Conselho considera positiva adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade
Por Alana Gandra (da Agência Brasil) em 05/08/2010
A adesão do Brasil às normas internacionais de contabilidade (na sigla em inglês IFRS - International Financial Reporting Standards) não vai alterar a essência ou característica da contabilidade do país, que permanece a mesma. A iniciativa vai apenas adequar os balanços das empresas brasileiras ao padrão internacional de contabilidade. Foi o que disse hoje (5) o presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Domingues Carneiro. “Queremos apenas jogar lá fora com as leis do mercado.”
Comparando as normas internacionais de contabilidade ao futebol, ele disse que a meta é que o país tenha as mesmas regras que são válidas em todo o mundo. “Imagine se as regras do futebol no Brasil fossem diferentes das dos demais países? Seria muito difícil competir”.
O Brasil será o primeiro país do mundo a adotar as IFRS para a totalidade das empresas, já a partir deste ano. As IFRS começaram a ser adotadas na União Europeia em 2005 e passaram a ser aplicadas às grandes companhias brasileiras e instituições financeiras a partir de 2007. Este ano, elas deverão ser adotadas também pelas micro, pequenas e médias empresas, que representam cerca de 99% das companhias nacionais.
Explicou que durante muito tempo o Brasil perdeu oportunidades e espaço no exterior porque a forma de contabilizar era diferente de outros países. “O Brasil foi, de certa forma, preterido em muitos negócios internacionais, porque as regras eram desfavoráveis ao país. No momento em que adota essas normas internacionais, o Brasil estabelece essa condição igualitária”.
A adequação às IFRS contribui para a redução da mortalidade das empresas, porque suas demonstrações financeiras são apresentadas de forma mais transparente e levam a um melhor gerenciamento das contas. O processo melhora a captação de crédito com os agentes financeiros e sua relação também com os fornecedores, afirmou Juarez Carneiro. ”Conhecendo a contabilidade dessa empresa e sabendo de sua condição financeira, ele tem condições até de estabelecer uma linha de crédito maior para compras a prazo”.
O presidente do CFC estimou que as IFRS poderão ainda ter reflexos positivos sobre a geração de emprego nas companhias de todos os portes. “Estamos falando não só de normas internacionais, mas também de gerenciamento. Estamos falando de empresas que vão se estruturar melhor na área financeira. E essa estruturação demanda pessoas. Acredito que um dos impactos, quando a empresa melhora a gestão, é ter um resultado melhor, seja na venda, como nos serviços. E isso pode reverter em mais postos de trabalho para essas empresas.”
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