6 de mar. de 2009

Não é possível que empresas ainda discriminam mulheres

Reportagem apresenta a constatação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) que existem muitas empresas que ainda discriminam mulheres.
Apesar de a discriminação salarial e profissional contra as mulheres ter se tornado ilegal desde o implemento da Constituição de 1988, ela ainda existe e afeta, principalmente, mulheres que trabalham na base da pirâmide das empresas. Esta foi a constatação feita pelos presidentes de filiais da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) durante conferência promovida pela ABRH-Nacional.
Para José Itajara, presidente da ABRH-SC, a discriminação contra a mulher é muito mais comum em empresas que não tem planos de carreira para seus funcionários e em lugares em que as decisões sobre promoções ficam a cargo dos donos, supervisores ou diretores. "Mas isso ocorre, também, devido a uma certa passividade por parte da mulher, que termina por assumir a ideia de que seu salário é complementar ao do marido, daí porque pode ser um pouco inferior", assinala Itajara.
Maria Sampaio, presidente da ABRH-BA, ressalta que, no Brasil, de modo geral, e na Bahia, particularmente, a cultura machista da sociedade acaba reservando para as mulheres cargos com menores salários, reforçando a tese de que o salário da mulher é sempre complementar.
No entanto, a discriminação contra a mulher não se limita a aspectos de remuneração, mas pode tomar outras formas, como as oportunidades que as empresas oferecem a profissionais de ambos os sexos. "No nosso caso, o Rio Grande do Sul ainda é um pouco machista, especialmente em algumas regiões interioranas. Esta característica impacta menos na remuneração e mais na oportunidade de crescimento dentro das empresas, pois é mais difícil para as mulheres chegarem aos cargos de liderança, onde a remuneração é melhor", explica Pedro Fagherazzi, presidente da ABRH-RS.
"A discriminação é sutil e camuflada. Existe uma diferenciação histórica entre homens e mulheres, que traz a idéia de que os homens têm mais força e as mulheres são mais propícias para cuidar e apoiar o trabalho deles. Isso é cultural e faz parte do mercado de trabalho de todos os estados brasileiros, uns com mais intensidade do que em outros. Para mudar esse quadro, é preciso entender que homens e mulheres têm sim qualidades diferentes, e estudar formas de melhorar e aproveitar o potencial de ambos os sexos, suprindo o que falta em cada um", complementa Angela Abdo, presidente da ABRH-ES.
Fonte: Aqui

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