Fugindo dos padrões... As coisas não precisam ser tão exatas!!
BMG inova com balanço do setimestre
Texto de Carolina Mandl - Valor Econômico - 31/08/2011
O banco BMG inovou ontem ao publicar um balanço do setimestre [Essa é muito inovadora!!]. Em vez dos tradicionais números de janeiro a junho, a instituição mineira decidiu incluir um mês a mais no balanço.
O objetivo, segundo Ricardo Gelbaum, diretor financeiro do BMG, foi refletir a situação da instituição posterior às aquisições do banco e da promotora GE, fechadas em julho [Tudo em nome do full disclosure!! Menos comparabilidade e mais relevância...]. Pós-incorporação das novas instituições, o BMG registrou um lucro líquido de R$ 234,5 milhões no setimestre, ante R$ 410 milhões em igual período do ano anterior.
Sem a GE, ou seja, no usual balanço divulgado do semestre - aquele exigido pelo Banco Central -, o BMG registrou um lucro líquido mais minguado, de R$ 21,7 milhões, contra R$ 352 milhões obtidos de janeiro a junho de 2010.
De acordo com Gelbaum, a compra do banco e da promotora GE trouxeram ganhos para o BMG de duas formas. Uma delas foi pelo fato de a GE trazer operações de crédito um pouco mais rentáveis para a instituição. Além disso, o diretor financeiro diz que créditos tributários vindos da aquisição da GE tiveram uma contribuição de R$ 180 milhões no lucro de R$ 234,5 milhões do setimestre.
Porém, mesmo a publicação do lucro líquido de R$ 21,7 milhões do semestre tradicional foi alvo de uma ressalva dos auditores do BMG, a PwC. Uma ressalva equivale a dizer que os auditores encontraram um erro na contabilidade mostrada pelo banco. Para a auditoria, o banco teve um prejuízo de R$ 59,7 milhões.
Isso acontece cerca de uma semana depois de outra instituição, o Rural, também apresentar seus números com três ressalvas, sendo que uma delas também teria feito seu lucro aumentar. Esse tipo de comentário dos auditores era algo que não se via no balanço dos bancos há muito tempo.
A discussão entre os auditores e o BMG gira em torno de uma mudança na contabilização das despesas de comissões a agentes que fecham contratos de crédito consignado, produto responsável por 92% da carteira de crédito e de arrendamento mercantil, de R$ 24,5 bilhões, do BMG. A cada operação fechada por um correspondente, o banco precisa pagar a ele uma comissão.
O banco alterou a forma de contabilizar esse gasto nos casos em que as carteiras são cedidas a outra instituição e depois refinanciadas pelo próprio BMG. Isso gerou um "ganho" para o banco mineiro de R$ 81,5 milhões, valor que foi acrescentado ao resultado do primeiro semestre deste ano, gerando uma espécie de receita extra.
Para os auditores, porém, esse valor não deveria ser acrescentado às contas do resultado de janeiro a junho, já que algumas operações financeiras foram fechadas em períodos anteriores a isso. Por esse motivo, a PwC considerou que o lucro líquido do semestre - os R$ 21,7 milhões mostrados pelo BMG - está superestimado em R$ 81,5 milhões.
Segundo Gelbaum, o BMG levou ao conhecimento do Banco Central a forma como estava contabilizando as comissões. "Não teríamos tempo hábil para saber de quando era cada operação", afirma. Procurado pelo Valor, o Banco Central informou que "a responsabilidade pelo balanço é da instituição, e ela deve seguir as regras vigentes e que cabe à auditoria externa emitir suas opiniões".
Além da GE, o BMG comprou neste ano o banco Schahin e passou a operar 50 lojas que eram do Morada, liquidado pelo BC.
BMG inova com balanço do setimestre
Texto de Carolina Mandl - Valor Econômico - 31/08/2011
O banco BMG inovou ontem ao publicar um balanço do setimestre [Essa é muito inovadora!!]. Em vez dos tradicionais números de janeiro a junho, a instituição mineira decidiu incluir um mês a mais no balanço.
O objetivo, segundo Ricardo Gelbaum, diretor financeiro do BMG, foi refletir a situação da instituição posterior às aquisições do banco e da promotora GE, fechadas em julho [Tudo em nome do full disclosure!! Menos comparabilidade e mais relevância...]. Pós-incorporação das novas instituições, o BMG registrou um lucro líquido de R$ 234,5 milhões no setimestre, ante R$ 410 milhões em igual período do ano anterior.
Sem a GE, ou seja, no usual balanço divulgado do semestre - aquele exigido pelo Banco Central -, o BMG registrou um lucro líquido mais minguado, de R$ 21,7 milhões, contra R$ 352 milhões obtidos de janeiro a junho de 2010.
De acordo com Gelbaum, a compra do banco e da promotora GE trouxeram ganhos para o BMG de duas formas. Uma delas foi pelo fato de a GE trazer operações de crédito um pouco mais rentáveis para a instituição. Além disso, o diretor financeiro diz que créditos tributários vindos da aquisição da GE tiveram uma contribuição de R$ 180 milhões no lucro de R$ 234,5 milhões do setimestre.
Porém, mesmo a publicação do lucro líquido de R$ 21,7 milhões do semestre tradicional foi alvo de uma ressalva dos auditores do BMG, a PwC. Uma ressalva equivale a dizer que os auditores encontraram um erro na contabilidade mostrada pelo banco. Para a auditoria, o banco teve um prejuízo de R$ 59,7 milhões.
Isso acontece cerca de uma semana depois de outra instituição, o Rural, também apresentar seus números com três ressalvas, sendo que uma delas também teria feito seu lucro aumentar. Esse tipo de comentário dos auditores era algo que não se via no balanço dos bancos há muito tempo.
A discussão entre os auditores e o BMG gira em torno de uma mudança na contabilização das despesas de comissões a agentes que fecham contratos de crédito consignado, produto responsável por 92% da carteira de crédito e de arrendamento mercantil, de R$ 24,5 bilhões, do BMG. A cada operação fechada por um correspondente, o banco precisa pagar a ele uma comissão.
O banco alterou a forma de contabilizar esse gasto nos casos em que as carteiras são cedidas a outra instituição e depois refinanciadas pelo próprio BMG. Isso gerou um "ganho" para o banco mineiro de R$ 81,5 milhões, valor que foi acrescentado ao resultado do primeiro semestre deste ano, gerando uma espécie de receita extra.
Para os auditores, porém, esse valor não deveria ser acrescentado às contas do resultado de janeiro a junho, já que algumas operações financeiras foram fechadas em períodos anteriores a isso. Por esse motivo, a PwC considerou que o lucro líquido do semestre - os R$ 21,7 milhões mostrados pelo BMG - está superestimado em R$ 81,5 milhões.
Segundo Gelbaum, o BMG levou ao conhecimento do Banco Central a forma como estava contabilizando as comissões. "Não teríamos tempo hábil para saber de quando era cada operação", afirma. Procurado pelo Valor, o Banco Central informou que "a responsabilidade pelo balanço é da instituição, e ela deve seguir as regras vigentes e que cabe à auditoria externa emitir suas opiniões".
Além da GE, o BMG comprou neste ano o banco Schahin e passou a operar 50 lojas que eram do Morada, liquidado pelo BC.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua participação é muito importante para as discussões de ideias contábeis e outras mais. Obrigada!