Companhias falham em governança
São Paulo, 31 de Março de 2009
Por Luciano Feltrin
As falhas nos modelos de governança corporativa das empresas brasileiras vão bem além da montagem e remuneração do seu conselho de administração, o assunto da moda. Mesmo as companhias listadas no Novo Mercado - o segmento da BM&F Bovespa com as melhores práticas - pecam na maneira como comunicam os riscos inerentes à sua atividade e as transações envolvendo partes relacionadas. Também há muito a ser corrigido no uso de comitês que podem auxiliar conselheiros na tomada de decisões importantes.
As conclusões fazem parte de um levantamento preparado pela KPMG em parceria com o Centro de Estudos em Governança (CEG) da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), cujo conteúdo a Gazeta Mercantil teve acesso exclusivo.
O trabalho leva em consideração as estruturas de governança de cerca de 200 companhias. Estão incluídas 100 empresas do Novo Mercado, 33 que negociam nas bolsas dos Estados Unidos e outras 100 escolhidas aleatoriamente. Este último grupo é uma mistura de empresas que integram os três níveis diferenciados de governança da bolsa paulista com aquelas que não têm adesão formal a nenhum deles. "O trabalho evidencia algumas impressões que já tínhamos. Uma delas é a de que as empresas do Novo Mercado apenas cumprem um conjunto de regras, o que significa que há muito o que melhorar", critica o coordenador do CEG, Alexandre Di Miceli, um dos organizadores do estudo.
A falta de transparência e o maior detalhamento nas práticas de gerenciamento de riscos corporativos são alguns dos pontos críticos das companhias brasileiras. Apenas 12% das listadas no Novo Mercado utilizam práticas adequadas. O percentual recua à metade caso sejam consideradas só as empresas sorteadas aleatoriamente pelo levantamento e sobe para 82% para empresas que negociam ADRs (American Depositary Receipts, na sigla em inglês). "Lá fora, a Sox resolveu os problemas com fraudes contábeis. O próximo passo será avançar na gestão das companhias, que precisam monitorar os riscos e saber os níveis toleráveis para cada caso", diz o sócio responsável por governança corporativa da KPMG, Sidney Ito.
Os fatores de risco a que estão expostas as empresas do Novo Mercado são informações disponibilizadas publicamente por 68% delas. Todas as companhias que negociam ADRs e são sujeitas à entrega do detalhado formulário 20-F disponibilizam e atualizam esses dados periodicamente.
Comitês
Para a pesquisa, uma das maneiras de tentar avançar nessa área é utilizar de forma adequada comitês de apoio ao conselho de administração. Apenas 25% das companhias do Novo Mercado mantêm essa estrutura. O percentual sobe para 82% quando se leva em consideração apenas as empresas que negociam ADRs. Nas empresas que adotam esses comitês, os mais comuns são os de auditoria e o de remuneração. "Os comitês servem para alertar os conselheiros sobre qual o apetite para riscos desejado pela empresa", afirma Ito.
As conclusões fazem parte de um levantamento preparado pela KPMG em parceria com o Centro de Estudos em Governança (CEG) da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), cujo conteúdo a Gazeta Mercantil teve acesso exclusivo.
O trabalho leva em consideração as estruturas de governança de cerca de 200 companhias. Estão incluídas 100 empresas do Novo Mercado, 33 que negociam nas bolsas dos Estados Unidos e outras 100 escolhidas aleatoriamente. Este último grupo é uma mistura de empresas que integram os três níveis diferenciados de governança da bolsa paulista com aquelas que não têm adesão formal a nenhum deles. "O trabalho evidencia algumas impressões que já tínhamos. Uma delas é a de que as empresas do Novo Mercado apenas cumprem um conjunto de regras, o que significa que há muito o que melhorar", critica o coordenador do CEG, Alexandre Di Miceli, um dos organizadores do estudo.
A falta de transparência e o maior detalhamento nas práticas de gerenciamento de riscos corporativos são alguns dos pontos críticos das companhias brasileiras. Apenas 12% das listadas no Novo Mercado utilizam práticas adequadas. O percentual recua à metade caso sejam consideradas só as empresas sorteadas aleatoriamente pelo levantamento e sobe para 82% para empresas que negociam ADRs (American Depositary Receipts, na sigla em inglês). "Lá fora, a Sox resolveu os problemas com fraudes contábeis. O próximo passo será avançar na gestão das companhias, que precisam monitorar os riscos e saber os níveis toleráveis para cada caso", diz o sócio responsável por governança corporativa da KPMG, Sidney Ito.
Os fatores de risco a que estão expostas as empresas do Novo Mercado são informações disponibilizadas publicamente por 68% delas. Todas as companhias que negociam ADRs e são sujeitas à entrega do detalhado formulário 20-F disponibilizam e atualizam esses dados periodicamente.
Comitês
Para a pesquisa, uma das maneiras de tentar avançar nessa área é utilizar de forma adequada comitês de apoio ao conselho de administração. Apenas 25% das companhias do Novo Mercado mantêm essa estrutura. O percentual sobe para 82% quando se leva em consideração apenas as empresas que negociam ADRs. Nas empresas que adotam esses comitês, os mais comuns são os de auditoria e o de remuneração. "Os comitês servem para alertar os conselheiros sobre qual o apetite para riscos desejado pela empresa", afirma Ito.
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