6 de abr. de 2009

Era uma vez a educação como um bem público...

Faculdade lucra com sistema de ensino e cursos a distância
Por: DCI

A forte atuação em nichos como a venda de sistemas de ensino para outras instituições e a ampliação de cursos de ensino a distância pelo País tem levado os grupos Anhanguera Educacional, Kroton e Sistema Educacional Brasileiro (SEB) a continuarem em pleno processo de expansão, com bons índices de lucratividade, mesmo em meio à crise financeira mundial, que vem negativando os resultados financeiros de diversos setores da economia global. Ainda assim, o setor sentiu reflexos negativos do aumento do desemprego e redução do crédito, que puxaram para baixo os índices de adesões nos vestibulares e nas matrículas de grandes sistemas universitários privados do País - queda média de 10%. O SEB, por exemplo, registrou lucro líquido de R$ 46,5 milhões em 2008, apresentando crescimento de 69% na comparação com os R$ 27,5 milhões de 2007.O segmento de Educação a Distância (EAD) foi o que registrou o maior crescimento, contribuindo com R$ 27,5 milhões na receita do grupo. Marco Rossi, diretor de Relações com Investidores do SEB, afirma que a expansão é consequência, principalmente, do baixo preço desse tipo de curso, que chega a custar 50% menos do que os sistemas convencionais de aulas presenciais oferecidos por outras escolas. "Hoje, a maioria dos cursos superiores a distância estão na faixa de R$ 200, menos da metade do presencial", disse o executivo, que prevê incremento de 25% no faturamento da rede este ano. O sistema de Ensino a Distância foi implantado pelo SEB em meados de 2006, com 1.700 alunos, e encerrou 2008 com 19.900 adeptos, contribuindo com 9% do faturamento do grupo. A expectativa do SEB, de acordo com Rossi, é de atingir cerca de 30 mil alunos até o término do ano letivo. Mesmo diante dos bons resultados, Rossi conta que o EAD registrou queda de quase 20% na adesão para vestibulares no início deste ano. "A adesão ao vestibular em janeiro deste ano
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foi cerca de 20% menor do que no em janeiro de 2008. No ensino presencial não sentimos tanto, pois não estamos nos mercados competitivos", explicou o executivo, que continuará na expansão do sistema de ensino para o nível básico (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e pré-vestibular) neste ano. Desempenho O grupo mineiro de educação Kroton teve bom desempenho no ano passado, com lucro líquido de R$ 48 milhões em 2008, diante de um resultado de R$ 31,5 milhões em 2007, um crescimento de 55% neste período. Alícia Figueiró, vice-presidente do grupo e diretora de RI , explica que o objetivo da Holging Kroton é atuar em todas as segmentações de renda do País e que, para isso, opera com bandeiras diferentes para cada uma como Faculdades Pitágoras, o Instituto Nacional de Educação a Distância (Ined) e também a Projecta, criada pelo Kroton no ano passado para atender escolas públicas. "Dos 50 milhões de alunos do ensino básico do País, cerca de 45 milhões estão na rede pública, é um grande potencial", explicou Alícia. Ainda assim, houve um decréscimo de 10% na adesão de matrícula no Ined. Diferente do SEB e do Kroton, o grupo Anhanguera Educacional, que no ano passado adquiriu as operações da Microlins e da Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes, registrou aumento nas adesões ao vestibular do primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa encerrou 2008 com lucro de R$ 79,4 milhões, crescimento de 25% em relação a 2007, e 218 mil alunos. Segundo Ricardo Scavazza, vice-presidente de Operações e Relações com Investidores da companhia, a procura por cursos de ensino a distância este ano aumentou 60% em relação ao início de 2008, e nos campi esse número cresceu 30%. Em tempos de crise, com demanda de matrículas reduzida, as grandes universidades privadas do País apostam na expansão do ensino a distância e na venda de material didático a outras instituições.

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