Índice de Sustentabilidade Empresarial - ISE
Trata-se de um índice econômico-ambiental criado em 2005 pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em parceria com entidades profissionais ligadas ao mercado de capitais, além da Fundação Getúlio Vargas, Instituto Ethos e Ministério do Meio Ambiente que é uma iniciativa pioneira na América Latina e tem como objetivo criar um ambiente de investimento compatível com as demandas de desenvolvimento sustentável da sociedade contemporânea. O ISE serve de referencial para aplicações e movimentos em investimentos sustentáveis. O ISE também tem por objetivo refletir o retorno de uma carteira composta por ações de empresas com reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e a sustentabilidade empresarial, e também atuar como promotor das boas práticas no meio empresarial brasileiro. Por isso, funciona como um selo de qualidade.
Para participar desse índice, um conselho formado pelos representantes da bolsa e das outras instituições, analisa os questionários, enviados pelos mesmos, às empresas pré-selecionadas sobre as 150 ações mais líquidas.
Alguns dos assuntos abordados no questionário são: a dimensão ambiental, dimensão de governança, dimensão da natureza do produto. Os principais critérios de seleção são: relacionamento com empregados e fornecedores; governança corporativa; impacto ambiental de suas atividades. Uma vez participante do índice, a revisão da carteira é anual.
Os investimentos no ISE atualmente estão se apresentando com uma oscilação menor comparado aos investimentos no IBOVESPA, o que comprova uma maior estabilidade para os investidores. Fato este considerado como positivo pois em apenas alguns anos já se mostra uma carteira de investimento segura e confiável.
Mais variedade na carteira do índice de sustentabilidade
A quinta edição da carteira do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da BM&FBovespa;— índice que reúne as ações das empresas com melhores práticas de governança e sustentabilidade e mede seu desempenho médio — o fez ganhar em diversificação.
De 36 ações de 28 empresas incluídas na carteira que vigorou neste ano, o índice passará a contar com 43 papéis de 34 companhias a partir de 1º de dezembro, conforme a bolsa anunciou ontem.
Duas ações da composição antiga foram excluídas e outras oito entraram no índice. Também há três setores novos no ISE: construção civil, seguros e máquinas e equipamentos.
A nova carteira do ISE incorporou ainda uma premissa diferente de concentração por papel. Até agora, a regra estabelecia que uma empresa poderia deter até 25% de participação relativa no índice - porcentual que o ItaúUnibanco alcançava.
A partir desta edição, o limite passa a ser de 15%, e por setor. A participação dos bancos, portanto, que chegava a 56%, caiu a menos da metade.
Segundo a diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa, Sônia Favaretto, que preside o conselho do ISE, 137 empresas (detentoras das 150 ações mais líquidas do pregão) eram elegíveis para integrar o índice.
Apenas 51, no entanto, se dispuseram a responder o questionário em que se verificam as práticas de sustentabilidade das empresas - requisito primordial para participar do processo de seleção.
A bolsa não informa as razões que levaram à exclusão das ações da Odontoprev e da Celesc. Uma das possibilidade é de que tenham optado por não responder o questionário. A outra é de que não tenham atingido a pontuação mínima de boas práticas exigida para integrar o ISE.
Diversificação
"A diversificação é interessante para o investidor, principalmente para aquele de longo prazo", afirma o analista da corretora Socopa, Marcelo Varejão.
A tendência, com a mudança, é de que o desempenho do ISE se afaste do registrado pelo Ibovespa, índice de referência do mercado acionário brasileiro.
Esse distanciamento já vinha se verificando neste ano em função, entre outros fatores, da exclusão da Petrobras da carteira em 2008.
No Ibovespa, as ações da petrolífera representam quase 20%. Outro carro-chefe do índice de referência da BM&FBovespa, a Vale também não faz parte do índice politicamente correto.
"Juntos, os setores de siderurgia, mineração e petróleo são 47% do Ibovespa", destaca Varejão. São apenas 15% na nova carteira do ISE.
Dentre as empresas que estão chegando ao ISE nesta edição estão Copel, Even, Itausa, Indústrias Romi, Redecard, SulAmerica, Usiminas e Vivo.
"A tendência é de que isso se pulverize cada vez mais", diz o economista da Legan Asset Management, Fausto Gouveia.
Na sua visão, os papéis do setor bancário e de siderurgia é que devem puxar o desempenho do índice.
Por outro lado, a grande quantidade de ações do setor elétrico (que, sendo defensivas, costumam andar mais devagar quando o mercado está em ebulição) pode frear uma eventual alta do índice, lembra Varejão, da Socopa. "Estas ações (as do setor elétrico) são 15% do ISE, enquanto são apenas 7% do Ibovespa."
Adaptado do texto de Mariana Segala publicado no Portal Brasil Econômico
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