Mudança nos EUA causa surpresa
Texto de Rachel Sanderson (Financial Times, Londres) publicado no Valor Econômico em 26/08/2010
Bob Herz, presidente do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), anunciou na noite de terça-feira, inesperadamente, que vai se aposentar, abrindo espaço para uma sacudida no poderoso e também controverso órgão, responsável pelas normas contábeis nos EUA.
A saída de Herz - dois anos antes do previsto para sua aposentadoria - significa que os dois cargos mais elevados da contabilidade global estão abertos para renovação. Já se estava a procura de um substituto para David Tweedie, presidente do Conselho de Padrões Internacionais de Contabilidade (Iasb), órgão que emite as normas IFRS, usadas no Brasil, que deve se aposentar em junho de 2011.
Os dois exerceram a presidência durante um controverso período para a contabilidade, especialmente pelas regras de marcação a mercado de instrumentos financeiros complexos, que críticos responsabilizam por exacerbar os efeitos nos resultados dos bancos durante a crise, ao turbinar os valores de ganhos ou perdas não realizadas.
Herz gerou nova controvérsia este ano quando admitiu que o Fasb e o Iasb não conseguiriam cumprir o prazo estabelecido pelo Grupo dos 20 países mais industrializados do mundo (G-20) para criar um único padrão global de contabilidade, em junho de 2011, a fim de aumentar a transparência após a crise.
Jack Brennan, presidente da fundação de curadores responsável pelo Fasb, disse, após o anúncio da saída de Herz, que o conselho terá o número de assentos aumentado de cinco para sete, para "reforçar o investimento do Fasb na agenda da convergência". O Iasb tem quinze conselheiros.
Herz, que presidiu o Fasb desde 2002, quando o setor contábil tentava se reeguer após o escândalo da Enron, tinha a aposentadoria marcada para junho de 2012. Leslie Seidman, atual conselheira do Fasb e ex-executiva do J. P. Morgan, será a presidente em exercício do órgão a partir de 1º de outubro.
Contadores graduados nos dos lados do Atlântico disseram que estavam confusos e surpresos com a decisão. Uma fonte dos Estados Unidos se disse assustado, já que o vazio deixado por Herz representa uma "potencial crise" para o Fasb.
Texto de Rachel Sanderson (Financial Times, Londres) publicado no Valor Econômico em 26/08/2010
Bob Herz, presidente do Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), anunciou na noite de terça-feira, inesperadamente, que vai se aposentar, abrindo espaço para uma sacudida no poderoso e também controverso órgão, responsável pelas normas contábeis nos EUA.
A saída de Herz - dois anos antes do previsto para sua aposentadoria - significa que os dois cargos mais elevados da contabilidade global estão abertos para renovação. Já se estava a procura de um substituto para David Tweedie, presidente do Conselho de Padrões Internacionais de Contabilidade (Iasb), órgão que emite as normas IFRS, usadas no Brasil, que deve se aposentar em junho de 2011.
Os dois exerceram a presidência durante um controverso período para a contabilidade, especialmente pelas regras de marcação a mercado de instrumentos financeiros complexos, que críticos responsabilizam por exacerbar os efeitos nos resultados dos bancos durante a crise, ao turbinar os valores de ganhos ou perdas não realizadas.
Herz gerou nova controvérsia este ano quando admitiu que o Fasb e o Iasb não conseguiriam cumprir o prazo estabelecido pelo Grupo dos 20 países mais industrializados do mundo (G-20) para criar um único padrão global de contabilidade, em junho de 2011, a fim de aumentar a transparência após a crise.
Jack Brennan, presidente da fundação de curadores responsável pelo Fasb, disse, após o anúncio da saída de Herz, que o conselho terá o número de assentos aumentado de cinco para sete, para "reforçar o investimento do Fasb na agenda da convergência". O Iasb tem quinze conselheiros.
Herz, que presidiu o Fasb desde 2002, quando o setor contábil tentava se reeguer após o escândalo da Enron, tinha a aposentadoria marcada para junho de 2012. Leslie Seidman, atual conselheira do Fasb e ex-executiva do J. P. Morgan, será a presidente em exercício do órgão a partir de 1º de outubro.
Contadores graduados nos dos lados do Atlântico disseram que estavam confusos e surpresos com a decisão. Uma fonte dos Estados Unidos se disse assustado, já que o vazio deixado por Herz representa uma "potencial crise" para o Fasb.
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