Tanto
nas aulas da disciplina Análise das Demonstrações Contábeis, que eu chamaria de
Análise [Crítica] das Demonstrações contábeis, quanto nas aulas de Teorias do
Lucro e da Avaliação Patrimonial, o prof. Eliseu Martins sempre nos incentivou
a provocar, a pensar além do que está posto, a “quebrar” regras [até mesmo as
da ABNT...]
O
texto a seguir foi motivado por uma provocação do Prof. Eliseu feita a Stephen
Cooper, membro do International Accounting Standards Board (IASB) em relação à
discussão da redução de algumas opções que existem em nas normas emitidas pelo
órgão. A questão que está posta é a seguinte: Que caractertísticas deve ter um
conjunto de normas para gerar informações mais úteis (confiáveis, compreensíveis,
comparáveis e relevantes), um conjunto de normas mais flexíveis ou um conjunto
de normas rígidas, com regras detalhadas?
Segue
o texto para leitura!
IFRS não corre
risco de virar modelo de “regrinhas”
Texto de Marina Falcão - Valor Econômico - 02/12/2011
“Qual o risco do
IFRS virar um modelo de regrinhas”? A provocação partiu do professor Eliseu
Martins para Stephen Cooper, membro do International Accounting Standards Board
(IASB),
que concedeu palestra durante o 8º Seminário Internacional CPC.
“Nulo. Não há chance alguma”, respondeu
Cooper. Logo em seguida, no entanto, assumiu que os desafios são grandes para
evitar que aconteça com o IASB, que edita as normas do IFRS, o que aconteceu
com o Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão responsável pelo
modelo contábil americano.
“É uma coisa tentadora você criar uma emenda na
regra atual sempre que surgirem novas operações no mercado. Mas já há um
reconhecimento do próprio FASB de que isso não funciona”?, disse Cooper.
Segundo ele, é que o próprio FASB vem eliminando excesso de direcionamentos do
US GAAP (padrão americano) durante o atual processo de convergência para o IFRS
nos Estados Unidos.
Cooper alerta para que o número de páginas do IFRS não seja
confundido com excesso de “regrinhas”. “Às vezes, são necessárias muitas
palavras para explicar um conceito”, afirmou.
O objetivo, no final das contas,
é deixar as demonstrações financeiras cada vez mais comparáveis. “Há um desconto dos investidores
internacionais quando há incerteza na qualidade das informações contábeis”,
destacou.
Para Cooper, os países começam em pontos diferentes no processo de
convergência e esse é um dos grandes percalços encontrados pelo IASB. “A influência da contabilidade nacional
exerce efeito em diferentes graus em cada local”, disse.
Além do foco nos
Estados Unidos, o IASB enxerga a adoção completa do IFRS na China e no Japão
como prioridade.
Para Reginaldo Ferreira Alexandre, presidente da Apimec- SP,
os usuários das informações contábeis ainda encontram muitas diferenças
importantes nas demonstrações contábeis. “Em parte, elas ocorrem porque um
modelo baseado em princípios é mais plástico, abrindo margens para diversas
interpretações.”
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