1 de mar. de 2011

Controladoria: Mercado de Trabalho

Controladoria muda e cria novas oportunidades

Texto de Mariana Celle - Brasil Econômico - 04/02/2011

Com demanda 10% maior e incremento de até 20% na remuneração, controller se torna também gestor

A demanda pelo profissional que assume a área de controladoria dentro das companhias aumentou 10% no ano passado, em relação a 2009. Enquanto a remuneração teve incremento de 15% a 20% na mesma base de comparação.

Os dados da consultoria internacional Michael Page revelam que o controller tem sido mais requisitado e que esta pode ser uma boa oportunidade para quem quer impulsionar seu plano de carreira na área.

A obrigatoriedade de adequação das empresas brasileiras de capital aberto ao padrão internacional de relatório financeiro (IRFS) tem sido uma das principais alavanca para a busca pelo profissional responsável pela área de controladoria, nos últimos anos. “Em dezembro de 2011, todos os balanços deverão ser baseados nas normas globais de contabilidade corporativa e as empresas começaram a se adaptar”, diz Fábio Frezzati, professor do MBA Controller da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

A aplicação das regras gerais abre o leque de oportunidades para o profissional, uma vez que isso permitirá que seu trabalho seja padronizado em qualquer outro país. Acredita-se que não haverá profissional suficiente no mercado, nos próximos anos, caso a demanda continue crescente.

“Um profissional leva de cinco a seis anos para estar pronto a assumir um posto de controller. É muito tempo se considerarmos um mercado com tanta procura”, diz Frezzati. O que também mudou em relação ao profissional responsável pela área de controladoria das empresas, foi o perfil. Atualmente, além da habilidade técnica em contabilidade, é função do controller dar condições para que a alta gerência e o conselho administrativo tomem decisões acertadas. “O controller acompanha onde se ganha e onde se perde dinheiro, por isso faz parte do seu trabalho conhecer profundamente os negócios ao apresentar os resultados da operação”, afirma Patrícia Gibin, diretora financeira da Fesa, consultoria em recursos humanos.

“As organizações se tornaram mais complexas, o controller passou a ser exposto a muitas pressões e foi se adaptando à uma visão mais ampla dos negócios”, diz Frezzati. Com as novas exigências, o controller deixou de ter a função apenas de coordenador e passou a ter o papel também de orientador das ações. “Hoje ele atua com gestão e planejamento”, afirma Nancy Assad, coordenadora de Comunicação da Fipecafi.

Planejamento

Eliza Figueiredo, diretora financeira da Zeebo Brasil, trabalha há 12 anos na área e, durante boa parte da sua carreira, foi controller de empresas multinacionais como a Claro e a Alcatel-Lucent, ambas do ramo de telecomunicações. “Com o tempo, o profissional da controladoria passou a ter uma visão mais analítica do futuro e se distanciar cada vez mais do contador, que continuou com a função de registrar o que havia acontecido”, afirma.

Planejar gastos, tributos, fazer projeção de lucros e de perdas são algumas das novas funções do controller, profissional agora mais estratégico dentro das companhias. “O controller deve saber dizer não, sem matar a criatividade das equipes para não inibir a inovação interna”, diz Patrícia, diretora da Fesa.

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