O que deve ser prioridade no IASB? Quais normas precisam ser
revistas com mais urgência? Que assuntos precisam ser abordados de forma mais
clara? Estrutura Conceitual? Instrumentos Financeiros? Concessões? Ativo Biológico ou Mineral? GLENIF e CPC não têm opiniões idênticas, mas também não são divergentes.
Já o IASB...
Brasil e países
da região concordam em outros pontos da agenda contábil
Por
Fernando Torres - Valor Econômico - 04/01/2012
As propostas
apresentadas pelo GLENIF e pelo CPC ao IASB não se restringem ao impacto da
inflação nos balanços. As duas entidades também concordaram na sugestão de
outros três pontos que devem ser tratados como prioritários pelo órgão internacional
na sua agenda futura.
Um deles é bem
pontual e específico para alguns países da região, como o Brasil, que usam o
IFRS também para os balanços individuais, e não apenas para o demonstrativo
consolidado.
O pedido é para
que o método de equivalência patrimonial possa ser usado para se fazer o
registro do investimento em uma controlada. Na regra atual, as possibilidades
são apenas de registro pelo custo ou valor justo.
Outro tema que
apareceu com destaque nas duas propostas se refere à "estrutura
conceitual". Embora já exista um pronunciamento do IASB sobre esse
tema, a avaliação é de que ele é antigo e incompleto. "A sugestão é para
que o IASB termine o processo. Eles iniciaram a revisão há seis anos e
quebraram o processo em seis fases. Mas só acabaram a primeira até agora",
afirma Ricardo Lopes Cardoso, que coordenou o grupo técnico do GLENIF que
tratou desse assunto.
Para ele, a
regra atual é "pobre" em critérios de mensuração, como o de valor
justo, e também na definição de conceitos, citando como um exemplo o termo
"ativo".
Entraram na
lista prioritária dos dois órgãos também uma revisão da norma contábil que
trata das concessões de serviços públicos. A esse respeito, GLENIF e CPC
disseram que, do modo como está, a regra está sendo aplicada de forma
inconsistente entre diferentes países que usam o IFRS como modelo contábil.
Outros projetos
entraram na agenda sugerida dos dois órgãos, mas com nível de relevância
diferente. Enquanto o GLENIF considera que a revisão do pronunciamento sobre
atividade extrativista uma alta prioridade, o CPC classifica esse ponto
como "não urgente, mas relevante". De modo contrário, uma regra
contábil mais ampla sobre agricultura apareceu com destaque maior na proposta
brasileira do que naquela apresentada pelo grupo latino-americano.