No quarto trimestre do ano passado, o PIB americano apresentou crescimento de 1,4% (5,7%, em termos anualizados) ante o terceiro trimestre, descontados os efeitos sazonais. A análise dos componentes do PIB pela ótica da demanda mostra que a maior contribuição positiva veio dos estoques (0,8 pontos percentuais), sinalizando uma forte recomposição de estoques das empresas. As exportações e o consumo das famílias adicionaram, respectivamente, 0,5 p.p e 0,4 p.p de crescimento. Todavia, o consumo das famílias, que continua fraco, desacelerou na passagem do terceiro para o quatro trimestre, registrando incremento de apenas 0,5% (ante 0,7 no terceiro trimestre), em termos dessazonalizados. Em relação ao último trimestre de 2008, o PIB cresceu somente 0,1%, e no acumulado de 2009, a economia americana retraiu 2,4%, a maior contração desde 1946.
Na Área do Euro, após uma expansão de 0,4% no terceiro trimestre, os dados preliminares do PIB do quarto trimestre mostram pequena alta, de 0,1% na margem e com ajuste sazonal. Em relação ao mesmo trimestre de 2008, a retração foi de 2,1%, sendo que no acumulado do ano passado o PIB caiu 4,0%. Esse resultado foi bastante influenciado pelo desempenho da Alemanha, a maior economia do bloco, cuja recuperação perdeu força nos meses finais de 2009. O PIB do quarto trimestre registrou variação nula em relação ao trimestre anterior, com ajuste sazonal, interrompendo a tendência de crescimento da economia observada no segundo trimestre (0,4%) e no terceiro trimestre de 2009 (0,7%). De acordo com o Departamento Federal de Estatísticas (Destatis), o arrefecimento da economia foi resultado da retração dos gastos com consumo final e a formação de capital. A única contribuição positiva veio do comércio exterior, com avanço das exportações e recuo das importações. O PIB alemão registrou queda de 2,4% frente ao mesmo trimestre de 2008, fechando o ano de 2009 com uma retração de 5,0%.
Na França, em contraste, o PIB cresceu 0,6% no quarto trimestre de 2009, seguindo uma expansão de 0,2% nos três meses anteriores, com ajuste sazonal. Segundo o INSEE, o órgão oficial de estatística, enquanto o consumo das famílias cresceu 0,9% no trimestre, os investimentos recuaram 1,3%. Na comparação com o último trimestre de 2008, o PIB recuou 0,3%, enquanto no ano de 2009, a economia francesa se contraiu 2,2%, a queda mais expressiva desde o pós-guerra.
Após contrair por seis trimestres consecutivos, a economia britânica parece ter saído da recessão no último trimestre de 2009. A primeira estimativa do PIB indica uma variação positiva da ordem de 0,1% na passagem do terceiro para o quatro trimestre, descontados os efeitos sazonais. Na comparação com o último trimestre de 2008, o PIB recuou 3,2%, acumulando no ano de 2009 uma retração recorde de 4,8%. A fraca demanda e a baixa confiança dos consumidores suscitam dúvidas entre os analistas de que a recessão tenha sido efetivamente superada. Ainda é grande a incerteza quanto à trajetória da recuperação ao longo do primeiro semestre de 2010.
No Japão, o resultado do PIB no 4º trimestre superou as expectativas, com avanço de 1,1% em relação ao trimestre anterior, descontados os efeitos sazonais. A recuperação da economia japonesa está sendo liderada pelas exportações (aumento de 5% no último trimestre), que se beneficiam do forte crescimento da China, atualmente o maior mercado para os produtos japonês. Embora continue fraco, o consumo das famílias, que representa cerca de 60 % da economia japonesa, subiu 0,7% do trimestre anterior, puxado pelos incentivos fiscais concedidos pelo governo para as compras de carros e eletrodomésticos. Os investimentos em capital fixo também cresceram no último trimestre do ano (1,0%), primeiro resultado positivo desde o primeiro trimestre de 2008, enquanto os investimentos públicos caíram 1,6%.
Em face da lenta e fraca recuperação da atividade econômica nos países desenvolvidos, os bancos centrais das principais economias avançadas têm sinalizado que manterão inalteradas, nos próximos meses, as taxas oficiais de juros, que estão em seus mais baixos patamares (próximo de zero nos casos dos Estados Unidos, Japão e Reino Unido). Essa decisão conta com o apoio do FMI, que tem defendido cautela na retirada dos estímulos monetários e fiscais, não obstante o aumento das pressões inflacionárias.
Fonte: Instituto de Estudos para Desenvolvimento Industrial (IEDI)
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