A Contabilidade não é para a maioria e sim para quem domina
Quantas grandes empresas existem no Brasil? Quantas micro, pequenas e médias empresas existem no Brasil?
O Sebrae informa que dos 5,8 milhões de negócios formais existentes no Brasil em 2009, 99,2% (mais de 5,7 milhões) são empresas de micro e pequeno porte. Os 13,1 milhões de empregados nessas empresas correspondem a 52,3% das carteiras assinadas do país, que somam no total 24,9 milhões.
Em 2009, as micro e pequenas empresas contrataram 52,3% da mão de obra formal do país e responderam por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, de acordo com o Sebrae (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Então, do total de empresas legais existentes no Brasil, 0,8% ou pouco menos de 100 mil são grandes empresas.
Os cursos de graduação em Ciências Contábeis têm preparado os alunos para atuar em quais tipos de empresas? Pequenas? Médias? Grandes?
É para essas últimas que os cursos de Ciências Contábeis têm formado os profissionais.
Nos grandes centros urbanos brasileiros, notadamente Rio de Janeiro e São Paulo, verifica-se uma presença mais relevante de grandes corporações, mas nos outros 5.564 municípios brasileiros? Sem esquecer o fato de que nas grandes metrópoles o número das pequenas e médias empresas não pode ser desprezado...
As normas IFRS, a CVM, o CPC têm trabalhado pela Contabilidade têm trabalhado pela Contabilidade das grandes empresas, mas não pela maioria das empresas...
Porque em nossos dias [ou talvez sempre tenha sido assim] a democracia adquiriu outras nuances, virou “podercracia”, “capitalcracia”, ou seja, prevalece a vontade ou atende-se os interesses não da maioria, mas de quem tem poder, capital. Isso é bom ou mal? Por ora, pode-se apenas afirmar que é real...
Os profissionais de Contabilidade precisam pensar o seguinte: O que a contabilidade pode oferecer para a maioria das empresas, respeitadas as suas características em termos de tamanho, ramo de atuação limitações orçamentárias...?
A partir da criação do CPC e da adoção das normas do IASB no Brasil, iniciou-se uma corrida por atualizar os contadores, adaptar os cursos para atender as demandas do mercado... (Que mercado?)
É importante que o CFC, os coordenadores de curso, os órgãos responsáveis pela definição dos parâmetros curriculares não apenas corram “cegamente” para adaptar os cursos, mas reflitam em que tipo de mercado (leia-se: empresas) os profissionais de Contabilidade que estão formando irão atuar...
Cláudia sua observação é por demais pertinente. Realmente é preocupante esta situação IFRS PME, pelo que percebo os contadores em sua maioria não estão em condições de aplicar tudo isto na sua área de atuação, muito menos as PMES do nosso país.Soube que em Portugal o governo liberou empresas com menos de 5 funcionários desta exigência e outras mais. Enfim, neste nosso Brasil está instalado o estado sobre a ciência e é a ciência de fato que conhece com profundidade o objeto de estudo, que no nosso caso são as empresas. Esta "padronização" contábil atende unicamente as grandes empresas em suas relações internacionais e ligadas ao mercado de capitais. Precisa-se efetivamente a libertação das reais PMES deste jugo tirano que tende a prejudicá-las e a seus profissionais contábeis. Haja visto que pessoalmente já tentei fazer cursos nesta área mas por hora já desisti. Só encontro cursos no sul/sudeste a preços altos fora a permanência. Tem todo o meu apoio para continuar esta bandeira.
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