6 de jun. de 2010

Nome da universidade pesa no currículo?

Mito ou verdade: nome da universidade pesa no currículo?

Muito se fala sobre o peso do “nome da universidade” no currículo dos profissionais. Mas até onde esta história é verdadeira?

Por Fábio Bandeira de Mello, www.administradores.com.br

É muito provável que você já tenha escutado que aqueles que estudam em renomadas instituições de ensino superior terão mais facilidade de conseguir um emprego do que aqueles que estudam em instituições menos conceituadas. Mas será que isso é verdade? Até que ponto o nome da instituição de ensino influência a escolha dos recrutadores em uma entrevista?

Entrar e concluir uma instituição de ensino superior no Brasil, de fato, não é tarefa para todos. Segundo dados da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas 8% da população brasileira possuem esse diploma acadêmico. Mas quando se trata das universidades mais conceituadas, esse número de pessoas que conseguem o diploma é ainda menor.

A coach Reginah Araújo, da Escola de Executivos e Negócios Master Mind, revela que o nome da universidade influência sim e, em determinados casos, é determinante na decisão dos recrutadores em uma entrevista de emprego. "Existem universidades que são realmente referência em algumas áreas e aí, o diploma de uma dessas renomadas universidades faz a diferença na análise do currículo".

Para os olhos do mundo corporativo, o aluno de uma boa faculdade já foi aprovado duas vezes: uma quando passou no vestibular e outra quando se formou, já que o grau de exigência nestas instituições costuma ser bem maior.

Quando se trata de candidatos para estágio, trainee ou recém formados que, geralmente, não possuem ainda uma grande bagagem profissional, o peso dessa escolha é mais acentuado. Claudia Monari, consultora da Career Center, consultoria especializada em gestão estratégica de carreiras e recursos humanos revela que "muitas empresas fazem seus processos seletivos para programas de estágio e trainee e já na pré-seleção definem de quais universidades devem vir os candidatos, antes mesmo de chamá-los para uma entrevista."

Mas afinal, como saber se uma universidade é bem conceituada? Uma dessa forma é conferir a avaliação do MEC (Ministério da Educação) sobre a instituição. Para isso existe o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) que é formado por três componentes principais: a avaliação das instituições, dos cursos e do desempenho dos estudantes. Além disso, é possível encontrar ajuda em revistas e jornais que produzem rankings de qualidade e contato com pessoas que já passaram pelas instituições.

"Nome de universidade" - diferencial até quando?

Mas quem acha que apenas estudar em uma universidade renomada terá sempre um diferencial para concorrer no mercado está profundamente enganado. Especialistas em recursos humanos entrevistados pelo Portal Administradores são unânimes em dizer que a experiência profissional anterior conta mais na hora da escolha dos candidatos.

A consultora Claudia Monari analisa como importante o conceito da universidade na decisão dos recrutadores, mas faz uma ressalva sobre o tema. "Existe a possibilidade do candidato ser escolhido por conta da universidade que fez, porém quanto mais maduro, ou seja, quanto maior a maturidade do candidato, o fator universitário vai ficando mais distante, dando espaço para experiência, que conta muito mais." Para Cláudia Monari "nada substitui a prática do dia a dia e o perfil de competências que o profissional adquire com a maturidade".

Teresa Gama, diretora e consulta do Projeto RH, empresa especializada em recrutamento e gestão pessoal, compartilha da mesma opinião. Para ela "quando a vaga requer uma experiência específica, uma maturidade profissional, o que geralmente pesa mais é a bagagem do candidato e o seu perfil. E, não apenas isso, mas também se ele buscou ampliar seus conhecimentos, teve experiências, mesmo que com projetos que possam ter propiciado uma visão crítica, analítica, postura empreendedora etc.

Outros diferencias

Na busca de um "lugar ao sol" no mercado, outro fator que colabora na conquista para uma vaga é o constante aprimoramento. Para isso, aquele que busca manter-se atualizado através de, por exemplo, cursos, palestras, intercâmbio, leituras ou um novo idioma, é um profissional mais valorizado no mercado. "A pessoa também pode fazer uma pós-graduação boa e isso também dá um peso maior à sua formação", acrescenta a diretora do Projeto RH, Teresa Gama.

Teresa salienta que "a formação é apenas um dos itens avaliados em um processo seletivo. O perfil e as competências que a posição requer têm um peso muito grande na decisão sobre a contratação. O mercado muda muito e requer um profissional atualizado e com as tendências que o cargo exige".

Mas para aqueles que ainda não possuem um currículo diferenciado e querem conquistar uma oportunidade, a especialista Reginah Araújo revela uma dica. "Quando o candidato não possui um belo currículo deve possuir um ótimo desempenho na entrevista com um bom marketing pessoal e surpreender o entrevistador".

Por tanto, independende se você possui um bom currículo ou um ainda não tão bom assim, demontrar sempre determinação, vontade e personalidade nas tarefas exigidas são trunfos para te ajudar a ter mais sucesso no futuro e no presente da sua carreira.

5 comentários:

  1. É verdade, o nome da Universidade e a experiência na área são fatores determinantes. E mais do que isso é fazer por merecer a vaga quando vc consegue abocanha-la...Quando tinha 18 anos fiz um curso superior numa universidade particicular..mas quando ia atras de estagio era dificil pq sempre tinha um da Federal. Então, decidi me dedicar e entrar na Federal..Hoje na Ufpa, tenho muita facilidade de conseguir estagio tanto na privada quanto na publica e ainda uma remuneração razoavel. Ou seja, vale a pena estudar muito e conquistar.

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  2. Acredito que, além da universidade, a área de formação do indivíduo conta também. Alguns cursos são vistos como "fáceis" de serem concluídos. Tenho a impressão que o curso de "Ciências Contábeis" está nesse grupo. Recentemente, lendo um certo jornal da área econômica de grande reputação/circulação, vi um anúncio de uma firma de auditoria (era umas das Big Four!) convocando estudantes de graduação de determinados cursos para iniciar carreira na área de auditoria. Alguns cursos foram citados (economia, direito, administração...). O de Contábeis não foi citado. Foi generalizado como "áreas afins". Achei isso algo curioso. Um outro fenômeno interessante é o expressivo número de engenheiros ocupando cargos de gerência e posições no mercado financeiro. Uma explicação para isso que já ouvi é que esses profissionais passaram por uma sólida formação. Por isso, esses profissionais estão mais preparados para enfrentar desafios maiores. Portanto, acredito sim que o nome da universidade pesa. Mas acredito também que a área de formação do indivíduo influencia em certas decisões de admissão.

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  3. Concordo, Josué. No curso de Ciências Contábeis, por experiência como discente e um pouco menos como docente, vi essa postura por parte de estudantes e também de professores de que "não precisa estudar muito para concluir", "não precisa cobrar muito porque o curso é de Contábeis e o pessoal trabalha" e coisas desse tipo. Acredito que isso só deprecia o curso, fazendo com que os que buscam formação nessa área sejam considerados de segunda ou pior categoria. Ainda bem que existem exceções! Mas preferia que prevalecesse uma regra de estudantes com uma formação mais sólida na área de Ciências Contábeis.

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  4. Olá ! Professora,
    Isso que eu acabei de ler no post acima vai totalmente de encontro com as opiniões que eu tivera até aqui, pretendo ingressar em um curso da área financeira e estava em dúvida com o curso de contábeis e de economia, até então todos me indicaram o curso de contábeis pois está em alta no mercado. E agora professora o que me sugere ?

    João Carlos

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  5. Oi João Carlos! Você disse que deseja formação na área financeira, mas isso é muito amplo. Em que pretende trabalhar? Nos comentários, há colocações sobre a postura infelizmente comum em muitos cursos, mas isso não quer dizer que você tem que seguir a onda. Eu cursei Ciências Contábeis e fiz diferente e conhecço muitos colegas que fizeram o mesmo e hoje são excelentes profissionais. Depois me mande um e-mail para eu te dar outras dicas: claudiacruz@facc.ufrj.br Abraços

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Sua participação é muito importante para as discussões de ideias contábeis e outras mais. Obrigada!

“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)