O primeiro dia de 2009 começou sossegado no mercado financeiro. Os contratos futuros de juros e de dólar oscilam pouco, devido á ausência de indicadores econômicos e de investidores (a sexta-feira encaixada entre um feriado e um fim de semana é um convite a permanecer na praia). Um pouco de sossego não faz mal a ninguém, mas que nenhum investidor nutra ilusões: começamos um ano que será muito difícil para os investidores.
A crise pode até poupar o Brasil de seus aspectos mais duros, devido às boas condições da economia e á tradicional cautela dos empresários brasileiros. Como quase todos têm na memória os solavancos passados e sabem que, no Brasil, a crise chega cedo ou tarde, sempre se guarda um dinheirinho no cofre para dias chuvosos. E foi isso que as empresas fizeram. Em vez de lançar na produção todos os recursos captados no mercado de capitais, muitos controladores guardaram parte do dinheiro para um dia ruim. O dia chegou, e o dinheiro foi reinvestido na empresa, o que compensou o estancamento do crédito.
Mesmo assim, 2009 será um ano de muitos solavancos. Tomemos, por exemplo, os preços internacionais do petróleo, que subiram 14% no fim de 2008 devido ao corte do fornecimento de gás russo à Ucrânia em pleno inverno siberiano, e caiu 8% no início de 2009 porque os profissionais se convenceram de que uma alta de 14% não fazia sentido em tempos que se prometem bicudos.
Guardadas as devidas proporções, o ano será muito parecido com esse começo: solavancos e muita turbulência, abrindo espaço para investidores que tenham dinheiro em caixa e disposição para riscos. Quem não se enquadrar nesse perfil pode aproveitar os juros, que ainda devem permanecer altos.
Por Cláudio Gradilone
Fonte: Portal Exame
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