Crescimento no volume dos estoques é sinal de crescimento ou estagnação das atividades de uma empresa?
Posso comparar o volume de recursos aplicados no estoque de um ano em relação a outro sem considerar os efeitos da inflação?
O texto abaixo fala em crescimento dos estoques em 2011 em relação a 2010, mas esse crescimento é real ou nominal?
Vamos ao texto! Comenários em vermelho.
Estoque recorde acompanha crescimento das empresas
Texto de Nelson Niero - Valor Econômico - 31/08/2011
Os estoques das companhias de capital aberto estavam em níveis recordes no fim do semestre, mas a leitura dos dados dos balanços não são tão facilmente traduzidos como um sinal de desaquecimento da economia.
Na ultima semana de agosto, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou seu indicador mostrando que, em julho de 2011, os estoques estavam, em volume, acima do previsto pelas empresas (num universo que vai muito além das companhias negociadas em bolsa).
Nos balanços, os estoques, registrados em reais, chegaram em R$ 128 bilhões no fim junho [Avaliados a custo histórico ou a Fair Value? Isso pode fazer uma diferença significativa!], um aumento de 9% [Crescimento real ou nominal? Foram considerados os efeitos da inflação? Não esqueçam: 5% também é inflação e que inflação!] em relação ao valor de dezembro de 2010 [Os valores estão em moeda de 2010 ou 2011? Não dá para comparar valores em datas diferentes, sem considerar o efeito inflacionário!], segundo levantamento feito pelo Valor Econômico com 231 empresas de setores diversos, com base no banco de dados da Economática.
Nos setores representados por um número significativo de empresas, é possível destacar o aumento de 26% entre os fabricantes de produtos químicos, com clara tendência de alta entre a maioria das 14 companhias. Já papel e celulose, com 15%, foi puxado pela alta de 30% da Suzano. Nas têxteis, com 15% no total, há aumentos significativos, compensados por quedas também relevantes.
Siderurgia e metalurgia, um setor que vem se arrastando há tempos, os estoques ficaram praticamente inalterados.
Mas como os estoques fazem parte dos ativos, e estes também aumentam e diminuem no tempo, é possível fazer uma prova dos nove comparando-se os dois. Com uma base menor de empresas, mas num prazo maior, a situação não parece tão ruim. Em junho, os estoques de 90 empresas representavam 20% do ativo de curto prazo, acima do indicador de 18% em dezembro de 2010, mas igual ao de dezembro de 2009. Em 2008, no auge da crise financeira, a relação bateu em 23%. [Aqui é preciso ponderar se o crescimento dos estoques foi acompanhado por crescimento no total dos ativos de curto prazo.]