24 de mar. de 2009

O contribuinte, tanto aqui quanto lá, paga o preço

Esperança, às custas do contribuinte americano
24/03/09
Por Alexandre Teixeira
Paul Krugman cantou a bola ainda ontem, em seu blog, logo depois do anúncio oficial: no novo plano americano, o investidor só vai arcar com 15% dos riscos da compra dos chamados títulos tóxicos. O governo dos Estados Unidos assume os 85% restantes. Isto em um plano no valor de até US$ 2 trilhões. As bolsas dispararam, sim. Mas talvez mais porque o negócio seja bom para os investidores do que para a economia americana – e, portanto, global.
Nas palavras do New York Times, o novo plano do governo Obama é “maior e mais generoso com investidores privados do que se esperava, mas ele também põe os contribuintes em grande risco”.
O mesmo jornal diz que o gigantesco plano de resgate que deixou Wall Street atordoada é uma reestréia do secretário do Tesouro, Timothy Geithner, depois que a primeira apresentação do plano de recuperação de bancos fracassou seis semanas atrás. “Desta vez, a reação foi amplamente positiva”, afirmou o Times, “dando ao atacado Geithner um empurrão criticamente necessário”.
Os detalhes do plano do governo americano para resolver os problemas dos bancos do país trouxeram alguma esperança de recuperação a Wall Street. Depois de semanas do mais absoluto pessimismo, investidores voltaram a se perguntar se o pior pode ter ficado para trás. Se finalmente batemos no fundo do poço.
Não há dúvida de que o plano lançado pelos EUA é crucial para recuperar a confiança dos investidores. Como ele depende da adesão do setor privado, e o governo americano foi bem generoso na distribuição dos riscos, há boas chances de sucesso. Eventualmente, às custas do contribuinte americano.

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