6 de abr. de 2009

Melhor solução para AIG: Falência!

Ex-presidente defende falência da empresa
Washington, 6 de Abril de 2009
Maurine R. Greenberg, ex-presidente da seguradora American International Group (AIG), afirmou na última quinta-feira que a ajuda do governo de US$ 170 bilhões fracassou e que teria sido melhor para os contribuintes permitir a falência da companhia.
"Está mais do que claro que este tipo de approach não tem dado resultados positivos em meio à atual conjuntura", defendeu Greenberg - que perdeu seu posto na AIG em 2005 - ao House Oversight and Government Reform Committee (Comissão de Reforma do Governo e Fiscalização da Câmara dos Representantes dos EUA). "A AIG, no meu entender, nos moldes do atual plano, não dará retorno financeiro aos contribuintes."
Greenberg não aceita ser visto como culpado pelo colapso da seguradora e insistiu que os problemas da AIG foram resultado da má administração que assumiu o controle da companhia após a sua saída. Além disso, segundo ele, o Departamento do Tesouro norte-americano piorou ainda mais as coisas ao dividir o negócio e tentar vendê-lo em pedaços.
Ele também rebateu as afirmações do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, e do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA), Ben Bernanke, segundo as quais a falência da AIG acarretaria danos ainda maiores à já deteriorada economia americana. "Seriam sentidos alguns efeitos, mas nada de catastrófico", disse Greenberg. "Não acredito que isto seria um desastre."
Greenberg imediatamente encontrou em conflito com a atual administração da seguradora, indicada pelo governo federal. Ainda que estivesse na condição de testemunha, a AIG o acusou de ter desempenhado um papel central na AIG Financial Products, a unidade que levou ao colapso da companhia no ano passado.
Ao longo de seu testemunho de três horas, o ex-presidente da AIG defendeu que deveria ser visto muito mais como um salvador do que como um vilão. Ele atacou a
estratégia adotada pelo atual secretário do Tesouro, Geithner, e seu antecessor na administração Bush, Henry Paulson.
"O plano (do governo) falhou porque ignorou o principal valor da AIG: suas pessoas", destacou Greenberg. "A partir do dia em que foi anunciado o plano do Tesouro para liquidar a companhia, seu valor deteriorou-se uma vez que os funcionários da AIG, assim como suas redes de contato, foram desligados."
Greenberg sublinhou que Edward Liddy, que foi escolhido pelo governo para ocupar o cargo de principal executivo da seguradora após o resgate financeiro da AIG, "não possui o background necessário para desempenhar sua função de modo satisfatório". "O modelo de negócio da AIG não fracassou, mas sim a sua administração", enfatizou. Isto provocou outra reação por parte da companhia, que defendeu que estas alegações eram "implausíveis" e "não correspondiam à realidade".
Fonte: Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados (The New York Times)

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