18 de mar. de 2011

Depreciação de ativo imobilizado

Receita analisa depreciação de ativo imobilizado

Fonte: Valor Econômico, texto de Adriana Aguiar em 16/03/2011

Uma solução de consulta da Receita Federal da 10ª Região (Rio Grande do Sul) reconheceu o direito de uma empresa que está no Regime Tributário de Transição (RTT) de não aplicar os ajustes no cálculo de depreciação de bens do ativo imobilizado - como imóveis e máquinas, por exemplo, usados na atividade empresarial - previstos na nova norma contábil, em vigor desde 2007.

O RTT, instituído pela Lei nº 11.941, garante a neutralidade tributária nas mudanças contábeis que vem ocorrendo para igualar as regras brasileiras às internacionais. Por esse motivo, as empresas vêm usando critérios distintos para fazer os ajustes entre os balanços societário e fiscal.

Este é o primeiro posicionamento da Receita Federal sobre o tema - cuja interpretação tem sido polêmica tanto por contadores quanto por advogados. Com a decisão, prevista na Solução de Consulta nº 15, de 18 de fevereiro, a companhia beneficiada pelo resultado poderá manter os mesmos índices de depreciação que eram usados antes da alteração da legislação contábil para serem deduzidos do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) - o que poderá acarretar em valores menores a serem recolhidos. Essa diferença, em muitos casos, pode chegar a milhões de reais.

Antes da Lei nº 11.638, de 2007, que criou as condições necessárias para que se equiparasse as regras contábeis brasileiras e internacionais, a regra fiscal já determinava que fosse considerado o critério da vida útil do bem depreciado, embasado por um estudo técnico. Como alternativa, a Receita elaborou uma tabela para que as empresas não precisassem desse estudo.

Por essa tabela, um veículo passa a valer zero após cinco anos, prédios duram 20 anos e máquinas e equipamentos, entre cinco e dez anos. Como esses prazos de depreciação em geral eram melhores do que os obtidos em laudos individuais, a tabela da Receita vinha sendo utilizada pela maioria das empresas. Porém, a lei de 2007 determinou expressamente que as empresas utilizassem as taxas de depreciação baseadas em laudos. O que deveria então descartar a aplicação dos índices elencados pela Receita.

Segundo o advogado Eduardo Botelho Kiralyhegy, do Negreiro, Medeiros & Kiralyhegy Advogados, muitas empresas adotaram o Regime Tributário de Transição (RTT), já que a alteração acarretaria em alto impacto na carga tributária. Porém, elas estavam inseguras com relação a extensão da adoção do regime, se poderiam usá-lo para o cálculo da depreciação desses ativos. "A solução de consulta dá um alento a essas empresas, apesar de ser apenas um posicionamento em um caso concreto".

O uso do Regime Tributário de Transição para a depreciação é algo polêmico. Como o regime de transição só pode ser utilizado nos casos em que houve modificação das regras, surgiu a dúvida se isso poderia ou não ser aplicado aos ativos imobilizados. Para Kiralyhegy, a posição da Receita na solução de consulta é acertada, já que houve alteração nas regras. Isso porque, antes de 2007 não havia lei que determinasse a elaboração de laudos para o cálculo de depreciação, apenas normas fiscais, que abriam a possibilidade de utilização da tabela da Receita. " Sem lei, a elaboração de estudos específicos não era compulsória", diz Kiralyhegy.

O contador e advogado Pedro Cesar da Silva, da ASPR Auditoria e Consultoria, ao ser consultado pelas empresas que atende, também se manifestou pela aplicação do regime de transição com relação à depreciação. Para ele, a Lei nº 11.638, de 2007, trouxe novas possibilidades quanto à elaboração da taxa de depreciação. "Nas normas fiscais não se admitia a elaboração de laudos por empresas especializadas, por isso, houve alteração", diz. Segundo Silva, ainda que a consulta seja válida apenas para uma empresa em especial, o texto traz pelo menos um primeiro posicionamento a respeito do tema.

O sócio da Deloitte, Maurício Bianchi, no entanto, entende que não houve alteração que justificasse a aplicação do Regime Tributário de Transição. " Temos alertado nossos clientes sobre isso." Para ele, as normas contábeis desde 1964 já traziam o que está previsto na Lei nº 11.638, de 2007. De qualquer forma, Bianchi encaminhou a solução de consulta para as empresas que atende e que então poderão elaborar sua própria consulta, caso tenham interesse. "Ainda não é posicionamento definitivo da Receita. Há outras manifestações inconclusivas a respeito do tema em outros casos", afirma.

Mudanças nos Cursos de Ciências Contábeis

Ensino da contabilidade se adapta às mudanças da profissão

Cursos de Ciências Contábeis passaram por modificações visando à formação de contadores com um novo perfil

Texto de Fernando Soares- JornaldoComercio.com - 16/03/2011

As mudanças estruturais e tecnológicas vividas pela contabilidade nos últimos anos começam a surtir efeito na área acadêmica e, consequentemente, na formação de novos profissionais. A adoção das normas internacionais, suplantando o modelo vigente anteriormente e a influência da Tecnologia da Informação (TI), através de elementos como o Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) Contábil e Fiscal, são alguns dos fatores que influenciaram a criação de novas diretrizes nos cursos de graduação e pós-graduação.

O tempo em que o contador era responsável apenas por fazer escrituração ficou para trás. O burocrata absorto em uma pilha de papéis deu lugar ao gestor da informação. “O profissional está muito mais inserido no processo decisório da empresa, se configurando não só em um assessor fiscal e tributário”, analisa o coordenador da Comissão de Graduação em Ciências Contábeis e Atuariais (Cgatu) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), João Marcos da Rocha.

Para acompanhar as necessidades impostas pelo mercado de trabalho, o processo de formação de contadores passa por diversas modificações. Com o Brasil priorizando uma legislação societária em detrimento da legislação fiscal, os cursos tomam novos rumos. Há três anos, pelo menos, as universidades têm realizado alterações em seus currículos para se adaptar à nova realidade. Desde então, temas como administração e gestão de organizações e disciplinas práticas, que recorrem ao uso da tecnologia, tiveram seu espaço ampliado na grade de conteúdos. O mesmo ocorreu com a área de auditoria, visto que a audição dos negócios se configurou em mais uma tarefa a ser cumprida pelo contador.

O presidente da 6ª Seção Regional do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Sérgio Fioravanti, acredita que ainda não terminou a fase de adaptação dos cursos às reformas que atingiram a profissão. Segundo ele, ainda restam outros nós a serem desatados no ensino da contabilidade. “Solidificar nas grades curriculares o atendimento a todos os mais de 40 pronunciamentos técnicos editados no País nos últimos dois anos é o próximo desafio para os coordenadores”, garante.

O atual panorama contábil também criou perspectivas para os cursos de extensão. As demandas recentes estimulam a busca por aperfeiçoamento profissional. No entanto, o contador com ambição de retornar ao ambiente acadêmico esbarra na carência de mestrados e doutorados ligados à área no País. Apenas a Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) disponibiliza mestrado em Ciências Contábeis, no Estado. Esse cenário é amenizado, em parte, pela vasta oferta de pós-graduações.

Mesmo com as instituições de ensino adaptadas ao padrão internacional de normas, há quem alerte para a existência de um conflito entre a legislação e as resoluções do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). “Alguns docentes não sabem o que dizer aos alunos. No momento em que as faculdades seguem à norma do conselho, os alunos vão perguntar ao professor se obedecem à lei ou a norma administrativa. A contabilidade está partindo para o campo da subjetividade”, lamenta Salézio Dagostim, especialista em finanças e professor da Escola Brasileira de Contabilidade (Ebracon).

Pucrs e Ufrgs priorizam versatilidade

Visão gerencial, adaptação à legislação vigente e uso de novas tecnologias. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) apostam nessa tríade para contemplar um perfil cada vez mais requisitado pelo mercado: o de contadores versáteis. Com a adoção do padrão internacional, em janeiro de 2008, as instituições passaram a trabalhar na formação de profissionais adaptados ao novo momento da contabilidade.

“Hoje, a função do contador está mais nobre. Aquele profissional que vinha com as Darfs para pagar e só gerava custo para a empresa está saindo do mercado e sendo substituído por um gestor da informação contábil, que faz análise de risco e sabe elaborar avaliações de patrimônio”, relata João Marcos da Rocha, coordenador da Comissão de Graduação em Ciências Contábeis e Atuariais (CGATU) da Ufrgs. Na faculdade, o ensino da contabilidade governamental e de temas ligados à Tecnologia da Informação (TI), como nota fiscal eletrônica, XBRL e o projeto Sped, fomentou a criação de novas disciplinas e a reestruturação de outras.

Na Pucrs, o processo de transição foi semelhante. A grade de conteúdos se voltou para os segmentos de controladoria e finanças. Neste ano, a graduação passará por uma revisão, visando a melhorias e modernização. “Passamos de uma contabilidade voltada ao fisco para uma contabilidade societária. Então, capacitamos o corpo docente de forma sistemática. Além disso, houve uma sinergia entre o mundo acadêmico e os profissionais de auditoria”, diz Saulo Armos, coordenador do curso de Ciências Contábeis. Um dos trunfos da universidade está na estrutura disponibilizada aos alunos, com 240 computadores e softwares para a realização de atividades práticas.

Ambas as universidades trabalham para preencher o déficit de cursos de extensão na área contábil no Estado. Recentemente, a Ufrgs acenou com a possibilidade de disponibilizar mestrado e doutorado. A ação seria viável a partir de uma aliança com duas universidades portuguesas e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). A proposta segue em compasso de espera devido a entraves burocráticos e estruturais.

Até 2014, a Ufrgs pretende desenvolver um mestrado próprio, sem a contribuição de parceiros. Para isso, trabalha na capacitação do corpo docente, visto que o grande empecilho para a realização de especializações está na carência de doutores na profissão. A Pucrs também conjetura a oferta de um mestrado. A expectativa é de que a primeira turma seja aberta daqui a três anos.

Unisinos investe na expansão do ensino a distância

A Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) aposta na expansão do ensino a distância (EAD) para formar novos profissionais. A realização do curso de Ciências Contábeis nesses moldes nasceu de uma escuta de mercado realizada pela instituição, na qual ficou constatada essa necessidade. Oferecida desde o primeiro semestre de 2010, a graduação começa a ser disponibilizada nos polos de Caxias do Sul, Joinville e Porto Alegre neste ano. Anteriormente, ela era desenvolvida apenas em Canoas, Curitiba e Florianópolis.
As aulas são realizadas três vezes a cada sete dias, com cada disciplina tendo duração de nove semanas. Ao término desse período, o aluno faz a avaliação final em modo presencial, conforme dita as diretrizes do Ministério da Educação (MEC). Em todos os polos, a universidade tem parceiros responsáveis por uma estrutura física para a realização do exame. Todas as demais atividades, entretanto, ocorrem virtualmente. O material de apoio, as listas de exercícios e as videoaulas são desenvolvidos pelos docentes do curso presencial. A interação com os universitários e a correção de tarefas ficam a cargo dos professores tutores, contratados exclusivamente para desempenhar essas funções.

Os estudantes do EAD se encaixam, basicamente, em dois perfis: pessoas que retomaram os estudos em contabilidade após um período de interrupção e profissionais de outras áreas em busca de uma segunda formação. “Muitos alunos estão empregados e percebem que precisam desse conhecimento mais estratégico e técnico, pois ninguém na empresa em que ele trabalha possui essas características”, comenta Charline Pires, coordenadora do curso, que, somando todas as regiões, conta com 100 matriculados.

Charline destaca o fato de existir sintonia entre o currículo da graduação presencial e a distância. As cadeiras se equivalem em ambos os modelos. A última alteração realizada nos conteúdos programáticos foi feita após as mudanças no padrão de normas. Desde então, temas como contabilidade societária e contabilidade financeira ganharam maior destaque. Além disso, a gestão também ganhou uma abordagem diferenciada, abrangendo assuntos relacionados à administração estratégica e ao empreendedorismo.

A Unisinos permanece sendo a única universidade gaúcha a ministrar um mestrado na área. Com concentração em controladoria e finanças, as linhas de pesquisa da extensão acadêmica aludem à contabilidade para usuários externos, controle de gestão e finanças corporativas.

URI oferecerá mestrado em 2011

A Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões (URI) ofertará, a partir do segundo semestre deste ano, mestrado em Gestão Estratégica de Organizações. Com duração de dois anos, a capacitação será conduzida no campus de Santo Ângelo da instituição. A investida no segmento de extensão foi motivada por um crescente interesse dos vestibulandos pelo curso de Ciências Contábeis, avaliado como o segundo melhor do Estado no último Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Em 2011, a procura pela graduação teve um aumento de 18%.

Para absorver as mudanças que a contabilidade vem passando, o currículo recebeu atualizações no início de 2008. Uma das preocupações da universidade se refere à formação de contadores com uma visão estratégica, possibilitando a atuação nos processos gerenciais. “Hoje, o profissional precisa ter uma visão maior e mais globalizada para conviver com as mudanças. Ele tem de saber que a contabilidade é muito mais ampla do que só fazer escrituração”, constata a coordenadora Neusa Salla.

14 de mar. de 2011

Contabilidade de empresas incorporadoras

Regra final para incorporadoras vai demorar
Contabilidade: Discussão em órgão internacional sobre reconhecimento de receita adia esclarecimento de dúvida.

Fonte: Valor Economico (14/03/2011), texto de Fernando Torres

Não foi dessa vez que as incorporadoras imobiliárias tiveram uma resposta definitiva sobre como deve ser feito o reconhecimento de receita da venda de imóveis. O tema foi debatido na sexta-feira pelo comitê que interpreta as normas internacionais de contabilidade, conhecido como Ifric, mas ficou evidente que a solução não virá tão cedo.

Essa é uma das poucas pendências que restam sobre a adoção do padrão internacional de contabilidade, o IFRS, no Brasil, que passou a ser obrigatório ano passado.

Isso significa que, embora tenham encontrado uma solução para publicar os balanços referentes a 2010 sem ressalvas dos auditores, as incorporadoras seguirão com o risco de terem de mudar o modelo de reconhecimento de receita quando houver uma decisão futura dos órgãos internacionais responsáveis pelo padrão.

Pelo entendimento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), ao analisar os contratos de compra e venda de imóveis no Brasil, as incorporadoras brasileiras podem reconhecer a receita conforme o percentual de execução da obra, como já faziam até 2009. Mas a abordagem mais comum nos países que adotaram o IFRS, conforme as regras emitidas pelo Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), é que esse registro só deve ser feito no momento da entrega das chaves.

A solução temporária encontrada no Brasil foi dizer que os balanços seguem o IFRS conforme aprovado pela CVM.

A pedido de agentes não apenas do Brasil, mas também de Cingapura, Coreia do Sul e outros países, os técnicos do comitê de interpretação do IFRS passaram 1 hora e 15 minutos da sexta-feira discutindo apenas se o tema de transferência contínua de controle nos contratos de incorporação imobiliária deveria entrar ou não oficialmente na agenda do órgão. E não chegaram a uma decisão final sobre isso, embora a maioria tenha indicado que é contra discutir o assunto. No fim, foi decidido que na reunião de maio do Ifric a inclusão do tema na agenda será debatida novamente.

O comitê que tira dúvidas sobre as regras IFRS está preocupado com interpretações regionais sobre a aplicação do padrão internacional de contabilidade, já que isso pode minar o plano de se ter um único padrão global de normas contábeis.

O tema é particularmente importante porque deve ter peso relevante na decisão da Securities and Exchange Commission (SEC) sobre a adoção do IFRS nos EUA. A SEC rejeita a ideia de adotar um padrão internacional que seja adaptado em cada país.

Ao mesmo tempo, o Ifric tem dúvidas se cabe ao órgão explicar em detalhes como deve ser feita a adoção de normas em casos específicos. O temor, nesse cenário, tem a ver com a base do IFRS, que é estar fundado em princípios e não em regras detalhadas. O Ifric também se recusa a entrar na discussão sobre como funcionam as leis de cada país, o que não estaria no seu escopo de trabalho.

Os técnicos mencionaram ainda o risco de se dar uma resposta aos países que têm dúvidas sobre o caso das incorporadoras, ao mesmo tempo em que o conselho do Iasb está discutindo, em conjunto com o Fasb, órgão que emite as normas contábeis nos EUA, um novo pronunciamento sobre reconhecimento de receita de forma geral.

Eles temem tomar uma decisão hoje que possa ser revertida pouco tempo depois com a edição de um novo pronunciamento mais abrangente.

Uma técnica do Iasb relatou, durante a reunião de sexta, em que ponto está a discussão sobre o novo pronunciamento de reconhecimento de receita. Por enquanto, ela diz que o foco está em avaliar quando o controle dos bens e serviços é transferido ao comprador. Ela diz que o princípio está bem definido no caso dos bens, mas nem tanto quando existe um serviço associado, ou quando existe apenas a prestação de um serviço.

Em relação à transferência contínua de controle, que é o objeto de discussão ligado às incorporadoras, estaria mantida a ideia de que ela existe quando o comprador consegue interferir nas características do produto durante sua confecção. Mas não há, por enquanto, nenhuma conclusão que sirva de apoio para o Ifric esclarecer as dúvidas de Brasil, Cingapura e Coreia.

Novo mercado de trabalho dos Contadores

Jovens contadores são assediados por empresas ainda nas faculdades

Procura é resultado da valorização do profissional, que deixou de ser ''um guardador de livros'', para se tornar um consultor

Empresas de médio e grande porte de todo o País e multinacionais têm dado atenção especial aos graduandos do curso de Ciências Contábeis da Universidade Estadual de Londrina (UEL). O objetivo é captar estudantes com perfil e desempenho promissor. O coordenador do Trabalho de Conclusão de Curso do Departamento de Ciências Contábeis da UEL, professor Claudenir Tarifa Lembi, conta que já é comum alunos que se destacam saírem da universidade com entrevistas marcadas e até empregados por estas empresas.

''Elas realizam palestras e até cursos para os estudantes, voltados a despertar neles o interesse pelas áreas de sua demanda. Este contato permite que elas façam uma triagem do potencial dos futuros profissionais'', afirma. A captação de talentos no curso de contabilidade, analisa o professor, é resultado da valorização do profissional da contabilidade, que deixou de ser ''um guardador de livros'', para se tornar um consultor para o gerenciamento da empresa.

A explicação para esta mudança do perfil da profissão está no avanço das tecnologias, globalização da economia; na complexidade das exigências tributárias brasileiras e consequente crescimento da demanda por especialidades na área de contabilidade como auditoria, controladoria e gerenciamento. Uma pesquisa realizada por empresas 'caça talentos' , que buscam profissionais no mercado, mostra que, em 2011, 36% das empresas pretendem aumentar suas equipes de executivos. E deste total, 40% das vagas são na área de contabilidade.

O presidente do Sescap Londrina e empresário da contabilidade, Marcelo Odetto Esquiante explica que hoje toda empresa, independente do porte e setor que atua, depende de tomada de decisões complexas, acertivas e ágeis para continuar no mercado com competividade. E para isto, acrescenta ser indispensável ter na contabilidade um gerenciamento e uma equipe capaz de disponibilizar, analisar e oferecer alternativas de direcionamento do negócio.

''O contador está hoje no topo das equipes de executivos, faz parte do grupo que traça as estratégias da empresa. Dos seus conhecimentos dependem as decisões em áreas essenciais como a financeira, tributária e de controles', frisa. Esquiante diz ainda que os escritórios de contabilidade também têm buscado fortalecer suas equipes para atender à demanda. No seu escritório, por exemplo, os profissionais da equipe ou são formados ou estão concluindo o curso universitário.

A exigência do mercado não é uma novidade, mas vem se tornando cada vez mais forte nos últimos anos. Uma situação que levou à reformulação do currículo do curso de Ciências da Contabilidade da UEL. Foram incluídas disciplinas como contabilidade internacional e controladoria. Outra medida que veio fortalecer a profissão foi a volta do Exame de Suficiência, que se tornou lei no ano passado. Agora não basta passar pela faculdade. Depois de formado, para poder assinar como contador, é preciso ser aprovado no exame, à exemplo da OAB.

''Igual a outras profissões, o curso superior não é mais suficiente. O contador precisa buscar a especialização e continuar se atualizando constantemente''. Segundo o professor da UEL, Claudenir Lembi, um profissional com especialização, em início de carreira, pode entrar no mercado com um salário de R$ 2 mil. Conseguindo se destacar profissionalmente, pode chegar facilmente a salários maiores de R$ 5 mil em cargos diretivos de empresas.


Fonte: Folha de Londrina - PR via Fenacon

3 de mar. de 2011

Divulgação de evento: 10º ENECON

O Encontro Nordestino de Contabilidade - ENECON é o maior evento de profissionais de Contabilidade da Região Nordeste, unindo seus nove estados para grandes momentos de aprendizado e debates importantes para os rumos da profissão contábil.

O ENECON acontecerá durante os dias 16, 17 e 18 de junho de 2011, no Centro de Convenções de Salvador – BA.

Submissão de Trabalhos: Até o 31/03/2011 no endereço www.enecon-ba.org.br

As inscrições já estão abertas e serão realizadas até o dia 31/05/2011.


Público alvo: Contabilistas, estudantes e demais categorias profissionais


Maiores informações: http://www.enecon-ba.org.br/ e http://web.crcba.org.br/eventos

1 de mar. de 2011

Controladoria: Mercado de Trabalho

Controladoria muda e cria novas oportunidades

Texto de Mariana Celle - Brasil Econômico - 04/02/2011

Com demanda 10% maior e incremento de até 20% na remuneração, controller se torna também gestor

A demanda pelo profissional que assume a área de controladoria dentro das companhias aumentou 10% no ano passado, em relação a 2009. Enquanto a remuneração teve incremento de 15% a 20% na mesma base de comparação.

Os dados da consultoria internacional Michael Page revelam que o controller tem sido mais requisitado e que esta pode ser uma boa oportunidade para quem quer impulsionar seu plano de carreira na área.

A obrigatoriedade de adequação das empresas brasileiras de capital aberto ao padrão internacional de relatório financeiro (IRFS) tem sido uma das principais alavanca para a busca pelo profissional responsável pela área de controladoria, nos últimos anos. “Em dezembro de 2011, todos os balanços deverão ser baseados nas normas globais de contabilidade corporativa e as empresas começaram a se adaptar”, diz Fábio Frezzati, professor do MBA Controller da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).

A aplicação das regras gerais abre o leque de oportunidades para o profissional, uma vez que isso permitirá que seu trabalho seja padronizado em qualquer outro país. Acredita-se que não haverá profissional suficiente no mercado, nos próximos anos, caso a demanda continue crescente.

“Um profissional leva de cinco a seis anos para estar pronto a assumir um posto de controller. É muito tempo se considerarmos um mercado com tanta procura”, diz Frezzati. O que também mudou em relação ao profissional responsável pela área de controladoria das empresas, foi o perfil. Atualmente, além da habilidade técnica em contabilidade, é função do controller dar condições para que a alta gerência e o conselho administrativo tomem decisões acertadas. “O controller acompanha onde se ganha e onde se perde dinheiro, por isso faz parte do seu trabalho conhecer profundamente os negócios ao apresentar os resultados da operação”, afirma Patrícia Gibin, diretora financeira da Fesa, consultoria em recursos humanos.

“As organizações se tornaram mais complexas, o controller passou a ser exposto a muitas pressões e foi se adaptando à uma visão mais ampla dos negócios”, diz Frezzati. Com as novas exigências, o controller deixou de ter a função apenas de coordenador e passou a ter o papel também de orientador das ações. “Hoje ele atua com gestão e planejamento”, afirma Nancy Assad, coordenadora de Comunicação da Fipecafi.

Planejamento

Eliza Figueiredo, diretora financeira da Zeebo Brasil, trabalha há 12 anos na área e, durante boa parte da sua carreira, foi controller de empresas multinacionais como a Claro e a Alcatel-Lucent, ambas do ramo de telecomunicações. “Com o tempo, o profissional da controladoria passou a ter uma visão mais analítica do futuro e se distanciar cada vez mais do contador, que continuou com a função de registrar o que havia acontecido”, afirma.

Planejar gastos, tributos, fazer projeção de lucros e de perdas são algumas das novas funções do controller, profissional agora mais estratégico dentro das companhias. “O controller deve saber dizer não, sem matar a criatividade das equipes para não inibir a inovação interna”, diz Patrícia, diretora da Fesa.

Março


Que as águas de março cheguem para fechar o verão e tragam promessas de vida aos nossos corações!
“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)