30 de mai. de 2012

Contabilidade para quem? [No Facebook]


O post anterior "Contabilidade para quem?" gerou alguns comentários na página do Facebook, além daqueles que só "curtiram". Achei interessante postar aqui, como continuação da discussão iniciada lá. Que acham? 

Adriana Vasconcelos: Pois é... Na prática QUASE nada tem mudado!

Paulo Júnior:  Mas quem é o sujeito elíptico da primeira oração? Quem são estas pessoas que querem uma contabilidade além das obrigações tributárias? Se o cara faz apenas escrita fiscal, é honesto, ganha sua vida com isso, e seus clientes não lhe cobram nada mais, por que ele tem que querer dar algo a mais?
Detesto esta postura normativa, de dizer que a contabilidade tem que isso, tem que aquilo. Acho que a gente precisa se ater mais à realidade, e deixar um pouco de lado estes fetiches que nos são impostos sob interesses ainda pouco estudados.

Claudia Cruz: O sujeito elíptico são os próprios órgãos de classe e seus representantes e os acadêmicos, para citar a priori... Eu concordo que se o cara faz sua escrita fiscal honesta e decente e é remunerado por isso, não há mal nenhum, não há demérito... Mas depois esse profissional contábil é criticado por "só" fazer isso e não gerar informações que auxiliem na gestão. Eu também concordo que em muitos casos os próprios empresários não querem e criticam depois... Mas devem ter alguns felizes com sua escrita fiscal também. Então viva os boletins do CRC e seus links para as alterações, normas, portarias e regulamentações tributárias e que façam uso honesto e decente!

Alexandre Gonzalez: Será que nós contadores não ajudamos muito nesse cenário? Daria margem a muita conversa... Por outro lado, utilizamos tantas informações tributárias, e por acaso pensamos em utilizá-las gerencialmente? Quantas vezes paramos para ensinar nossos clientes a utilizar de forma saudável a gestão tributária, ao invés de somente apurar tributos? Quantas vezes paramos para pensar que uma compra mais cara pode sair mais em conta devido aos tributos recuperáveis? Uma compra pode ter praticamente um terço de tributos recuperáveis. Isso é muito significativo. E como os livros de custos ensinam, tributo recuperável não vira custo.... Sou suspeito pra falar, pois acho a área tributária muito importante, mas como dizia Wittgenstein, os limites da minha linguagem significam o limite do meu mundo... Acho que devemos pensar até que ponto nós mesmos não construímos essa imagem.

Claudia Cruz:  Isso mesmo, Alexandre! A maioria dos profissionais de Contabilidade não gosta dessa imagem, mas faz pouco para que seja diferente junto aos clientes. Sim, as informações tributárias são de extrema importância para todas as empresas, independente do porte, mas concordo que poderiam ser utilizadas de forma mais inteligente pelos contadores. O post está rendendo. Adoro isso! Depois vou colar todos os comentários daqui no Blog para socializar com os seguidores de lá.

Leonardo José Seixas Pinto:  Concordo plenamente. Por outro lado, a academia de contabilidade formada por mestres e doutores não estão interessados em pesquisas na área tributária. São poucas dissertações e teses na área de contabilidade a tratar do assunto. Com certeza a área tributária é para aqueles que fazem contabilidade e não tem interesse em pensar em contabilidade. Infelizmente ainda temos o mundo contábil teórico distante da prática.

2 comentários:

Sua participação é muito importante para as discussões de ideias contábeis e outras mais. Obrigada!

“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)