Adesão
dos EUA ao IFRS parece mais distante
Para aqueles que ainda têm esperança de
que o IFRS se torne o único padrão de contabilidade global, é melhor ter
bastante paciência. Para dizer o mínimo.
O grande país relevante que falta para
poderia garantir esse desfecho são os Estados Unidos, que segue usando seu
próprio modelo, chamado de US Gaap.
Muito embora o trabalho conjunto entre
os responsáveis pelos dois padrões sigam trabalhando juntos para escrever novas
normas contábeis sobre reconhecimento de receita, instrumentos financeiros e
leasing, é bem possível que o nível de convergência pare por aí.
A palavra final sobre o assunto é da
Securities and Exchange Commission (SEC). Mas autoridades do órgão regulador
que estiveram no evento do American Institute of Certified Public Accountants, na semana
passada, deixaram mais perguntas do que respostas no ar quando trataram do
tema. Uma certeza é que, se um dia os EUA incorporar o IFRS, esse dia será bem
distante, para que as empresas e os agentes do mercado tenham tempo suficiente
para se adaptar.
Isso sem falar que, passadas as eleições
americanos, está havendo diversas mudanças na cúpula da SEC, inclusive com a
saída da presidente Mary Schapiro.
Presente no evento, Hans Hoogervorst,
presidente do Iasb, órgão que escreve as normas internacionais, bem que tentou
reforçar os apelos para que os EUA "entrem no barco" do IFRS, para
usar suas próprias palavras.
Mas o principal recado veio de Leslie
Seidman, do Fasb, entidade responsável pelo US Gaap. Ao citar dificuldades para
adaptar o IFRS, baseado em princípios, à cultura americana, mais acostumada a
regras, ela disse que "a meta de atingir 100% de comparabilidade (como um
padrão único) não é atingível no curto prazo".
Texto
de Fernando Torres, para o Valor Econômico (10 Dez. 2012)
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