçar o investimento do Fasb na agenda da convergência". O Iasb tem quinze conselheiros.
Herz, que presidiu o Fasb desde 2002, quando o setor contábil tentava se reeguer após o escândalo da Enron, tinha a aposentadoria marcada para junho de 2012. Leslie Seidman, atual conselheira do Fasb e ex-executiva do J. P. Morgan, será a presidente em exercício do órgão a partir de 1º de outubro.
Contadores graduados nos dos lados do Atlântico disseram que estavam confusos e surpresos com a decisão. Uma fonte dos Estados Unidos se disse assustado, já que o vazio deixado por Herz representa uma "potencial crise" para o Fasb.

Poderosos da Convergência Internacional

Os últimos dias no poder do "aiatolá da contabilidade"

Texto de Rachel Sanderson e Adam Jones (Financial Times, Londres) publicado no Valor Econômico em 19/08/2010

Normas internacionais: Perto da aposentadoria, Sir David Tweedie, presidente do Iasb, ainda tem vários desafios pela frente.

Sir David Tweedie diz que seu pessoal está preocupado com o que ele será capaz de fazer nos seus últimos meses como presidente do Comitê Internacional de Normas Contábeis (Iasb, na sigla em inglês), o poderoso formulador de normas globais que ele chefiou por uma década.

"Acredito que as pessoas estão muito preocupadas sobre como me sairei nos meus seis últimos meses aqui, com todas as minhas vendetas e todos esses ressentimentos que venho acumulando... Penso que eles estão preocupados que eu possa deixá-los escapar", diz, rindo.

Sir David, que deverá se aposentar em junho de 2011 e ter um sucessor atuando muito antes disso, é uma das figuras mais francas e controversas nas finanças internacionais.

Se por um lado um jornal francês já o descreveu como o "aiatolá da contabilidade", sir David, por outro, presenteia visitantes com histórias da "Christian Aid" (agência cristã de ajuda do Reino Unido e Irlanda) protestando diante do seu escritório sobre contabilidade na África e as batalhas que travou com a Comissão Europeia na confusão da crise. Sobre sua parede há uma tira cômica dele duelando com Gordon Brown, quando o ex-premiê britânico era ministro da Fazenda. Seus defensores dizem que ele é insubstituível.

Seus derradeiros meses no cargo, antes da vinda - ainda não decidido - do seu substituto, e quando assumir um cargo de aposentadoria, como dirigente do Instituto dos Auditores da Escócia, porém, deverão ser um dos mais atarefados e de maior notoriedade.

Ele e seu colega nos EUA, Bob Herz, do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), precisam terminar um plano para convergir uma série de normas consideradas falhas desde a crise financeira. Sir David também acredita que uma reestruturação na governança do Iasb seja iminente, para levar em consideração o poder econômico crescente das economias asiáticas.

Ele considera que a maior fonte de tensão, que provavelmente o colocará mais uma vez em conflito com os órgãos reguladores do sistema bancário europeu, poderá decorrer da revisão na forma como os bancos contabilizam seus prejuízos em vista da crise financeira.

O Iasb propôs passar de um modelo de prejuízo "incorrido" para um modelo de prejuízo "esperado" para ajudar a moderar fortes altos e baixos nos lucros dos bancos ao longo do ciclo econômico.

Os reguladores do sistema bancário nacional na Europa, porém, incluindo alguns dos que estão no Comitê da Basileia, prefeririam que os auditores considerassem exigir que as companhias coloquem de lado parte dos seus lucros para servir de proteção em tempos de recessão econômica.

A reação a essa sugestão - que ele descartou como "auditoria de potinho de biscoitos", no sentido de que a medida permitiria aos dirigentes de bancos guardar e ocultar lucros - é brusca.

"Nós não mostraremos bancos dando lucro quando estiverem dando prejuízo", disse. "Deixaremos o lucro claro e depois dependerá do órgão regulador dizer 'essa parte não pode ser distribuída, essa parte deve ser retida'. Essa não é a atribuição da auditoria."

Ele mantém a mesma fala grossa quando o Iasb e o Fasb são criticados por seu fracasso em cumprir uma data limite concedida a eles pelo G-20 para convergir as normas contábeis até junho de 2011. A realização dessa meta deveria ser o ápice da glória de sir David antes da sua aposentadoria. Em vez disso, o conselho admitiu em junho que eles não cumprirão a data limite e publicaram um plano de trabalho limitado, à medida que o Iasb e o Fasb mostraram sinais de divergir, não convergir, em torno de importantes mudanças de regras envolvendo uma controversa contabilidade por valor justo.

"A palavra que preocupou o G20 foi 'atraso'", diz, dando de ombros. "Mas sabíamos que era iminente. Podíamos enxergar isso. Então estivemos em regime de Plano B por algum tempo."

Nas palavras de sir David, depois de passar dez anos lidando com demandas concorrentes da Europa e depois nos EUA, ele fica muito empolgado quando descreve as mudanças que ele acredita que deveriam ser incorporadas à missão do Iasb e à sua governança como consequência do crescente poder econômico da Ásia.

Ele diz que a estrutura do conselho de monitoramento - no qual apenas Europa, EUA, Japão e a Organização Internacional de Comissões de Valores Mobiliários possuem assentos - pode ser "temporária". As discussões entre os membros, sobre conceder assentos para as economias emergentes, especialmente Brasil, China e Índia, prosseguem.

Além disso, Tweedie acredita que, no fim das contas, o resultado será uma "mudança no equilíbrio" no Iasb - com a Ásia surgindo como "voz decisiva" - em comparação com a situação atual na qual as decisões tendem a ficar divididas entre Europa e EUA.

Isso, por sua vez, resultará em uma mudança no foco do Iasb, do prazo de 2011 para as normas contábeis defendidas pelos países emergentes, como as centradas nas operações de câmbio e nos setores de extrativismo, agricultura e silvicultura, incluindo regras tão específicas como, por exemplo, a contabilização do valor das seringueiras na Malásia. Seu maior pesar é que ele não será a pessoa que supervisionará isso. "Vou sentir falta", afirma.

TCC e Mercado de Trabalho

Como utilizar o TCC para abrir portas no futuro?
"Um bom trabalho de TCC pode ser usado como portfólio do candidato a uma vaga de trainee ou emprego, valendo mencioná-lo no currículo", diz supervisora do CIEE

Por Equipe InfoMoney
Fonte: Portal Administradores.com

O último desafio do estudante na universidade pode ser encarado como uma porta de entrada para o seu futuro. O TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) por muitas vezes é usado como principal chamariz no currículo para se conseguir um emprego.
"Um bom trabalho de TCC pode ser usado como portfólio do candidato a uma vaga de trainee ou emprego, valendo mencioná-lo no currículo. A avaliação se dará em função da relevância do tema do TCC para a atividade da empresa", afirma a supervisora de relacionamento com instituições de ensino do CIEE (Centro de Integração Empresa-Escola), Laura Alves.
Segunda a profissional, o estudante deverá ter cuidado com a estruturação, a fundamentação, o texto, as ilustrações e a formatação, enfim, empenhar-se ao máximo em apresentar um projeto de qualidade, lembrando que existem técnicas específicas para essa tarefa.
O próprio CIEE, por exemplo, mantém em seu site um curso gratuito de Educação à Distância, que visa apresentar subsídios teóricos e práticos referentes às etapas que compõem o desenvolvimento de um trabalho científico, seja um TCC, uma monografia, uma dissertação ou tese, por meio de exemplos e estruturas de fácil entendimento.

TCC na empresa
O TCC pode, inclusive, ser aplicado em uma empresa. "Ao abrir suas portas para um estudante fazer uma análise de caso, a empresa vê a oportunidade de iniciar um bom relacionamento com futuros profissionais ou parceiros; de ter sua corporação analisada em ambiente acadêmico; de identificar pontos positivos e negativos de sua atuação; e, em alguns casos, a possibilidade de adotar o projeto com vistas à melhoria de processos e produtos", reconhece a especialista do CIEE.
Contudo, Laura recomenda que, se a empresa for objeto exclusivo do TCC do estudante, ele terá de procurá-la para desenvolver o projeto. Caso a companhia seja apenas parte do trabalho ou uma das fontes, é importante (tanto para o projeto quanto para o contato) que o jovem se informe antes sobre ela, por meio de seu site ou dos noticiários.
"É importante também estar munido de uma carta de indicação do professor-orientador. Depois de concluído o TCC, o jovem deve encaminhar cópias para a pessoa que o atendeu e para o presidente da empresa, com cartas de agradecimento", avalia a especialista.
De fato, a contratação, a partir de um TCC, pode ou não acontecer e dependerá do fato da existência ou não de vagas na companhia. Entretanto, é importante demonstrar interesse em trabalhar ou em ser efetivado, revela Laura.

Trabalhando para o futuro
A mesma regra do trabalho de conclusão eficiente se enquadra no curso de Sistemas para Internet, da Veris Faculdades, onde, por meio do projeto "TCC Profissionalizante", os alunos ganham a chance de se prepararem para o mercado de trabalho praticando responsabilidade social.
Coordenado pelo professor Jefferson Pezeta, o projeto, que possui parceria com diversas ONGs (Organizações Não-Governamentais), proporciona ao estudante a chance de desenvolver ou reformular um site para uma destas instituições.
“A elaboração do TCC começa no segundo semestre do curso com a orientação de professores especializados. Os alunos desenvolvem o projeto com foco nas necessidades da instituição selecionada e, durante esse período, apresentam sugestões e melhorias, fazendo os ajustes necessários de acordo com as orientações da entidade para quem estão trabalhando”, afirma Pezeta.
De acordo com o professor, a iniciativa ajuda o aluno a se colocar no mercado de trabalho, já que o produto desenvolvido por ele poderá ser utilizado como parte de seu portfólio de apresentação. Cerca de cem alunos já passaram pelo projeto, segundo ele.

Congresso de Informação de Custos e Qualidade do Gasto Público

I CONGRESSO DE INFORMAÇÃO DE CUSTOS E QUALIDADE DO GASTO NO SETOR PÚBLICO
A organização do I Congresso “Informação de Custos e Qualidade do Gasto no Setor Público” informa que, além de vários palestrantes consagrados na área, no dia 1º de setembro de 2010 o evento contará, também, com a participação do Sr. Ministro de Estado da Fazenda, Guido Mantega, abrindo as atividades do dia (9h às 9h15), em seguida acontecerão as palestras do Prof Eliseu Martins da FEA/USP com o tema: “Custos e Contabilidade como Instrumento Gerencial” e do Delfim Neto, com o tema: “Uma Visão Macro da Qualidade do Gasto no Setor Público”, de 10h34 às 11h35.

O Congresso será realizado nos dias 31 de agosto, 1 e 2 de setembro de 2010 no auditório da ESAF, em Brasília/DF, e será retransmitido para todos os estados brasileiros via TV do Governo Federal (EBC), via videoconferência e via tecnologia vídeo streaming, caso você queira receber o certificado de participação acesse o site e se inscreva em algum ponto de retransmissão oficial do evento localizado em seu estado. Caso você queira assistir em sua residência ou no trabalho poderá fazê-lo, não obstante não terá direito ao certificado. O link para acesso remoto poderá ser acessado por meio do site: http://www.custosnosetorpublico.info
Fonte: Blog do Prof. Lino Martins da Silva

23 de ago. de 2010

Petróleo e Preservação

Equador troca petróleo por preservação
Acordo com PNUD prevê que país não explore poços em reserva na Amazônia e, como compensação, receba recursos de países ricos

Fonte: PrimaPagina

O governo do Equador e o PNUD assinaram um acordo que prevê não explorar um campo de petróleo em uma área de proteção ambiental na Amazônia. Como compensação por deixar intacto o equivalente a 13% de suas reservas de óleo, o país pretende receber pelo US$ 3,5 bilhões de nações ricas.
O acordo engloba um dos campos petrolíferos do Parque Nacional Yasuní, o ITT, que abriga 846 milhões de barris de petróleo. As reservas totais do país somam 6,5 bilhões de barris, segundo dados da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Sem produzir petróleo, principal item da pauta de exportação equatoriana, o ITT deixará de emitir mais de 400 milhões de toneladas de carbono. Em troca, o Equador buscará junto com o PNUD contribuições da comunidade internacional para proteger o parque, prevendo receber ao menos metade dos US$ 7 bilhões que obteria caso o petróleo fosse explorado. O país pretende reverter o dinheiro para desenvolvimento de energias renováveis.
“Estamos assistindo à inauguração de novos instrumentos de cooperação que servirão de base para o apoio a outros esforços nacionais e internacionais voltados para a busca de economias que estão em harmonia com a sociedade, a natureza e o planeta.”, afirmou a administradora associada do PNUD, Rebeca Grynspan, que esteve presente na assinatura do termo, em Quito.
O Parque Nacional Yasuní, onde ficam os campos de petróleo, está localizado no vale do Napo Superior da Amazônia Ocidental e abrange 982 mil hectares. A região possui uma enorme biodiversidade (150 espécies de anfíbios, 120 de répteis e 4 mil plantas por hectare)e abriga a tribo indígena tagaeri-taromenane. O parque é considerado Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO desde 1982.

Valor contábil e de mercado: Vale e Petrobras

Essas e outras discussões confirmam como os profissionais de Contabilidade e Finanças trabalham com normas que levam a conclusões diferenciadas, provando que não estamos lidando com uma ciência exata!
Vale não passou a Petrobras, diz Economática

A Economática fez novas contas e desmente a informação de que a Vale tenha passado a Petrobras em valor de mercado.
Pelos números divulgados hoje nos jornais, a Petrobras tinha perdido o posto de maior empresa na Bovespa. Segundo esses cálculos, a Petrobras valia ontem US$ 144,6 bilhões, e a Vale, US$ 145,5 bilhões.
A Economática tem outros números.
Segundo a consultoria, o valor de mercado da Petrobras é de R$ 253,1 bilhões, enquanto o da Vale é R$ 251,4 bilhões.
A Economática esclarece que o cálculo do valor de mercado não deve incluir as ações em tesouraria, e por isso não devem ser computadas as 77 milhões de acoes que a Vale tem em tesouraria.
“Se o valor de mercado é, em teoria, o quanto um investidor gastaria para comprar todas as ações da empresa, as ações na tesouraria da empresa não devem ser computadas porque ao comprar todas as outras ações este investidor automaticamente passaria a ser dono também das ações que estão na posse da empresa (ações em tesouraria)”, afirma Fernando Exel, presidente da Economatica.
A consultoria acrescenta ainda que o cálculo sem as ações em tesouraria é o modelo adotado pelas bolsas americanas Nyse e Nasdaq.
Fonte: iG

10 de ago. de 2010

Um português

Foi lançado um site chamado Um português (http://www.umportugues.com) com o intuito de nos ajudar nesta transição entre a antiga e a nova ortografia.

O site possui um verificador ortográfico.

Você copia ou digita o texto a ser analisado e ele, além de corrigir as palavras que estão escritas de modo incorreto, também te explica o porque dos erros.

Esta é uma iniciativa muito interessante e útil.


Créditos: Blog Análise de Balanço (Prof. Alexandre Alcantara)

Links

Links de Blogs indicados
1.
As Dívidas dos Clubes Brasileiros em 2009
2. Fora do Balanço (Off Balance sheet)
3. Contabilidade Pública Seguirá Padrão Global

A vez das Pequenas

Entidades pleiteiam criação do Ministério da Pequena Empresa
Fonte: DCI
Entidades empresariais vão levar aos presidenciáveis a proposta de criação do Ministério das Micro e Pequenas Empresas. Querem também inserir esses e outros temas semelhantes na pauta das campanhas eleitorais em todos os níveis, como a proibição de práticas tributárias consideradas prejudiciais ao segmento.
Essas ações foram anunciadas ontem por dirigentes da Confederação Nacional das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Comicro) e da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon).
Assuntos que deverão rechear a pauta de sugestões aos candidatos foram discutidos esta semana, em Brasília, durante o seminário Agenda Estratégica das Micro e Pequenas Empresas. O evento foi realizado entre terça-feira e ontem para apresentar propostas para os próximos dois, cinco e 10 anos. É uma iniciativa do Fórum Permanente da Micro e Pequena Empresa, que reúne entidades empresariais, órgãos governamentais e entidades de apoio, como o Sebrae.
"O Ministério das Micro e Pequenas Empresas será um marco para inaugurar uma nova fase de políticas públicas voltadas para o segmento", disse ao DCI o presidente da Comicro, José Tarcísio da Silva. A ideia já foi defendida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pela candidata do PT Dilma Rousseff, na forma do Ministério do Empreendedorismo. "Queremos que todos os candidatos se comprometam com a proposta para torná-la irreversível", justificou Silva.
A Comicro correspondeu ao apelo manifestado durante abertura do evento pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Durante o discurso, o ministro destacou que os pequenos empresários devem se organizar para tentar colocar na pauta eleitoral a questão da criação de um novo ministério. "Sou contra a criação de ministérios porque já são muitos, mas acho que a criação de um para as pequenas e microempresas é fundamental para o País", afirmou.
Aos presidenciáveis, a Fenacon vai pedir a eliminação da substituição tributária. Trata-se de prática pela qual os governos estaduais cobram da indústria a alíquota integral do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Com isso, anulam a redução do impostos, prevista para o segmento, pela Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas.
"Vamos cobrar o compromisso dos candidatos para eliminar essa prática", disse o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon.
Segundo ele, a entidade pretende apresentar aos presidenciáveis e demais candidatos um levantamento sobre a adoção da prática em pelo menos 22 governos estaduais.

As grandes da Auditoria

Alta concentração
Texto de Fernando Torres (Jornal Valor Econômico) em 10.08.2010

Os três maiores contratos do setor garantiram à PricewaterhouseCoopers (PwC) 69% do total de R$ 132,1 milhões que ela faturou fazendo a auditoria de 33 companhias abertas entre as 200 maiores do país em 2009. Isso dá uma ideia de como os grandes clientes são importantes nesse mercado. O Itaú Unibanco foi o que mais gastou com auditoria dos balanços no ano passado: R$ 38,7 milhões. O Bradesco aparece em segundo, com despesa de R$ 31,4 milhões, e é seguido pela mineradora Vale, que desembolsou R$ 21,1 milhões.
Petrobras, auditada pela KPMG, e Santander, pela Deloitte, completam a lista das cinco empresas abertas que mais pagaram aos auditores no ano passado.

Os dados foram obtidos com informações divulgadas pela primeira vez pelas companhias abertas brasileiras e que constam dos Formulários de Referência enviados à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O estudo considera a soma do que as empresas pagaram pela auditoria dos balanços e também em outros serviços.

Antes da divulgação desses dados no formulário, a única informação que havia sobre a divisão do mercado de auditoria era o ranking da CVM, que mostra as maiores do setor por número de clientes, entre as mais de 500 companhias abertas do Brasil.

Os números obtidos com base nos Formulários de Referência mostram que os bancos são destaque em termos de custo de auditoria. Além de terem centenas de bilhões de reais em ativos e milhares de agências, eles ainda demandam serviços específicos por questões regulatórias ligadas à gestão de risco. Há ainda uma certa correlação entre porte e gasto com auditoria, embora haja algumas distorções.

É importante destacar que, entre as instituições financeiras, não existe mais rodízio de auditorias a cada cinco anos. Nas demais empresas abertas, sob fiscalização da CVM, a troca periódica de firmas está suspensa ao menos até o fim do processo de mudança contábil para o padrão internacional, chamado de IFRS.

Além de mostrar concentração maior entre as quatro grandes, o levantamento do Valor aponta uma configuração de mercado diferente daquela que aparece no ranking elaborado pela CVM. Enquanto a KPMG lidera o ranking oficial, com 99 clientes entre as companhias abertas, ela aparece na terceira posição na pesquisa feita pelo jornal. A maior participação de mercado entre as 200 empresas da lista do Valor está com a Deloitte, com 51 contratos. Somada com a Terco, a Ernst & Young encosta na líder, com 50 contas.

Já a PwC, líder em receita, fica no quarto lugar tanto no levantamento do jornal como no da CVM em número de clientes.

No ranking por receita, a Deloitte ficou em segundo por esse quesito, com R$ 89,4 milhões. A KPMG veio em terceiro lugar por esse critério, com R$ 74,6 milhões, mas deve ser superada pela soma da Ernst & Young (R$ 68,7 milhões) com a Terco (R$ 11,1 milhões), que alcança R$ 79,8 milhões.

Segundo Henrique Luz, sócio da PricewaterhouseCoopers, o mercado de capitais ainda incipiente no Brasil tira representatividade do ranking da CVM. "Nos EUA, das 500 maiores empresas, 99% são companhias abertas. No Brasil, das 500 maiores, só 40% são cotadas em bolsa", afirma.

Já Charles Krieck, sócio de auditoria da KPMG, que lidera o ranking da autarquia, tem outra visão. "É claro que não é coisa mais importante do mundo, porque nem todas as empresas são abertas. Mas ele é interessante porque mostra o quanto de experiência você tem nesse mercado e qual foi o crescimento nos últimos anos", afirma.

Sobre o movimento da concorrente Ernst & Young com a Terco, os dois disseram ver a transação como uma consequência da disputa pelo mercado, especialmente do segmento de pequenas e médias empresas, que eles também garantem que estão disputando. "Seria totalmente inaceitável não olhar esse segmento no Brasil emergente", diz Luz, da PwC.

Para Krieck, da KPMG, é uma visão errada achar que as quatro grandes do setor só têm clientes de grande porte. "Mais da metade dos nossos clientes são pequenas e médias", diz o executivo.

Novos pronunciamentos CPC

CVM edita Deliberações que aprovam pronunciamentos do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Fonte: Comunicação CVM
A Comissão de Valores Mobiliários editou no dia 06/08/2010, as Deliberações CVM nos 636, 637 e 638 que referendam os seguintes Pronunciamentos e Interpretações Técnicas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis:

1) Pronunciamento Técnico CPC 41 - Resultado por Ação;
2) Interpretação Técnica ICPC 13 - Direitos a Participações Decorrentes de Fundos de Desativação, Restauração e Reabilitação Ambiental; e
3) Interpretação Técnica - ICPC 15 - Passivos Decorrentes de Participação em um Mercado Específico - Resíduos de Equipamentos Eletroeletrônicos.

O objetivo do CPC 41 é estabelecer a base para a determinação e apresentação do resultado por ação, a fim de melhorar as comparações de desempenho entre diferentes companhias no mesmo período, bem como para a mesma companhia em períodos diferentes. Mesmo que os dados do resultado por ação tenham limitações por causa das diferentes políticas contábeis que podem ser usadas, um denominador determinado de forma consistente aprimora os relatórios financeiros. O foco do Pronunciamento está no denominador do cálculo do resultado por ação.

O CPC 41 inclui, ainda, um guia de aplicação e uma gama de exemplos ilustrativos. O Apêndice A2 do pronunciamento foi elaborado considerando as particularidades societárias inerentes à forma de constituição do capital social e a natureza dos instrumentos de dívida existentes no contexto brasileiro.

As Interpretações ICPC 13 e 15, embora de menor complexidade e pouca frequência entre as empresas brasileiras, complementam o conjunto de normas para convergência das práticas contábeis brasileiras às normas internacionais emitidas pelo International Accounting Standards Board - IASB.

Esses e os outros pronunciamentos emitidos pelo comitê de pronunciamentos Contábeis estão disponíveis no site: http://www.cpc.org.br

5 de ago. de 2010

Adoção do IFRS é positiva para o Brasil

Conselho considera positiva adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade

Por Alana Gandra (da Agência Brasil) em 05/08/2010

A adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade (na sigla em inglês IFRS - International Financial Reporting Standards) não vai alterar a essência ou característica da contabilidade do país, que permanece a mesma. A iniciativa vai apenas adequar os balanços das empresas brasileiras ao padrão internacional de contabilidade. Foi o que disse hoje (5) o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro. “Queremos apenas jogar lá fora com as leis do mercado.”
Comparando as normas internacionais de contabilidade ao futebol, ele disse que a meta é que o país tenha as mesmas regras que são válidas em todo o mundo. “Imagine se as regras do futebol no Brasil fossem diferentes das dos demais países? Seria muito difícil competir”.
O Brasil será o primeiro país do mundo a adotar as IFRS para a totalidade das empresas, já a partir deste ano. As IFRS começaram a ser adotadas na União Europeia em 2005 e passaram a ser aplicadas às grandes companhias brasileiras e instituições financeiras a partir de 2007. Este ano, elas deverão ser adotadas também pelas micro, pequenas e médias empresas, que representam cerca de 99% das companhias nacionais.
Explicou que durante muito tempo o Brasil perdeu oportunidades e espaço no exterior porque a forma de contabilizar era diferente de outros países. “O Brasil foi, de certa forma, preterido em muitos negócios internacionais, porque as regras eram desfavoráveis ao país. No momento em que adota essas normas internacionais, o Brasil estabelece essa condição igualitária”.
A adequação às IFRS contribui para a redução da mortalidade das empresas, porque suas demonstrações financeiras são apresentadas de forma mais transparente e levam a um melhor gerenciamento das contas. O processo melhora a captação de crédito com os agentes financeiros e sua relação também com os fornecedores, afirmou Juarez Carneiro. ”Conhecendo a contabilidade dessa empresa e sabendo de sua condição financeira, ele tem condições até de estabelecer uma linha de crédito maior para compras a prazo”.
O presidente do CFC estimou que as IFRS poderão ainda ter reflexos positivos sobre a geração de emprego nas companhias de todos os portes. “Estamos falando não só de normas internacionais, mas também de gerenciamento. Estamos falando de empresas que vão se estruturar melhor na área financeira. E essa estruturação demanda pessoas. Acredito que um dos impactos, quando a empresa melhora a gestão, é ter um resultado melhor, seja na venda, como nos serviços. E isso pode reverter em mais postos de trabalho para essas empresas.”

O insustentável preconceito do ser!

Por Rosana Jatobá

Era o admirável mundo novo! Recém-chegada de Salvador, vinha a convite de uma emissora de TV, para a qual já trabalhava como repórter. Solícitos, os colegas da redação paulistana se empenhavam em promover e indicar os melhores programas de lazer e cultura, onde eu abastecia a alma de prazer e o intelecto de novos conhecimentos.

Era o admirável mundo civilizado! Mentes abertas com alto nível de educação formal. No entanto, logo percebi o ruído no discurso:

- Recomendo um passeio pelo nosso "Central Park", disse um repórter. Mas evite ir ao Ibirapuera nos domingos, porque é uma baianada só!
-Então estarei em casa, repliquei ironicamente.
-Ai, desculpa, não quis te ofender. É força de expressão. Tô falando de um tipo de gente.
-A gente que ajudou a construir as ruas e pontes, e a levantar os prédios da capital paulista?
-Sim, quer dizer, não! Me refiro às pessoas mal-educadas, que falam alto e fazem "farofa" no parque.
-Desculpe, mas outro dia vi um paulistano que, silenciosamente, abriu a janela do carro e atirou uma caixa de sapatos.
-Não me leve a mal, não tenho preconceitos contra os baianos. Aliás, adoro a sua terra, seu jeito de falar....

De fato, percebo que não existe a intenção de magoar. São palavras ou expressões que , de tão arraigadas, passam despercebidas, mas carregam o flagelo do preconceito. Preconceito velado, o que é pior, porque não mostra a cara, não se assume como tal. Difícil combater um inimigo disfarçado.

Descobri que no Rio de Janeiro, a pecha recai sobre os "Paraíba", que, aliás, podem ser qualquer nordestino. Com ou sem a "Cabeça chata", outra denominação usada no Sudeste para quem nasce no Nordeste.

Na Bahia, a herança escravocrata até hoje reproduz gestos e palavras que segregam. Já testemunhei pessoas esfregando o dedo indicador no braço, para se referir a um negro, como se a cor do sujeito explicasse uma atitude censurável.

Numa das conversas que tive com a jornalista Miriam Leitão, ela comentava:

-O Brasil gosta de se imaginar como uma democracia racial, mas isso é uma ilusão. Nós temos uma marcha de carnaval, feita há 40 anos, cantada até hoje. E ela é terrível. Os brancos nunca pensam no que estão cantando. A letra diz o seguinte:

"O teu cabelo não nega, mulata
Porque és mulata na cor
Mas como a cor não pega, mulata
Mulata, quero o teu amor".

"É ofensivo", diz Miriam. Como a cor de alguém poderia contaminar, como se fosse doença? E as pessoas nunca percebem.

A expressão "pé na cozinha", para designar a ascendência africana, é a mais comum de todas, e também dita sem o menor constragimento. É o retorno à mentalidade escravocrata, reproduzindo as mazelas da senzala.

O cronista Rubem Alves publicou esta semana na Folha de São Paulo um artigo no qual ressalta:

"Palavras não são inocentes, elas são armas que os poderosos usam para ferir e dominar os fracos. Os brancos norte-americanos inventaram a palavra 'niger' para humilhar os negros. Criaram uma brincadeira que tinha um versinho assim:
'Eeny, meeny, miny, moe, catch a niger by the toe'...que quer dizer, agarre um crioulo pelo dedão do pé (aqui no Brasil, quando se quer diminuir um negro, usa-se a palavra crioulo).
Em denúncia a esse uso ofensivo da palavra , os negros cunharam o slogan 'black is beautiful'. Daí surgiu a linguagem politicamente correta. A regra fundamental dessa linguagem é nunca usar uma palavra que humilhe, discrimine ou zombe de alguém".

Será que na era Obama vão inventar "Pé na Presidência", para se referir aos negros e mulatos americanos de hoje?

A origem social é outro fator que gera comentários tidos como "inofensivos", mas cruéis. A Nação que deveria se orgulhar de sua mobilidade social, é a mesma que o picha o próprio Presidente de torneiro mecânico, semi-analfabeto. Com relação aos empregados domésticos, já cheguei a ouvir:

- A minha "criadagem" não entra pelo elevador social !

E a complacência com relação aos chamamentos, insultos, por vezes humilhantes, dirigidos aos homossexuais ? Os termos bicha, bichona, frutinha, biba, "viado", maricona, boiola e uma infinidade de apelidos, despertam risadas. Quem se importa com o potencial ofensivo?

Mulher é rainha no dia oito de março. Quando se atreve a encarar o trânsito, e desagrada o código masculino, ouve frequentemente:

- Só podia ser mulher! Ei, dona Maria, seu lugar é no tanque!
Dependendo do tom do cabelo, demonstrações de desinformação ou falta de inteligência, são imediatamente imputadas a um certo tipo feminino:
-Só podia ser loira!

Se a forma de administrar o próprio dinheiro é poupar muito e gastar pouco:
- Só podia ser judeu!

A mesma superficialidade em abordar as características de um povo se aplica aos árabes. Aqui, todos eles viram turcos. Quem acumula quilos extras é motivo de chacota do tipo: rolha de poço, polpeta, almôndega, baleia ...

Gosto muito do provérbio bíblico, legado do Cristianismo: "O mal não é o que entra, mas o que sai da boca do homem".

Invoco também a doutrina da Física Quântica, que confere às palavras o poder de ratificar ou transformar a realidade. São partículas de energia tecendo as teias do comportamento humano.

A liberdade de escolha e a tolerância das diferenças resumem o Princípio da Igualdade, sem o qual nenhuma sociedade pode ser Sustentável.

O preconceito nas entrelinhas é perigoso, porque , em doses homeopáticas, reforça os estigmas e aprofunda os abismos entre os cidadãos. Revela a ignorancia e alimenta o monstro da maldade.

Até que um dia um trabalhador perde o emprego, se torna um alcóolatra, passa a viver nas ruas e amanhece carbonizado:

-Só podia ser mendigo!

No outro dia, o motim toma conta da prisão, a polícia invade, mata 111 detentos, e nem a canção do Caetano Veloso é capaz de comover:

-Só podia ser bandido!

Somos nós os responsáveis pela construção do ideal de civilidade aqui em São Paulo, no Rio, na Bahia, em qualquer lugar do mundo. É a consciência do valor de cada pessoa que eleva a raça humana e aflora o que temos de melhor para dizer uns aos outros.

PS: Fui ao Ibirapuera num domingo e encontrei vários conterrâneos...

Rosana Jatobá é jornalista, graduada em Direito e Jornalismo pela Universidade Federal da Bahia, e mestranda em gestão e tecnologias ambientais da Universidade de São Paulo. Também apresenta a Previsão do Tempo no Jornal Nacional, da Rede Globo.

Esse texto é parte da série de crônicas sobre Sustentabilidade publicada na CBN

4 de ago. de 2010

Divulgação Workshop Desenvolvimento de Carreiras




Links

1. O Nordeste Muito Além das Praias e da Água de Coco

A voz do Brasil no IASB

Conselho internacional de normas quer ouvir o Brasil

Texto de Fernando Torres (São Paulo) publicado no Jornal Valor Econômico em 02/08/2010

Único representante brasileiro no colegiado do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB), o ex-chefe do departamento de normas do Banco Central (BC) Amaro Gomes desembarca nesta semana no Brasil com uma missão: estimular a participação de empresas, investidores e agentes locais no processo de discussão das novas regras contábeis internacionais, chamadas de IFRS.

Em entrevista exclusiva ao Valor, Gomes contou que o IASB considera importante a opinião dos brasileiros. "O Brasil é a 11ª economia do mundo e tem empresas que estão entre as primeiras do mundo em diversos setores. Todos querem ouvir o que elas têm a dizer", afirma.

Ele cita como exemplo uma discussão que se iniciou recentemente sobre regras contábeis relacionadas à indústria extrativista, em que as posições da Petrobras e da Vale, por exemplo, seriam de extrema importância.

A manifestação de empresas e entidades brasileiras já começou, com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN) e empresas de energia elétrica tendo enviado comentários em discussões recentes do IASB. "A minha ideia, o meu desejo, é que essas contribuições aumentem e sejam mais regulares", afirma o conselheiro do órgão.

Entre hoje e quarta-feira, Gomes estará no Rio para participar de evento organizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O seminário, que ocorrerá na sede do banco, terá como tema a adoção do IFRS pelas pequenas e médias empresas, o que passa a ser obrigatório a partir do balanço de 2010. Há 700 inscritos, e o ex-funcionário do Banco Central diz que será o maior evento do tipo com a participação do IASB, se for considerado que o público é de apenas um país.

Na quinta e na sexta-feira, além de participar em São Paulo de outro evento ligado à contabilidade, este organizado pelo Banco Central, Amaro tem encontros marcados com representantes da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC) e também da Associação Brasileira das Companhias Abertas (ABRASCA).

Nesses encontros é que o conselheiro do IASB pretende incentivar uma maior participação dos brasileiros nas discussões das novas normas contábeis, assim como receber um retorno das entidades sobre o processo de adoção do IFRS pelas empresas de capital aberto, que já está em curso.

Não está prevista nenhuma reunião formal de Gomes com membros do CPC. Mas está mantida a segunda reunião técnica entre os dois órgãos, agendada para setembro, e que desta vez ocorrerá em Londres.

Cerca de um ano após a entrada no IASB, Gomes se diz plenamente adaptado à nova função e também à vida na Inglaterra.

Questionado sobre as reuniões em busca de convergência contábil com o FASB, órgão que edita as normas nos Estados Unidos, o ex-funcionário do BC garante que o clima é tranquilo, apesar de reconhecer que há pontos em que não existe consenso atualmente. "Sinceramente, estamos trabalhando muito bem juntos. Mas é natural que em um processo que envolve 15 pessoas do lado IASB e cinco do FASB nem todos concordem com as mesmas alternativas."

Ele faz questão de ressaltar, entretanto, que mesmo sobre instrumentos financeiros, em que as divergências parecem mais gritantes, nem tudo está perdido. Isso porque o texto colocado em audiência pública pelo FASB, que acaba com o registro pelo custo amortizado (ao contrário do que diz o IFRS 9), ainda pode mudar após a manifestação do mercado. Se isso não funcionar, a saída será apresentar, nos dois padrões, as diferenças nas notas explicativas.

Problemas de Auditoria (II)

Regulador vê falhas em trabalhos da E&Y

Texto de Nelson Niero (São Paulo) publicado no Jornal Valor Econômico em 04/08/2010

A Ernst & Young Auditores Independentes também não passou no crivo do regulador americano de contabilidade.

O Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB , na sigla em inglês) divulgou na segunda-feira mais uma lista de inspeções feitas em firmas de auditoria que atuam fora dos Estados Unidos, que incluiu a operação brasileira da E&Y, uma das chamadas "quatro grandes" do mercado global de contabilidade.

Anteriormente, o órgão divulgou relatórios sobre a Deloitte e a BDO no Brasil, com ressalvas.

No caso da E&Y, a equipe da PCAOB informa ter identificado "o que considerou ser deficiências de auditoria". Esses problemas foram encontrados em dois de três trabalhos examinados e, pela relevância, os investigadores concluíram que os auditores da E&Y "não obtiveram comprovação suficiente para dar base às suas opiniões sobre as demonstrações financeiras" dos clientes.

Os nomes das empresas não foram divulgados.

Os itens destacados pelo PCAOB estão relacionados com contratos fechados pelas empresas para proteger os balanços de variações cambiais e de taxas de juros. Num deles, o órgão afirma que os procedimentos de auditoria não foram suficientes para avaliar a operação.

A conclusão é contestada pela E&Y. "A auditoria é feita por amostra, com base no risco e na relevância", diz Idésio Coelho, diretor de auditoria da E&Y. Ele exemplifica: se a empresa tem 100 contratos de hedge, o auditor examina 10, por exemplo. "A equipe do PCAOB achou que deveriam ter sido feios mais testes. Refizemos, e a conclusão não mudou." A empresa, no caso, tinha despesas em dólar, e fez o contrato para proteger seu fluxo de caixa. Segundo ele, a possível deficiência já havia sido identificada pela revisão interna da firma.

A auditoria examina esses contratos de proteção cambial para saber se são "efetivos", ou seja, se protegem de fato o caixa da empresa. Isso é importante para determinar como as operações serão registradas no balanço. Se forem efetivas, são "marcadas na curva", pela taxa média. Caso contrário, serão registradas pelo valor de mercado, o que pode representar uma variação brusca nos números divulgados.

O outro ponto refere-se a um empréstimo em dólar com taxa de juros flutuante. A empresa trocou, no hedge, a moeda para reais, a uma taxa fixa.

"Nos dois casos não houve mudança no resultado, no patrimônio, nem no parecer", diz Coelho. "Foram intervenções pontuais."

A inspeção do PCAOB na E&Y foi feita no fim de 2006. Segundo Coelho, foram quatro semanas, divididas entre uma avaliação interna da firma - política de avaliação de sócios, relacionamentos de negócios, revisão de qualidade etc. - e o acompanhamento dos trabalhos nos clientes.

"Em algumas ocasiões, a equipe do PCAOB gastou mais tempo na revisão do que os auditores no trabalho original", diz.

O órgão privado americano, criado pela Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, depois dos escândalos empresariais do início da década, examina todas as firmas de auditoria cujos clientes tenham papéis negociados no mercado americano. De 2005 até junho deste ano, o PCAOB fez inspeções em 34 países. Partes do relatório, especialmente a que se refere às críticas ao sistema de controle de qualidade, são mantidas em sigilo, a não ser que a firma não consiga reparar os erros encontrados.

Problemas de Auditoria (I)

Domínio das quatro grandes volta à pauta

Texto de Rachel Sanderson, do Financial Times (Londres) publicado no Jornal Valor Econômico em 04/08/2010

O domínio das quatro grandes firmas mundiais de contabilidade, PricewaterhouseCoopers, Ernst & Young, KPMG e Deloitte, as "Big Four", como são conhecidas em inglês, voltou à agenda dos órgãos de regulamentação.

Nesta semana, a Câmara dos Lordes, no Reino Unido, tornou-se mais uma instituição a abrir investigação sobre o papel desempenhado pelos contadores - especialmente das quatro grandes - na crise financeira.

A Comissão Europeia já havia anunciado outra investigação sobre os trabalhos de auditoria e contabilidade, incluindo a questão do impacto que o "domínio" das quatro grandes pode ter na estabilidade financeira. Isso pode levar a mudanças na forma como as empresas são regulamentadas e até como são estruturadas.

Paralelamente, a Autoridade de Serviços Financeiros (FSA, órgão regulador do mercado britânico), intensificou sua retórica neste mês ao criticar os auditores por "uma preocupante falta de ceticismo" em algumas das auditorias de instituições financeiras.

Essas três investigações são observadas de perto por autoridades reguladoras nos Estados Unidos e Ásia, pois são consideradas como a vanguarda do que se pensa sobre a profissão após a crise financeira mundial. Suas conclusões deverão sair no quarto trimestre, o que traz a perspectiva de que os contadores seniores, após o recesso de verão, terão meses bem quentes pela frente.

Se toda essa situação parece ser familiar, é porque de fato o é. O debate sobre a credibilidade dos auditores e, em particular, o domínio das quatro grandes não é novo. Está em voga desde 2003, quando a quebra da Arthur Andersen, após ser acusada por seu papel na fraude contábil da Enron, reduziu as cinco grandes para quatro.

Tendo em vista as investigações subsequentes nos EUA e Europa - que deixaram o status quo inalterado - algumas das quatro grandes empresas de contabilidade sentem-se frustradas em terem virado alvo de outra série de investigações tão pouco tempo depois.

Argumentam que a concorrência e a disputa de preços é ferrenha e que o motivo de terem o domínio entre as multinacionais - trabalham com 96% das empresas do índice FTSE 350 no Reino Unido - é por terem a experiência internacional exigida pelos clientes.

Algumas das sugestões mais radicais cogitadas, como dar um prazo às quatro grandes, digamos de 18 meses, para desmembrarem suas operações em dois ou abolir completamente os informes de auditoria, são tão improváveis quanto impraticáveis.

Depois da crise, no entanto, alternativas como encorajar concorrências abertas mais frequentes, exigem consideração como forma de abrir um setor que parece alarmantemente estático.

Segundo informe do governo britânico divulgado em 2006, apenas 2,1% das empresas do FTSE 100 trocaram de auditor por ano, em média, de 1996 a 2004.

A introdução das auditorias conjuntas, como na França, poderia ser uma forma de abrir o mercado, embora continuem as preocupações sobre o custo acarretado às empresas e se isso realmente ampliaria a concorrência para mais de cinco ou seis firmas.

A Grant Thornton, umas das seis grandes, defende que as autoridades acabem com o que entende estar virando uma tendência entre os bancos. Exigir que as companhias às quais concedem empréstimos usem alguma das quatro grandes. As evidências disso são escassas, mas Steve Maslin, chefe de assuntos externos da Grant Thornton, diz que restrições desse tipo levaram sua firma a perder pelo menos um acordo recente.

O aumento na concorrência poderia surgir a partir das mudanças resultantes do novo cenário de regulamentação pós-crise.

Uma ideia mais nova é encorajar comissões de auditoria para distribuir, para mais de uma firma, as auditorias geograficamente ou de acordo com sua categoria. É uma ideia interessante até porque atende aos pedidos de investidores de ampliação da segmentação da contabilidade, para que tenham uma noção mais clara para onde o dinheiro vai.

O contador ideal

O contador ideal que as empresas procuram no momento

Com a adoção de regras internacionais, empresas buscam profissionais de contabilidade com perfil mais voltado para o mundo dos negócios

Texto de Talita Abrantes publicado no Portal Exame em 04/08/2010

O crescimento da presença das empresas brasileiras no mercado financeiro internacional está revolucionado o perfil dos contadores no país. Além de aumentar a demanda, o novo cenário pede profissionais com um perfil mais estratégico e voltado para o mundo dos negócios.

Isso significa que a imagem de senhores sisudos que passam o dia atrás de uma calculadora científica e de uma montanha de formulários não cola mais com essa carreira. "O profissional de contabilidade deixou de ser tecnicista", afirma Edgar Cornachione, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP).

Os executivos das principais empresas brasileiras confirmam isso. Segundo pesquisa da consultoria Robert Half divulgada em julho, 96% das companhias brasileiras admitem que os profissionais de contabilidade tornaram-se peças centrais para a tomada de decisões.

De acordo com especialistas, o aquecimento da economia e o crescimento da participação brasileira no mercado internacional são os principais fatores para essa mudança nos rumos da profissão. "A competição está mais acirrada. Isso faz com que a empresa fique mais pressionada pelo mercado", diz Edilene Santana Santos professora da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP).

Nesse novo cenário, as companhias estão mais cautelosas durante os processos decisórios. E, por conta disso, cresce a demanda por profissionais capazes de analisar todas as variáveis em questão.

O pesquisador da USP exemplifica isso com situações de compra de ativos pela empresa. Segundo ele, antes, o contador era chamado para apenas registrar a operação. "Hoje, ele participa da decisão junto com os outros gestores", diz.

Regras internacionais

O fenômeno é uma tendência mundial. "Recentemente, os países membros do G20 definiram que é prioritária a adoção de uma linguagem comum de contabilidade entre as nações do mundo", lembra Maria Clara Cavalcante Bugarim, vice-presidente de Desenvolvimento Profissional e Institucional do Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

Novo Manual de Contabilidade

Nova publicação para novas exigências

Em entrevista, o Professor Ariovaldo dos Santos comenta a obra Manual de Contabilidade Societária recentemente publicado pela editora Atlas, como atualização do tradicional Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações.

Entrevista publicada no Jornal do Comércio do Rio Grande do Sul (JCRS), em 28/07/2010.

Em 1977, logo após a revolução contábil do século passado no Brasil trazida pela edição da Lei das S.A. (nº 6.404/76), a FIPECAFI foi procurada pela CVM para editar o Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, que visava a orientar as empresas, os profissionais e o mercado em geral a respeito de tantas e importantes evoluções. A razão é que praticamente tudo o que havia de novidade em matéria contábil nessa lei já vinha sendo pesquisado e ensinado no Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP. A partir da década de 1990, com a criação da Comissão Consultiva de Normas Contábeis da CVM, essa autarquia passou a emitir um grande conjunto de normas já convergentes às do IASB, dentro dos limites que a lei permitia, e aquele manual as foi incorporando ao longo de várias edições. Diversas outras evoluções foram também sendo inseridas. Com a edição das Leis nº 11.638/07 e 11.941/09 e com a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), em 2005, produziu-se, durante 2008 e 2009, enorme conjunto de novas normas, aprovadas pela CVM e pelo CFC, agora com a convergência completa às normas internacionais de contabilidade. E essa está sendo a grande revolução contábil deste século no nosso País. O livro Manual de Contabilidade Societária – aplicável a todas as sociedades, publicado pela Editora Atlas em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) e a FEA/USP, traz uma abordagem moderna dos autores Sérgio de Iudícibus, Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbcke e Ariovaldo dos Santos sobre as novas normas internacionais da contabilidade.

JCRS - Como no futebol, a contabilidade precisava de normas globais compreensíveis por todos os países. Nas ciências contábeis, quem faz o papel do juiz, que é o mediador entre as regras e os jogadores?

Ariovaldo dos Santos - Entendo que essa é a responsabilidade que agora deverá ser assumida pelos profissionais de contabilidade. No passado um pouco dessa responsabilidade acabava não sendo assumida com argumentos, nem sempre aceitos e praticados por todos, de que, por exemplo, regras fiscais não permitiam este ou aquele procedimento. Hoje isso acabou. O governo fez a parte dele.

JCRS - Clientes, fornecedores e investidores passarão a entender aos brasileiros com mais facilidade, pois a contabilidade daqui estará adaptada ao padrão de fora. Existe alguma característica interna do País que deve ser mantida, compreendida ou absorvida pela contabilidade internacional?

Santos - Pessoalmente, acho que nossa experiência sobre o reconhecimento da inflação nas demonstrações contábeis é um desses temas. Chegamos a um alto estágio de conhecimento desse assunto, mas hoje estamos proibidos de utilizar tudo o que aprendemos,tanto para efeitos societários quanto fiscais. Na regra internacional existe essa previsão, mas com limites que não fazem o menor sentido. Talvez por isso o CPC, que congrega diversos especialistas nessa área, ainda tenha feito sua versão da regra internacional que trata desse assunto.

JCRS - Confiança na qualidade das informações, maior facilidade das operações e redução do custo de capital estão entre as vantagens que passarão a existir a partir da adoção das normas. Que outras consequências diretas e indiretas devem ocorrer?

Santos - Certamente essas citadas são muito importantes, mas entendo que a valorização dos profissionais de contabilidade não deve ser deixada de lado. A partir daí, nós mesmos, os profissionais da área, teremos muito a aprender em relação a àquilo que a contabilidade pode nos oferecer.

JCRS – Esta nova publicação traz as normas aplicadas às companhias abertas, às sociedades por ações fechadas, às sociedades de grande porte e às pequenas e médias empresas. Qual é o diferencial deste manual?

Santos - Na verdade, a Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (FIPECAFI) produziu um novo livro. Se bem que o livro anterior já trazia, em sua essência, o encaminhamento para as regras internacionais, mas com uma abrangência, pelas regras então existentes, que alcançava compulsoriamente apenas as companhias abertas. Agora, não temos mais as restrições legais e fiscais que existiam, e assim surgiu a exigência de uma nova publicação.

JCRS – Uma das características do IFRS é seu caráter interpretativo. De que forma isso contribui para a transparência, se cada contador pode interpretar as normas da sua maneira?

Santos - Em primeiro lugar vamos ter que aprender a fazer isso, afinal esse não é um quesito presente nos conteúdos das disciplinas ministradas nas diversas escolas do País. A contribuição para transparência da informação está na obrigação que passa a existir de que a interpretação deve ser divulgada. Como sabemos, as Notas Explicativas, atualmente, nem sempre explicam. Esse é o grande diferencial, a qualidade das notas deverá ser um dos pontos fundamentais para divulgarmos “nossas interpretações” de forma a tornar transparentes as demonstrações contábeis.

“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)