19 de jun. de 2009

Lucro ou Ações Sustentáveis?

Maioria das empresas brasileiras prefere lucro a ações sustentáveis

Valor Online (04/06/2009)

Os empresários brasileiros ainda preferem manter a rentabilidade de seus negócios a investir em ações de preservação do meio ambiente, mas começam a ficar mais divididos nesse assunto. Pesquisa aplicada em 36 países pela Grant Thornton Internacional revela que, no Brasil, 47% dos empresários consultados não abririam mão do lucro em nome de ações verdes.

É grande, no entanto, a fatia de empresas preocupadas com a questão: 43% afirmaram que estariam dispostos a diminuir a margem em favor de melhores práticas ambientais.

Na média global, 51% das 7.200 empresas consultadas adotariam ações de preservação ambiental em detrimento dos lucros. Outros 36% optaram pela rentabilidade dos negócios e 13% não souberam responder. No Brasil, 10% dos 150 empresários ouvidos no país também não responderam.

Segundo Wanderley Ferreira, sócio da Terco Grant Thornton, que representa o grupo no Brasil, o aumento da preocupação dos consumidores tem pressionado as empresas a adotarem posturas mais responsáveis, tendência que, na avaliação dele, deve aumentar. Também pesa sobre o empresariado as incertezas sobre as matérias-primas e a sustentabilidade de seus negócios no longo prazo.

Considerando os países emergentes, a fatia de empresários atentos à questão ambiental também é significativa. Na China, 64% foram favoráveis à atuação ambiental ainda que isso signifique aperto nos lucros. No Chile o percentual é o maior da América Latina, com 89%, seguido de Turquia (83%) Argentina (80%), México (60%) e Índia (44%).

Um percentual mais modesto que o do Brasil foi observado na Rússia, onde 36% se mostram favoráveis a praticas verdes. Ainda assim, a fatia é maior do que os 33% do país que afirmaram preferir manter os lucros.

Nos Estados Unidos, país fortemente criticado no mundo pelo pouco envolvimento em preservação ambiental, o empresariado ficou mesmo dividido, com 46% de um lado e 46% de outro. Na União Europeia, 46% se dizem favoráveis a ações ambientais, mas 43% ficariam com a opção de manter a rentabilidade.
Um outra questão proposta ao grupo envolve a avaliação de cada empresário sobre se a comunidade empresarial do país se preocupa ou não com o meio ambiente. Na média global, 30% responderam positivamente. No caso do Brasil, 34% disseram que há preocupação nesse sentido, mas na América Latina a média ficou em 14%, bem abaixo da fatia de 61% que responderam positivamente entre países nórdicos.


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