2 de fev. de 2011

O tráfico não faz Contabilidade (II)

Pela matéria a seguir e por outra divulgada nesse Blog em 31/01/2011 (O tráfico não faz Contabilidade) o tráfico têm profissionais [policiais e advogados... e deve haver outros] que no exercício de suas atividades colaboram para o crime organizado.
Mas nesses "caderninhos" que a imprensa de forma equivocada ou até mesmo ignorante tem chamado de Contablidade não vi referência a pagamentos de honorários de Contadores! Chamar essas anotações de contabilidade é lamentável.
Destaquei em vermelho a opinião de um advogado sobre o trabalho dos profissionais da área jurídica em relação à origem do dinheiro que paga os seus honorários!

Pagamento de advogados na contabilidade do tráficoOs traficantes da Vila Cruzeiro não contavam apenas com a colaboração de policiais corruptos, citados em cadernos que revelam 307 dias da contabilidade do tráfico. As anotações registram processos e viagens para acompanhar processos em Brasília e Campo Grande, Mato Grosso do Sul, entre julho e novembro do ano passado.

Quando o esquema de propinas pagas a policiais não dava certo e o traficante acabava preso, ele recebia assistência jurídica para voltar às ruas. Ao todo, o tráfico pagou R$ 158.120 a advogados entre 15 de janeiro e 23 de novembro do ano passado — média mensal de R$ 15.451,46.

A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio não se manifestou sobre o assunto. O advogado criminalista Nélio Andrade diz que não atua na área, mas não condena os colegas de profissão que defendem suspeitos de envolvimento com o tráfico:
— O advogado cobra os honorários pelo seu serviço. A origem do dinheiro não interessa.

Na mesma época
Em 8 de julho, o crime organizado fez dois registros de viagens a Brasília e a Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, de R$ 3 mil para “advogado mês”.
Na mesma folha da contabilidade, outras duas anotações, feitas 12 dias depois: um pagamento de R$ 3 mil por “viagem” e outra parcela de R$ 2 mil a Brasília.

Em 5 de agosto, viagem de R$ 3 mil a Campo Grande. Em 10 de outubro, novos pagamentos a advogados, desta vez em Brasília e Campo Grande. Novamente, de R$ 3 mil cada. Em 4 de novembro, a última viagem registrada a Brasília custou R$ 2 mil. No fechamento mensal de novembro, foram R$ 34.500 gastos com assistência jurídica.

— As anotações podem ajudar a polícia a identificar envolvidos com o tráfico — o diretor do Departamento de Polícia Especializada, Ronaldo Oliveira.

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“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)