"Contador" Antonio Carlos Atella Ferreira diz que fez solicitação de procuração para 'um cliente' - (Folha.com - 01/09/2010)
Está na Folha OnLine (Folha.com - Poder - Contador diz que fez solicitação de procuração para 'um cliente' - 01/09/2010). Lendo a entrevista com o Senhor Antonio Carlos Atella Ferreira, senti vergonha de ser contador, por mais que atualmente me dedique à pesquisa e à docência.
O que vou transcrever agora são partes da entrevista, portanto, não estou inventando nada, apenas pondo comentários meus entre parênteses:
PARTE 1. FALANDO SOBRE O TRABALHO
Quem pediu a (procuração) da Verônica Serra?
Um cliente que pediu. Não sei quem é, algum advogado do Brasil.
Mas o senhor não lembra quem entregou o papel para o senhor?
Não lembro. Tenho 42 anos de profissão, tenho clientes de todos os lados, não vou lembrar um caso, o cafezinho que tomei lá atrás, mesmo porque faço de 15 a 20 por dia.
(...)
Qual é a sua profissão?
Contador, com direito a atuar justamente na área. (ERRADO, ESTE INDIVÍDUO É TÉCNICO EM CONTABILIDADE, COM REGISTRO NO CRC-SP, OU SEJA, ALÉM DE TUDO, É MENTIROSO, DESINFORMADO, OU NÃO SABE MESMO A DIFERENÇA ENTRE CONTADOR E CONTABILISTA)
Como é o seu trabalho?
O advogado me manda a procuração, eu vou lá e retiro o documento. Sou um office boy de luxo. (OFFICE BOY DE LUXO É PRA ACABAR COM QUALQUER CREDIBILIDADE DA PROFISSÃO CONTÁBIL)
(...)
PARTE 2: FALANDO SOBRE PERSPECTIVA POLÍTICA
É filiado a algum partido?
Não. Mas agora vou querer ser vereador [risos]
Já tem partido?
Uma legenda boa para se eleger. Estou vendo que o negócio é bom...
O seu nome aparece envolvido no caso do sigilo...
Vou tirar proveito. Lembra-se do caso do 'veado' costureiro que roubou o cemitério e saiu para deputado federal? Acho que não sou dessa qualidade, mas posso. (JÁ IMAGINARAM UM REPRESENTANTE ASSIM DA CLASSE CONTÁBIL?)
(...)
PARTE 3: SOBRE O OFÍCIO DE ADVOGADO (QUE BOM QUE AGORA NÃO É MAIS CONTADOR) E UNS PROBLEMINHAS NA JUSTIÇA
No Tribunal de Justiça de Rondônia há quatro, dois em sigilo de Justiça.
Maravilha! Mas não sou obrigado a te responder. Sou advogado. (QUE BOM, TALVEZ NÃO SEJA MESMO CONTADOR)
O senhor é filiado à OAB de São Paulo?
Não, não sou da banda podre. (QUER DIZER QUE A OAB-SP É BANDA PODRE? ELE DEVE SER ENTÃO DA BANDA LIMPA)
Por que o senhor teve cinco CPFs?
Tinha, mas pedi para o delegado da Receita suspender com uma carta de próprio punho e ele deferiu. Já vi que o senhor não é da área, é desinformado.
Mas por que o senhor teve tantos CPFs?
Por um direito de qualquer cidadão, é a própria Receita. Onde se tira um CPF? Por que tenho dois? Quem me forneceu, foi o senhor? (EDUCAÇÃO NÃO É MUITO O FORTE DO AMIGO CONTADOR)
(...)
PARTE 4: CELEBRIDADE INSTANTÂNEA
O senhor conhece o pessoal que trabalha na agência da Receita em Mauá?
Conheço no Brasil inteiro. Trabalho na área, pela força de trabalho seria difícil dizer que não conheço nenhuma pessoa que está na mídia, que é notável no momento. Agora é o meu momento de glória, igual foi com a menina da Uniban [Geyse Arruda]. (QUE BELA BASE DE COMPARAÇÃO, NÃO?)
(..)
PARTE 5: FUNCIONALISMO PÚBLICO
O senhor foi servidor?
Não tive o privilégio de ser um vagabundo a mais. (AQUI, É PRESTADO UM SERVIÇO À DEMOCRACIA. SE TODOS SÃO VAGABUNDOS, PARA QUE ESTADO???)
(..)
Bem, era o que eu tinha para dizer. Infelizmente, venho dizer que eu, realmente, senti vergonha hoje da profissão que escolhi e que tanto amo.
Fonte: Blog Contabilidade, Finanças e Atualidades (Prof. Jorge Eduardo Sacapin)
Não há motivo para vergonha! Este energúmeno sequer sabe do que trata a Ciência Contábil. O problema reside no fato de que a legislação brasileira, em especial as normas editadas pela SRFB exigem que para serviços de "office-boy", se tenha o título de Contador, mais por comodidade da própria SRFB que se vale de serviços de fiscalização prévia que os Contadores exercem, do que real necessidade de capacidade técnica para realização de atos.
ResponderExcluirEspero que o CRC ao qual este indivíduo esteja vinculado (se é que está) inicie um processo disciplinar para investigar este caso quanto a prováveis transgressões à profissão.