Sustentabilidade é o caminho para garantir a viabilidade das empresas no futuro
Práticas sustentáveis não seriam mais uma questão de escolha para as empresas, mas sim, de necessidade
Por Elisa Campos, enviada especial a Joinville
Trate bem a Terra Ela não lhe foi dada pelos seus pais Foi-lhe emprestada pelos seus filhos (Provérbio queniano)
A sustentabilidade não é uma questão de escolha para as empresas, mas sim, uma necessidade. É o que defende Michael Hastings, diretor global de cidadania corporativa e diversidade da KPMG Internacional. “Sustentabilidade é bom para o meio ambiente e crítico para a existência das companhias”, enfatizou o executivo em palestra moderada pelo diretor de redação de Época NEGÓCIOS, Nelson Blecher, na ExpoGestão 2009, em Joinville (SC), nesta quinta-feira (18/06).
Para Hastings, as companhias precisam enxergar que a sustentabilidade não representa somente custos extras no curto prazo, mas é, ao contrário, a chave para a sobrevivência. “Há 30 anos, já era óbvio que as montadoras teriam que investir em carros mais eficientes, que consumissem menos combustível. Os americanos decidiram ignorar isso e pagaram o preço”.
Para Hastings, as companhias precisam enxergar que a sustentabilidade não representa somente custos extras no curto prazo, mas é, ao contrário, a chave para a sobrevivência. “Há 30 anos, já era óbvio que as montadoras teriam que investir em carros mais eficientes, que consumissem menos combustível. Os americanos decidiram ignorar isso e pagaram o preço”.
Entre as principais razões para a deterioração do meio ambiente, exatamente o que torna a sustentailidade tão urgente, estaria o nosso padrão de consumo.“Nós nos acostumamos a um modelo de negócios baseado em produtos baratos. Nos últimos anos, o mundo desenvolvido consumiu tudo o que queria, mas fez isso através do endividamento. Uma hora chegaria o momento de pagar a conta”, afirma o executivo.
Segundo ele, o padrão de consumo atual não conseguirá ser mantido pelo planeta Terra por muito tempo. Os sinais de esgotamento já teriam começado de forma inequívoca. O tsunami no oceano Índico, em 2004, o furação Katrina, em 2005, e as enchentes que atingiram Santa Catarina no ano passado seriam alguns exemplos de como o descaso com a natureza pode trazer prejuízos incalculáveis.
Para piorar o cenário, a população mundial deve passar dos atuais 6 bilhões de habitantes para 9 bilhões daqui a 40 anos, só aumentando o peso sobre o planeta.
O executivo admite, no entanto, que a grande pressão pela redução do consumo deve ser feita sobre os países mais ricos, notadamente Europa e Estados Unidos, que são os maiores consumidores. Ainda hoje, 1,6 bilhão de pessoas vivem sem acesso à energia elétrica e 1 bilhão com até US$ 1 por dia. As desigualdades são gritantes.
“Entretanto, países em desenvolvimento, como o Brasil, não podem pensar que não têm nada a fazer. Precisamos cuidar para que essas sociedades não adotem o mesmo padrão que levou o mundo onde estamos”, pondera.
Recrutamento
Outra razão importante para as empresas se preocuparem com a sustentabilidade está na necessidade em manter um bom quadro de funcionários. “Atualmente, os melhores profissionais, os que estudaram nas melhores escolas, preocupam-se com essas questões e não querem trabalhar em companhias que não o fazem. Para atrair os trabalhadores de maior potencial, será preciso que elas mudem”. Ficar para trás nesse processo pode custar caro.
Fonte: Época Negócios
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua participação é muito importante para as discussões de ideias contábeis e outras mais. Obrigada!