Derivativo custa US$ 10 bi a empresas
20 de Março de 2009
As apostas equivocadas em derivativos cambiais devem custar pelo menos US$ 10 bilhões às empresas brasileiras. Os cálculos são do diretor de relações com participantes da Cetip, Jorge Sant’Anna. O valor considera apenas os contratos realizados no mercado de balcão doméstico, ou seja, não contabiliza as perdas bilionárias de Sadia e Aracruz, cujas operações foram realizadas no exterior, nem os negócios realizados em bolsas de valores. Informações atribuídas ao Banco Central dão conta de um número ainda maior, de US$ 30 bilhões. O BC, porém, nega ter fornecido o dado.
A situação das companhias nos primeiros três meses deste ano não trouxe mudanças dramáticas, segundo Sant''Anna. "Houve um enxugamento do mercado, por conta da crise, e um processo de negociação dos contratos para a mudança de indexador do câmbio para taxa de juros", afirma. Atualmente, cerca de 500 companhias possuem derivativos cambiais registrados na instituição.
O executivo elogia o fato de a Justiça ter derrubado todas as liminares de empresas que questionavam os bancos por, supostamente, não terem informado adequadamente sobre os riscos envolvidos na operação. "Os contratos em sua maioria foram muito bem escritos e quem perdeu fatalmente terá de pagar", diz.
A exposição total vendida em dólar hoje é de US$ 47 bilhões, dos quais US$ 7 bilhões se referem aos chamados "derivativos tóxicos". As empresas também possuem posições compradas, que chegam a US$ 30 bilhões, o que reduz a exposição líquida à moeda estrangeira para US$ 17 bilhões. Porém, como a parcela comprada geralmente possui prazos mais longos, Sant’Anna não descarta a possibilidade de novos problemas caso haja uma nova desvalorização do real no curto prazo. Do total de posições vendidas na Cetip, US$ 8 bilhões vencem nos próximos 60 dias e US$ 11 bilhões, em 90 dias.
A redução no volume e nas receitas com exportações é um outro fator de preocupação, de acordo com o executivo, uma vez que os derivativos foram, em sua maioria, constituídos para proteger as empresas das oscilações cambiais. A queda abrupta das vendas externas e a exposição financeira em dólar contribuíram para o colapso dos frigoríficos, entre eles o Arantes, que contava com posições superiores ao volume de vendas externas. Para dar uma melhor dimensão das apostas das companhias no mercado de derivativos, inclusive para saber quantas estavam acima dos limites, a Cetip prepara um estudo no qual detalhará o nível de alavancagem em relação à receita anual com exportações.
A instituição também prepara, em conjunto com a Andima e sob a supervisão da Febraban e BC, a criação de uma central de riscos. A ideia é fornecer aos bancos mais informações a respeito das operações com derivativos, inclusive a exposição total das empresas no País e no exterior, um dado que não existe hoje. "Se conseguirmos implementar o projeto até o fim do ano, será uma iniciativa única no mundo", afirma Sant’Anna.
A Cetip também espera dar um passo à frente aperfeiçoando a gestão de colaterais (garantias). Uma das iniciativas, que ainda depende do aval do BC, é a possibilidade de que títulos registrados no Selic possam ser usados como garantia nos contatos realizados no mercado de balcão brasileiro.
A situação das companhias nos primeiros três meses deste ano não trouxe mudanças dramáticas, segundo Sant''Anna. "Houve um enxugamento do mercado, por conta da crise, e um processo de negociação dos contratos para a mudança de indexador do câmbio para taxa de juros", afirma. Atualmente, cerca de 500 companhias possuem derivativos cambiais registrados na instituição.
O executivo elogia o fato de a Justiça ter derrubado todas as liminares de empresas que questionavam os bancos por, supostamente, não terem informado adequadamente sobre os riscos envolvidos na operação. "Os contratos em sua maioria foram muito bem escritos e quem perdeu fatalmente terá de pagar", diz.
A exposição total vendida em dólar hoje é de US$ 47 bilhões, dos quais US$ 7 bilhões se referem aos chamados "derivativos tóxicos". As empresas também possuem posições compradas, que chegam a US$ 30 bilhões, o que reduz a exposição líquida à moeda estrangeira para US$ 17 bilhões. Porém, como a parcela comprada geralmente possui prazos mais longos, Sant’Anna não descarta a possibilidade de novos problemas caso haja uma nova desvalorização do real no curto prazo. Do total de posições vendidas na Cetip, US$ 8 bilhões vencem nos próximos 60 dias e US$ 11 bilhões, em 90 dias.
A redução no volume e nas receitas com exportações é um outro fator de preocupação, de acordo com o executivo, uma vez que os derivativos foram, em sua maioria, constituídos para proteger as empresas das oscilações cambiais. A queda abrupta das vendas externas e a exposição financeira em dólar contribuíram para o colapso dos frigoríficos, entre eles o Arantes, que contava com posições superiores ao volume de vendas externas. Para dar uma melhor dimensão das apostas das companhias no mercado de derivativos, inclusive para saber quantas estavam acima dos limites, a Cetip prepara um estudo no qual detalhará o nível de alavancagem em relação à receita anual com exportações.
A instituição também prepara, em conjunto com a Andima e sob a supervisão da Febraban e BC, a criação de uma central de riscos. A ideia é fornecer aos bancos mais informações a respeito das operações com derivativos, inclusive a exposição total das empresas no País e no exterior, um dado que não existe hoje. "Se conseguirmos implementar o projeto até o fim do ano, será uma iniciativa única no mundo", afirma Sant’Anna.
A Cetip também espera dar um passo à frente aperfeiçoando a gestão de colaterais (garantias). Uma das iniciativas, que ainda depende do aval do BC, é a possibilidade de que títulos registrados no Selic possam ser usados como garantia nos contatos realizados no mercado de balcão brasileiro.
Fonte: Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados (Vinícius Pinheiro)
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