9 de mar. de 2010

Padrões IFRS e Transparência

A matéria abaixo trata da expectativa da CVM em relação ao aumento da transparência da divulgação de informações por parte das companhias abertas a partir da adoção integral das normas IFRS.


Novo membro do Colegiado da CVM defende transparência


Fonte: Portal Último Segundo em 04 março 2010


Texto de Nelson Rocco

Cuidar da qualidade da informação contábil prestada pelas companhias abertas é o desafio de Alexsandro Broedel Lopes como novo membro do Colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele tomou posse do cargo na tarde de hoje e tem pela frente o acompanhamento da implantação por parte das empresas das normas internacionais de contabilidade, ou IFRS (International Financial Reporting Standards), em vigor desde o início deste ano em substituição à legislação societária.

O Colegiado da CVM conta com quatro membros, considerados diretores. Esse é o órgão responsável por avaliar as demandas e processos encaminhados à autarquia que cuida da normatização e fiscalização do mercado de capitais. Broedel é professor-titular de Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP) e PhD em Contabilidade e Finanças pela Manchester Business School. Ele substitui Elizeu Martins, que deixou o cargo no final do ano passado.

"Tenho uma preocupação muito grande com a informação. Estamos caminhando para um mercado de capitais mais sofisticado, em que há empresas com controle difuso, e a transparência da informação é fundamental", diz Broedel. Nesse sentido, ele lembra que a nova estrutura contábil em vigor dá maior peso às informações. Ele afirmou que a CVM está contratando 165 funcionários já de olho nesse "novo ambiente informacional".

As regras internacionais de contabilidade já estão em vigor. Para o balanço do exercício do ano passado a adoção ainda é opcional. A obrigatoriedade é que as companhias abertas entreguem seus dados deste ano em IFRS. "A convergência no Brasil (às novas normas) está mais tranquila do poderíamos imaginar", diz ele. "Muitas empresas já negociavam ADRs (recibos de ações) no Estados Unidos e estavam acostumadas com as diferenças de normas."

Além das novas regras, as empresas abertas estão tendo de lidar com o preenchimento do novo Formulário de Referência, que substitui o antigo IAN. Segundo o diretor da CVM, as empresa têm entregue o formulário, mesmo antes de o sistema para registro online ficar pronto. "Elas estão fazendo em arquivos do tipo Word ou PDF. Ainda não estão no sistema online, mas isso não impede a entrega dos dados", afirma, ressalvando que não há data marcada para a estreia do novo sistema.

Para Broedel, com a adoção das normas internacionais, as companhias só têm a ganhar. "Existe um impacto direto na adoção das normas no custo de captação por parte das empresas. A melhora das informações se reflete no Índice de Disclosure. Para cada ponto de aumento no índice, há uma redução de 0,28 ponto nos custos de captação", afirma ele, dizendo que há estudos acadêmicos instituindo esse indicador. Para o cálculo, atribui-se um peso a cada item informacional prestado pela empresa e calcula-se o índice.

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