Reitores vão criar consórcio com sete federais de Minas
Glória Tupinambás - Estado de Minas
Publicação: 02/08/2010
São tantos dígitos que a nova instituição vai desbancar até grandes nomes do ensino superior do país, como a Universidade de São Paulo (USP), que oferece 233 graduações e tem 88,2 mil alunos matriculados; e a Federal de Minas Gerais (UFMG), com 50 mil estudantes e 80 cursos de bacharelado e licenciatura. Também ficam para trás a Universidade Federal Fluminense (UFF), com 47,2 mil docentes e 66 graduações abertas; a Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com 40,5 mil alunos; e a Unicamp, com 2,8 mil novas vagas abertas a cada vestibular. O consórcio promete mudar a distribuição do poder na educação brasileira e ainda permitir que as instituições mineiras sonhem com espaço em rankings internacionais.
A proposta foi apresentada ao ministro da Educação, Fernando Haddad, no fim do mês passado. A previsão é de que os detalhes finais sejam acertados amanhã entre os reitores, para que o consórcio seja assinado até o fim do ano. De acordo com o projeto, as universidades manteriam a autonomia, mas formulariam um único plano de desenvolvimento institucional (PDI). Trocando em miúdos, isso significa que elas permanecerão com reitores e conselhos universitários próprios, mas vão criar estratégias conjuntas para captar mais recursos, contratar professores, construir laboratórios, trocar equipamentos e tecnologias e trabalhar de maneira integrada em programas de ensino, pesquisa e extensão.
A escolha das sete universidades foi feita com base em critérios geográficos e de qualidade do ensino. Todas as instituições estão localizadas num raio de 200 a 300 quilômetros de distância, nas porções Sul e Sudeste do estado. Além disso, todas têm cursos de graduação com notas 4 e 5 (aproveitamento máximo) no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo MEC. Na pós-graduação, 15 programas têm nível 5; cinco têm nível 6 e dois, nível 7, o mais alto. Outro ponto forte é o fato de que a maior parte das federais tem áreas de atuação específicas, como as de Viçosa e Lavras, no campo das ciências agrárias; a de Itajubá, destaque em tecnologia; e a de Alfenas, na saúde. Essa característica deve permitir que elas trabalhem de maneira complementar.
“A ideia é somar competências. Todas as universidades são relativamente pequenas e detêm maior competência em alguma área específica do conhecimento. O consórcio vai trazer maior mobilidade estudantil, com alunos cursando disciplinas em mais de uma instituição; dissertações e teses poderão ser compartilhadas; e a contratação de professores deverá ser feita por meio de um único concurso público. Além disso, podemos ter câmpus coordenados por mais de uma universidade em municípios-polo dentro da área de abrangência do consórcio. O governo federal já se mostrou favorável e o governo estadual também será chamado para compor a parceria, pois a proposta vai trazer mais desenvolvimento regional”, explica o reitor da Ufla, Antônio Nazareno Guimarães Mendes, que também preside o Fórum de Dirigentes das Instituições Públicas de Ensino Superior de Minas Gerais.
Segundo Nazareno, o termo de constituição do consórcio deve ser assinado no mês que vem e, até o fim do ano, o novo plano de desenvolvimento institucional deve ser concluído. A adesão à proposta será voluntária e, além da aprovação dos reitores, o consórcio depende do aval dos conselhos superiores de cada universidade. O MEC informou que a criação do consórcio é legal e não fere a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), mas nenhum representante do ministério quis conceder entrevista sobre o assunto.
Nossa que ótima notícia, isso mostra como a educação está tomando o rumo de mais importância no país, não pelo fato da universidade ser maior ou menor, mas como isso resultará em qualidade.
ResponderExcluir