16 de jun. de 2011

Sobre o Exame de Suficiência (III)

Mais um texto abordando os resultados do Exame de suficiência, fiz alguns comentários em vermlho e netre colchetes [ ].

Exame de suficiência: luta pela qualidade

Para boa parte da sociedade brasileira talvez seja novidade que, a partir deste ano, para ingressar na profissão contábil, é preciso passar por uma avaliação, o exame de suficiência. A exemplo do "exame da Ordem" na área do Direito, essa é uma expressão que vai se popularizar. A obrigatoriedade foi instituída pela Lei nº 12.249/2010, que também traz novas medidas de fiscalização e punição, prevendo inclusive a cassação do registro em caso de deslizes mais graves. O objetivo de tudo isso é promover o avanço e a valorização da contabilidade, oferecendo à sociedade, às empresas e ao setor público profissionais mais competentes [Ok!].

Divulgados no final de maio, os resultados do primeiro exame foram decepcionantes, assustadores [Não considero que são decepcionantes e assustadores! Quem conhece um pouco da realidade dos cursos de Graduação em Ciências Contábeis pode considerar esse resultado até razoável ou ainda surpreendente] . Apenas 5.650 dos 16.608 candidatos conseguiram aprovação: 30,83% dos que fizeram provas de bacharel em ciências contábeis e 24,93% de técnico em contabilidade, valendo sublinhar que bastava acertar o mínimo de 50% das questões.

A sociedade talvez não lembre também que já havíamos feito uma tentativa de adotar esse exame, no meio contábil, só que por resolução. No período de 2000 a 2004, aplicamos dez exames, contabilizando ganhos substanciais. Como imaginávamos, a iniciativa funcionou como fiscalização indireta, diminuindo as autuações profissionais em cerca de 60% [Defendo a aplicação do Exame de suficiência, mas o fato de um bacharel ser aprovado no Exame para atuar como Contador, não necessariamente garante que o mesmo será mais ético no exercício da sua profissão... O exame da ordem para advogados, por exemplo, não impede posturas antiéticas dos profissionais. Bem, talvez precisaremos de dados empíricos para fazer essa afirmação, mas ainda acredito que não há definitivamente uma relação direta]. Foi um tempo em que as instituições de ensino revelaram preocupação maior com a qualidade dos seus cursos, investindo mais na formação dos professores, se interessando mais pelas questões pedagógicas, métodos de ensino, conteúdos ministrados e com as necessidades do mercado. O próprio sistema CFC-CRCs avançou no conceito de desenvolvimento profissional com a educação continuada, formato que hoje tem até programas de ensino à distância, procurando alcançar toda a classe em atividade - um contingente de mais de 500 mil no país.

É cedo para dizer que os resultados dessa primeira edição são uma tendência, até porque, nos dez exames anteriores, a média de aprovação foi de 60%. Seja como for, a rede de ensino não precisa esperar para dar uma resposta. São mais de mil cursos de ciências contábeis formando milhares de alunos todo ano. Só em 2009 foram 32,3 mil, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Alguns deles são ótimos - no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) de 2009, 28 tiveram conceito máximo, mas muitos andam completamente esquecidos do compromisso com a qualidade.

Texto de Paulo Caetano (13/06/2011)
Fonte: CFC Notícias

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