A educação financeira nas escolas e faculdades
Texto do Brasil Econômico, por Ryon Braga em 10/01/11
Com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da OCDE, o Brasil começou um projeto piloto para a introdução da educação financeira nas escolas de ensino médio e fundamental. O projeto será implantando em 410 escolas da rede pública em seis unidades da federação e pretende atingir um universo de 15 mil alunos.
É composto de um caderno, um livro texto (para o aluno e outro para o professor) e a capacitação a distância dos professores. Não existirá uma nova disciplina (educação financeira), mas o conteúdo será trabalhado "dentro" das disciplinas já existentes.
O projeto faz parte do Estratégias Nacionais de Educação Financeira (Enef), estabelecido pelo governo federal através do Decreto 7.397, que visa fortalecer a cidadania e a solidez do sistema financeiro nacional.
A iniciativa não partiu do MEC (como era de esperar), mas é fruto do esforço conjunto de diversos órgãos que compõem o Sistema Financeiro Nacional - Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Banco Central, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e Susep (Superintendência de Seguros Privados) - e conta com o apoio de outras entidades públicas e privadas, como a BM&FBovespa e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O projeto tem como objetivo ensinar as crianças a tomar decisões de consumo; com preender o orçamento doméstico; conhecer sobre poupança, investimentos, seguros, aposentadoria, financiamentos e a planejar o futuro.
O despreparo do brasileiro no que se refere às questões de finanças pessoais é notório e já foi identificado em diversas pesquisas acadêmicas. O projeto, portanto, merece todo o apoio e incentivo.
No entanto, a importância da questão nos impele a sugerir ir além. O passo atual é muito pequeno e urge um movimento nacional mais abrangente, começando pela introdução da disciplina de educação financeira no currículo de todos os cursos superiores (principalmente nas licenciaturas).
O professor precisa ser formado com este conhecimento (como acontece na maioria dos países desenvolvidos).
Um curso rápido para que ele aprenda a usar o material não será suficiente para criar uma real condição de aprendizagem dos assuntos financeiros para seus alunos. Sem que ele (professor) viva esta realidade antes, pouco conseguirá agregar aos seus alunos. Faltará a necessária vivência na área para dar respaldo ao que está contido no material didático.
Para surtir o impacto necessário, a educação financeira não pode ser colocada como um elemento complementar no currículo escolar, como querem alguns especialistas em educação. Mas sim como elemento essencial.
Por que álgebra, geometria, trigonometria, genética, botânica e diversos outros importantes temas são considerados superiores? Como educador, me parece claro que não são. Nem no aspecto de desenvolvimento cognitivo, nem tampouco no aspecto de utilidade pragmática.
Para reforçar ainda mais a importância da educação financeira sugiro também que os testes oficiais, como o Enem, incluam questões de finanças pessoais, de modo que os estudantes compreendam o devido valor deste tema.
Texto do Brasil Econômico, por Ryon Braga em 10/01/11
Com atraso de mais de 15 anos em relação aos países da OCDE, o Brasil começou um projeto piloto para a introdução da educação financeira nas escolas de ensino médio e fundamental. O projeto será implantando em 410 escolas da rede pública em seis unidades da federação e pretende atingir um universo de 15 mil alunos.
É composto de um caderno, um livro texto (para o aluno e outro para o professor) e a capacitação a distância dos professores. Não existirá uma nova disciplina (educação financeira), mas o conteúdo será trabalhado "dentro" das disciplinas já existentes.
O projeto faz parte do Estratégias Nacionais de Educação Financeira (Enef), estabelecido pelo governo federal através do Decreto 7.397, que visa fortalecer a cidadania e a solidez do sistema financeiro nacional.
A iniciativa não partiu do MEC (como era de esperar), mas é fruto do esforço conjunto de diversos órgãos que compõem o Sistema Financeiro Nacional - Febraban (Federação Brasileira dos Bancos), Banco Central, CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) e Susep (Superintendência de Seguros Privados) - e conta com o apoio de outras entidades públicas e privadas, como a BM&FBovespa e a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
O projeto tem como objetivo ensinar as crianças a tomar decisões de consumo; com preender o orçamento doméstico; conhecer sobre poupança, investimentos, seguros, aposentadoria, financiamentos e a planejar o futuro.
O despreparo do brasileiro no que se refere às questões de finanças pessoais é notório e já foi identificado em diversas pesquisas acadêmicas. O projeto, portanto, merece todo o apoio e incentivo.
No entanto, a importância da questão nos impele a sugerir ir além. O passo atual é muito pequeno e urge um movimento nacional mais abrangente, começando pela introdução da disciplina de educação financeira no currículo de todos os cursos superiores (principalmente nas licenciaturas).
O professor precisa ser formado com este conhecimento (como acontece na maioria dos países desenvolvidos).
Um curso rápido para que ele aprenda a usar o material não será suficiente para criar uma real condição de aprendizagem dos assuntos financeiros para seus alunos. Sem que ele (professor) viva esta realidade antes, pouco conseguirá agregar aos seus alunos. Faltará a necessária vivência na área para dar respaldo ao que está contido no material didático.
Para surtir o impacto necessário, a educação financeira não pode ser colocada como um elemento complementar no currículo escolar, como querem alguns especialistas em educação. Mas sim como elemento essencial.
Por que álgebra, geometria, trigonometria, genética, botânica e diversos outros importantes temas são considerados superiores? Como educador, me parece claro que não são. Nem no aspecto de desenvolvimento cognitivo, nem tampouco no aspecto de utilidade pragmática.
Para reforçar ainda mais a importância da educação financeira sugiro também que os testes oficiais, como o Enem, incluam questões de finanças pessoais, de modo que os estudantes compreendam o devido valor deste tema.
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