4 de set. de 2009

Quem planeja, compra melhor (na empresa e em casa!)

Gaste menos no supermercado
Quem se organiza antes de fazer compras pode economizar até 15% sem deixar de adquirir o que deseja

Revista Você S/A – Seção Dinheiro Edição 133

Os supermercados se transformaram em locais onde é possível viver intensas experiências sensoriais, além de comprar os produtos que você precisa. Com tantos estímulos para aumentar o consumo, é importante que você se organize e saiba direcionar suas compras. Principalmente por que o supermercado compromete boa parte do orçamento mensal. Em 2008, de acordo com a LatinPanel, empresa que acompanha a evolução de alguns setores, os alimentos e as bebidas representaram 21% dos gastos das famílias brasileiras. “Na hora de fazer uma compra, o consumidor precisa ser racional, analisar a qualidade dos produtos e gastar com coerência”, diz Luiz Jurandir Simões, consultor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). A gerente de marketing Ana Cíntia Diosti, de 34 anos, que trabalha numa empresa especializada em empreendimentos sustentáveis, é casada há quase dois anos com o empresário Fábio Kuchkarian, de 37 anos. O casal gastava em média 100 reis por semana nas despesas com o supermercado. Ana e Fábio não cozinhavam em casa, por isso consumiam muita comida congelada, pães e frios. “Não comprávamos alimentos básicos, como arroz e feijão, fazíamos as refeições em restaurantes.”

O casal também não costumava comparar a diferença de preços entre as diversas marcas. Mas ao perceber que os gastos com o supermercado só aumentavam, os dois decidiram mudar os hábitos de consumo. “Começamos a programar as compras e comparar marcas, optar por produtos que têm a mesma qualidade, mas preço inferior”, diz Ana. O casal passou a comprar produtos básicos em supermercados maiores, itens importados em locais específicos e frutas, verduras e legumes na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp). “Estamos reduzindo a ida aos restaurantes e cozinhando mais em casa”, diz Ana. Antes de ir para o supermercado, o casal faz uma lista com tudo o que vai comprar. Ana e Fábio já conseguem economizar, em média, 100 reais por mês. “Há meses que conseguimos economizar mais, também diminuímos a frequência de idas ao supermercado”. O que os dois gastam por mês no supermercado representa em média 4% da renda do casal.

CUIDADOS NA HORA DA COMPRA
A lista de compras ainda é uma das ferramentas mais importantes para reduzir os gastos no supermercado. “O ideal é escrever os produtos por seções e tentar seguir estritamente o que está na lista”, diz Eugênio Foganholo, diretor da Mixxer Desenvolvimento Empresarial, consultoria especialista em bens de consumo e varejo, de São Paulo. Há dois tipos de compras: uma para o abastecimento do lar e outra para repor os produtos que acabaram. “A compra para o abastecimento é mais racional do que a compra de reposição, que ganha um componente emocional, já que o valor gasto é menor e o consumidor fica propenso a comprar mais”, diz Eugênio, da Mixxer. Além dessas, existe a compra para o consumo imediato, que pode comprometer o orçamento de quem não tem controle. “Para um lanche da tarde, por exemplo, o consumidor vai se sentir atraído a comprar outros itens, e não só o pão e o leite”, diz Eugênio. Se o consumidor chega ao supermercado e encontra uma promoção de um produto não perecível, a sugestão é que ele faça um estoque. Mas quem decide aproveitar as ofertas precisa se concentrar no que realmente está mais barato. “Muitas vezes o consumidor é atraído pelas promoções e acaba comprando muito mais do que deveria”, diz Luiz Jurandir, da Fipecafi . E quem não analisa preços deixa de economizar. “As marcas próprias das redes de supermercados têm a mesma qualidade que as marcas líderes de mercado”, diz Roberto Meir especialista internacional de relações do consumo. Além das marcas, o consumidor que sabe identificar o perfil de cada estabelecimento sai ganhando. “Os supermercados têm uma estrutura bem diluída, alguns focam na venda de produtos mais básicos, outros em frutas, por isso é importante aproveitar o que cada um tem de melhor e nunca comprar todos os produtos em um único lugar”, diz Luiz Jurandir, da Fipecafi.
O consumidor também pode concentrar a compra dos utensílios básicos, como produtos de limpeza e alguns alimentos, nos supermercados de bairro. “A economia pode chegar a 15%”, diz o especialista em consumo Roberto Meir. O consumidor também precisa ficar de olho nas gôndolas, porque os supermercados costumam ter estratégias na hora de expor os produtos. “A maioria dos produtos que ficam na direção dos olhos do consumidor são aqueles que o supermercado tem mais interesse em vender”, diz Eugênio. Mas existem estratégias que podem beneficiar os consumidores. As redes de supermercado estão aproximando produtos que se complementem. É comum encontrar, por exemplo, um pacote de macarrão e uma lata de molho em um mesmo corredor. “Os supermercados estão dando soluções mais completas para o consumidor”, diz Eugênio, da Mixxer.

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“... nunca [...] plenamente maduro, nem nas idéias nem no estilo, mas sempre verde, incompleto, experimental.” (Gilberto Freire)