O post anterior "Contabilidade para quem?" gerou alguns comentários na página do Facebook, além daqueles que só "curtiram". Achei interessante postar aqui, como continuação da discussão iniciada lá. Que acham?
Adriana
Vasconcelos: Pois é... Na prática QUASE nada tem mudado!
Paulo Júnior: Mas quem é o sujeito elíptico da primeira
oração? Quem são estas pessoas que querem uma contabilidade além das obrigações
tributárias? Se o cara faz apenas escrita fiscal, é honesto, ganha sua vida com
isso, e seus clientes não lhe cobram nada mais, por que ele tem que querer dar
algo a mais?
Detesto esta postura
normativa, de dizer que a contabilidade tem que isso, tem que aquilo. Acho que
a gente precisa se ater mais à realidade, e deixar um pouco de lado estes
fetiches que nos são impostos sob interesses ainda pouco estudados.
Claudia
Cruz: O sujeito elíptico são os próprios órgãos de classe e seus
representantes e os acadêmicos, para citar a priori... Eu concordo que se o
cara faz sua escrita fiscal honesta e decente e é remunerado por isso, não há
mal nenhum, não há demérito... Mas depois esse profissional contábil é
criticado por "só" fazer isso e não gerar informações que auxiliem na
gestão. Eu também concordo que em muitos casos os próprios empresários não
querem e criticam depois... Mas devem ter alguns felizes com sua escrita fiscal
também. Então viva os boletins do CRC e seus links para as alterações, normas,
portarias e regulamentações tributárias e que façam uso honesto e decente!
Alexandre Gonzalez:
Será que nós contadores não ajudamos muito nesse cenário? Daria margem a muita
conversa... Por outro lado, utilizamos tantas informações tributárias, e por
acaso pensamos em utilizá-las gerencialmente? Quantas vezes paramos para
ensinar nossos clientes a utilizar de forma saudável a gestão tributária, ao
invés de somente apurar tributos? Quantas vezes paramos para pensar que uma
compra mais cara pode sair mais em conta devido aos tributos recuperáveis? Uma
compra pode ter praticamente um terço de tributos recuperáveis. Isso é muito significativo.
E como os livros de custos ensinam, tributo recuperável não vira custo.... Sou
suspeito pra falar, pois acho a área tributária muito importante, mas como
dizia Wittgenstein, os limites da minha linguagem significam o limite do meu
mundo... Acho que devemos pensar até que ponto nós mesmos não construímos essa
imagem.
Claudia
Cruz: Isso mesmo, Alexandre! A
maioria dos profissionais de Contabilidade não gosta dessa imagem, mas faz
pouco para que seja diferente junto aos clientes. Sim, as informações
tributárias são de extrema importância para todas as empresas, independente do
porte, mas concordo que poderiam ser utilizadas de forma mais inteligente pelos
contadores. O post está rendendo. Adoro isso! Depois vou colar todos os
comentários daqui no Blog para socializar com os seguidores de lá.
Leonardo José Seixas Pinto: Concordo
plenamente. Por outro lado, a academia de contabilidade formada por mestres e
doutores não estão interessados em pesquisas na área tributária. São poucas
dissertações e teses na área de contabilidade a tratar do assunto. Com certeza
a área tributária é para aqueles que fazem contabilidade e não tem interesse em
pensar em contabilidade. Infelizmente ainda temos o mundo contábil teórico
distante da prática.