Exame de Suficiência da classe contábil tem alto índice de reprovação em todo o Brasil
O resultado da 1ª edição do Exame de Suficiência foi publicado no dia 26 de maio de 2011 no Diário Oficial da União, trazendo um resultado alarmante sobre o Exame de Suficiência da classe: apenas 30% dos bacharéis em Ciências Contábeis e 24% dos técnicos em Contabilidade, em todo o País, conseguiram aprovação. [Não sei se sou pessimista, mas achei 30% até um percentual razoável, dada a situação dos cursos de graduação em Ciências Contábeis no Brasil...]
Segundo o presidente do Conselho Regional de Contabilidade do Estado de São Paulo, Domingos Orestes Chiomento, esse alto índice de reprovação é preocupante [Não é o índice que deve preocupar, mas a situação dos cursos, esse índice é apenas um reflexo da situação].“O resultado surpreendeu a todas as lideranças da classe. Esperávamos que, no mínimo, 50% dos bacharéis e técnicos conseguissem a aprovação, como vinha acontecendo nas 10 edições realizadas nos anos 2000 a 2004. Esse fato é um alerta e constata o despreparo dos profissionais para atender às exigências do mercado."
Para o presidente do Conselho, as faculdades e os cursos técnicos devem preparar melhor os profissionais que ingressarão no mercado de trabalho, inclusive fazendo alterações nas grades curriculares dos cursos técnicos e de bacharelado. Como medida imediata, a prova foi enviada para todas as universidades de Ciências Contábeis e cursos Técnicos autorizados pela Ministério da Educação. "Nosso objetivo é mostrar que as instituições acadêmicas precisam adequar o ensino da disciplina, mesmo porque a dinâmica dos negócios é tremenda e os profissionais da Contabilidade precisam estar aptos para acompanhar as exigências da nova Economia mundial, subsidiando os empreendedores com informações confiáveis e de valor", disse o presidente.
Após a aprovação da Lei nº 12.249/2010, o Exame de Suficiência tornou-se obrigatório, estabelecendo que os profissionais da área contábil somente poderão exercer a profissão mediante conclusão do curso de graduação em Ciências Contábeis ou Técnico em Contabilidade. O Exame foi aplicado pelo Sistema CFC/CRCs em todo o País no dia 27 de março de 2011. A próxima edição será no mês de setembro de 2011, quando os reprovados poderão fazer novos exames. “Esperamos resultados melhores no próximo Exame. Nossa meta é projetar no mercado profissionais devidamente preparados [Para isso, tem que melhorar a qualidade dos cursos, que é comprometida por vários fatores, alunos, professores...]. A avaliação traz várias vantagens para a profissão, empresas e sociedade, de uma forma geral, principalmente neste momento em que estamos em busca da harmonização dos padrões contábeis às Normas Internacionais”, finaliza Chiomento.
Na avaliação, os candidatos precisam acertar, no mínimo, 50% das questões. Nessa primeira edição, foram 16.608 candidatos inscritos em todo o Brasil e o Exame foi aplicado em 116 cidades. No Estado de São Paulo foi registrado o maior número de inscritos, com 4.597, sendo 3.740 bacharéis em Ciências Contábeis e 857 Técnicos em Contabilidade.
Fonte: Portal da Classe Contábil. As inserções entre colchetes [] e os grifos são nossos.
Alguns artigos e pesquisas têm constatado que, na média, a formação nos cursos de Contábeis ainda é muito deficiente, por vários motivos. Escrevi um artigo sobre isso a partir do resultado do ENADE 2006 em que o curso de Ciências Contábeis foi o curso de menor média nacional, entre todos avaliados naquele ano, tanto nos conhecimentos gerais (questões de conhecimentos gerais, iguais para todos os cursos) quanto nos componentes específicos (quesões específicas da área de formação).
Artigo: Uma análise do desempenho do curso de Ciências Contábeis no ENADE a partir do Processo de Raciocínio da Teoria das Restrições
Link do artigo: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rcontabilidade/article/view/3807/2804
Uma visão geral das constatações do artigo: A análise possibilitou diagnosticar de forma lógica que o curso de Ciências Contábeis apresenta baixa atratividade acadêmica, que se reflete também em reduzidos Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Contábeis no Brasil, baixa titulação dos docentes e reduzida prática de pesquisa e extensão no curso. Considera-se que a implementação de políticas de expansão de Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciências Contábeis e de valorização dos profissionais na carreira acadêmica, de forma sistêmica e integrada, pode contribuir para que o curso tenha uma melhor concepção e melhores desempenhos em avaliações futuras.
Pior q a prova nem estava tão difícil e mesmo assim o resultado foi esse....péssimo!!!
ResponderExcluirOlá Cláudia, estou escrevendo um artigo sobre o exame de suficiência ainda em fase de revisão. E a constatação ainda antes do resultado do exame já era essa, de que os cursos não estão preparados para colocar profissionais contabeis aptos a assumir funções desse porte tamanha a responsabilidade advindas desde 2007. Acho que a hora é essa, de toda a classe se unir de verdade e propor mudanças para que no futuro o cenário não seja PIOR!
ResponderExcluirVisite o blog www.suficienciacontabil.blogspot.com
Oi! Obrigada pelo comentário. Vou visitar e seguir o Blog. Abç
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