10 de jun. de 2014

Bolsa de valores e pesquisas eleitorais

O Jornal Valor Econômico publicou hoje, 10/06/2014, uma matéria assinada por Téo Takar sob o título Bovespa opera sem tendência, à espera de novas pesquisas eleitorais.
Li o texto e me perguntei: Será que aquele pessoal que tem pesquisado fatores relevantes nas negociações e liquidez de ações nas bolsas de valores tem considerado o componente eleitoral na volatilidade dos preços das ações.
Se a Bolsa de valores realmente não apresentou  nenhuma oscilação relevante porque não houve divulgação de pesquisas eleitorais, isso deve ser considerado de alguma forma.
A despeito dos dias exatos da coleta de dados para a pesquisa eleitoral, estamos às vésperas da abertura da Copa do mundo de Futebol no Brasil. Quem está pensando em eleição?

Eis o texto do Valor!
Depois de dois dias de forte alta, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu fôlego, mas não chega a assumir claramente uma tendência de correção técnica nesta terça-feira. O mercado já passeou tanto por terreno positivo como negativo, mas sem grandes oscilações.

E na falta de notícias ou indicadores relevantes, o foco do mercado continua em cima das próximas pesquisas eleitorais sobre a corrida presidencial. Hoje está prevista a divulgação de pesquisa Ibope encomendada pela União dos Vereadores do Estado de São Paulo (Uvesp).

“O que me deixa preocupado é que o mercado está muito dependente das pesquisas. Os fundamentos ficaram em segundo plano”, observa o novo chefe de análise da CM Capital Markets, Marco Aurélio Barbosa. “O fato é que, nas ruas, ninguém está sequer pensando em eleições neste momento. Só se fala de Copa. Portanto, as pesquisas ainda vão oscilar muito daqui até novembro. E essa volatilidade será respondida rapidamente pelo mercado.”

Às 15h55, o Ibovespa recuava 0,01%, aos 54.266 pontos, com bom volume, de R$ 4,9 bilhões. Entre as principais ações do índice, Itaú PN recuava 1,29%, a R$ 33,43, Vale PNA perdia 1,46%, para R$ 26,22; e Ambev ON caía 1,15%, cotada a R$ 16,21.

As ações da Vale aindam sofrem com o recuo do preço do minério de ferro, que hoje fechou abaixo do patamar de US$ 94 por tonelada, valor que vinha sustentando nas últimas quatro sessões. Preocupações com restrições de crédito ao setor imobiliário na China continuam a gerar temores sobre uma desaceleração do consumo de aço no país e, consequentemente, das compras da matéria-prima. Em média, o minério vem sendo negociado a US$ 114,10 por tonelada neste ano, 15% abaixo da média de US$ 135 por tonelada no ano passado. O Santander cortou a recomendação dos papéis da Vale, de compra para neutra.

Papeis da Ambev também sofre com corte de recomendação. O Credit Suisse rebaixou o papel da companhia de bebidas de compra para neutra e reduziu o preço-alvo das ações de R$ 20 para R$ 18, por conta da preocupação em relação ao crescimento do Brasil no médio prazo. O novo preço-alvo indica um potencial de alta de 8% em relação ao valor atual do ativo. “Acreditamos que o crescimento superior da Ambev nos últimos anos [em relação à AB Inbev] foi impulsionado por reajustes de preços excessivamente acima da inflação, o que consideramos insustentável”, diz o banco em relatório.

Do lado positivo estavam Petrobras PN (0,16%, a R$ 18,10) e Banco do Brasil ON (2,58%, a R$ 25,76). Ambas estatais se sustentam em função da expectativa de queda nas preferências de voto de Dilma Rousseff nas pesquisas. Além disso, o Banco do Brasil também anunciou na sexta-feira uma operação de recompra de ações de até 3,5% do capital em circulação.

No topo do Ibovespa aparecem Light ON (3,21%), Natura ON (3,12%) e Eletropaulo PN (2,76%). As distribuidoras de energia seguem em alta desde ontem, ainda reagindo à queda no preço da energia de curto prazo, que estava no patamar de R$ 800 por MWh em março, para nível abaixo dos R$ 400 por MWh.

Entre as maiores baixas estão Energias do Brasil ON (-2,66%), Klabin Unit (-2,35%) e Duratex ON (-1,98%). O Brasil Plural iniciou cobertura de Duratex com recomendação de venda e preço-alvo de R$ 9,00 em 12 meses, o que significa um potencial de desvalorização da ação de 6% em relação ao fechamento de ontem. “Ao contrário da maioria no mercado, adotamos uma postura mais realista em relação às atividades no curto prazo da empresa”, diz o banco em relatório. A conclusão é apoiada por um cenário de desaceleração na demanda e do real desvalorizado em relação ao dólar.

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