[Mas não esqueçam de contratar um bom profissional ou uma bom escritório de contabilidade!]
Fonte: JCNet, texto de Adilson Camargo em 23/01/2011
Entender o que as mulheres querem é o caminho do sucesso. Pelo menos é o que apontam estudos recentes sobre a crescente importância do público feminino no mercado consumidor. Algumas empresas já entenderam o recado e estão criando produtos, embalagens, espaços e serviços pensando, exclusivamente, nelas.
De acordo com a empresa de pesquisas Sophia Mind, as mulheres respondem por 66% do consumo no Brasil. É um poder de compra que corresponde a R$ 1,3 trilhão em gastos por ano, com potencial para crescer ainda mais. Na avaliação de Bruno Maletta, sócio-diretor da Sophia Mind, a renda da mulher continuará a crescer e, consequentemente, seu poder de decisão sobre as compras também.
Para a economista Salete Lara, é visível o aumento de consumo entre as mulheres. Com base nessa constatação, ela considera uma boa decisão investir pensando no consumidor feminino. “Dependendo do tipo de produto ou serviço oferecido é quase certo o retorno”, afirma.
Em seu livro mais recente, “O que as mulheres querem?”, lançado no ano passado, o antropólogo Paco Underhill observa que à medida que muitas mulheres se tornam mais ricas, mais poderosas e mais independentes, as escolhas e preferências delas transformam o ambiente comercial de diversas maneiras.
Na opinião dele, nunca haverá igualdade absoluta entre os sexos, mas as mulheres estão ganhando terreno. “E isso está cada vez mais visível”, afirma. Segundo Underhill, elas estão gastando abundantemente em hotéis, restaurantes, postos de gasolina, centros comerciais, bancos, concessionárias de veículos e lojas de roupas, para citar apenas alguns ambientes.
Diante das constatações expostas no livro, o autor conclui que a empresa que ainda não se deu conta do poder e da influência exercida por parte das mulheres no mundo dos negócios está enfrentando uma “falha de comunicação”.
De acordo com ele, trata-se de um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele comenta que as mulheres representam a esmagadora maioria dos que compram livros. E aí entra um fator de fundamental importância. Quanto maior o grau de educação de uma pessoa, maiores são as possibilidades dela obter um emprego bem remunerado.
No setor imobiliário, a evolução das mulheres como consumidoras é ponto pacífico. Há dez anos, 5% dos apartamentos de dois ou três dormitórios estavam no nome delas. Hoje são 38%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 22 milhões de mulheres à frente de suas famílias. Isso significa que 35,17% dos lares são chefiados por uma mulher. Há dez anos, o índice era de 27,34%.
Até no setor automobilístico, historicamente bastante identificado com o público masculino, elas ganharam uma importância jamais vista. Montadoras como a Renault e a Ford informam que as mulheres já ultrapassaram os homens no volume de compras de veículos.
Tanto que a Renault inaugurou um centro de design na região dos Jardins, área nobre de São Paulo, para atender à demanda por produtos que atendam ao gosto feminino. Em Bauru, vendedores que atuam no ramo automobilístico afirmam que mesmo quando a compra do veículo é feita por homens, geralmente, é a mulher quem decide a cor e o modelo.
“O inegável avanço na estrutura econômica das mulheres só reforça um componente social e comportamental: as decisões de compra nas famílias estão cada vez mais nas mãos delas. E entender o que as mulheres querem virou prioridade dentro das empresas”, afirma Underhill.
Exigentes, elas pressionam por novidades
O aumento da participação das mulheres no mercado de consumo trouxe um desafio a mais para as empresas. Para manter as vendas em alta, elas precisam estar constantemente antenadas aos desejos do público feminino, tido como um consumidor diferenciado.
“Aumentou a exigência”, afirma a empresária Marinez Conticelli Manflin, proprietária da Provence Lingerie, especializada em roupas íntimas para mulheres. Mas isso não é motivo para lamentar. Ao contrário. “Por se tratar de um público mais exigente e que gosta demais de novidades, é mais gostoso trabalhar para elas, porque temos de estar sempre criando produtos novos, sempre inovando, tendo ideias”, comenta.
Além disso, o produto precisa ter algumas características indispensáveis para agradar o público feminino, que são beleza, qualidade e conforto. Não basta ser apenas bonito, tem de ser também confortável.
No mercado há 20 anos, a Provence sentiu os reflexos diretos da independência financeira das mulheres. Segundo Marinez, as vendas aumentam a cada ano. Da mesma forma, amplia-se a necessidade de criar produtos que satisfaçam esse público. “Nosso desafio é oferecer produtos que aumentem a autoestima das mulheres e fazer com que elas queiram sempre mais”, revela.
A economista Salete Lara lembra um outro aspecto que deve ser levado em consideração pelas empresas: “As mulheres gostam de novidades, mas as empresas não devem esquecer que elas economizam mais que os homens. Neste caso, os preços devem ser atraentes também.”
E o investimento nas mulheres avança em vários setores da economia. Em Bauru, por exemplo, nos últimos dois anos, começaram a surgir academias de ginástica voltadas exclusivamente para o público feminino. A opção já existia há mais tempo nos grandes centros. Agora, começa a ser oferecida também nas cidades de porte médio. É um indicativo de que o aumento da força econômica das mulheres é um fenômeno generalizado.
Emagrecentro Fitness e Contours são duas das franquias presentes em Bauru, que atendem somente o público feminino. Segundo Carlos Prebelli, proprietário da Emagrecentro de Bauru, as mulheres têm se preocupado muito com a qualidade de vida. Por conta disso, a frequência às academias aumentou.
“A independência financeira deu autonomia às mulheres para irem em busca de serviços que melhoram sua saúde”, comenta. Em dois anos de academia, Prebelli afirma que acertou ao investir no público feminino. “É um nicho de mercado que, eu acredito, ainda vai crescer bastante.”
De acordo com Patrícia de Barros Mello Fornazari, proprietária da Contours, em Bauru, o serviço focado nesse público atraiu, inclusive, mulheres que nunca haviam frequentado uma academia antes. “Muitas delas não se sentiam à vontade diante dos homens ou eram impedidas pelos maridos por motivos de ciúme”, conta.
A empresária Rosana de Araújo Leite Guedes, por exemplo, estava longe da academia havia 29 anos, ou seja, desde quando casou. Incentivada pela filha, decidiu voltar quando soube que havia um serviço voltado apenas para as mulheres. “Lá, me sinto mais à vontade”, afirma ela.
O banheiro da academia oferece secador de cabelos, aparelho para chapinhas e até creme hidratante. Isso possibilita às alunas tomar banho antes de ir para o serviço de manhã ou antes de voltar para casa à tarde.
Preocupada com o bem-estar de seu público, a gerente Beatriz de Barros Mello diz que a academia vai instalar ar-condicionado no local. “As mulheres não gostam do corpo suado. Elas se sentem desconfortáveis com isso.” Segundo ela, a aceitação foi tão boa que, em seis meses, a academia conseguiu chegar a um ponto de equilíbrio financeiro, ou seja, a receita já é maior do que a despesa.
Fonte: JCNet, texto de Adilson Camargo em 23/01/2011
Entender o que as mulheres querem é o caminho do sucesso. Pelo menos é o que apontam estudos recentes sobre a crescente importância do público feminino no mercado consumidor. Algumas empresas já entenderam o recado e estão criando produtos, embalagens, espaços e serviços pensando, exclusivamente, nelas.
De acordo com a empresa de pesquisas Sophia Mind, as mulheres respondem por 66% do consumo no Brasil. É um poder de compra que corresponde a R$ 1,3 trilhão em gastos por ano, com potencial para crescer ainda mais. Na avaliação de Bruno Maletta, sócio-diretor da Sophia Mind, a renda da mulher continuará a crescer e, consequentemente, seu poder de decisão sobre as compras também.
Para a economista Salete Lara, é visível o aumento de consumo entre as mulheres. Com base nessa constatação, ela considera uma boa decisão investir pensando no consumidor feminino. “Dependendo do tipo de produto ou serviço oferecido é quase certo o retorno”, afirma.
Em seu livro mais recente, “O que as mulheres querem?”, lançado no ano passado, o antropólogo Paco Underhill observa que à medida que muitas mulheres se tornam mais ricas, mais poderosas e mais independentes, as escolhas e preferências delas transformam o ambiente comercial de diversas maneiras.
Na opinião dele, nunca haverá igualdade absoluta entre os sexos, mas as mulheres estão ganhando terreno. “E isso está cada vez mais visível”, afirma. Segundo Underhill, elas estão gastando abundantemente em hotéis, restaurantes, postos de gasolina, centros comerciais, bancos, concessionárias de veículos e lojas de roupas, para citar apenas alguns ambientes.
Diante das constatações expostas no livro, o autor conclui que a empresa que ainda não se deu conta do poder e da influência exercida por parte das mulheres no mundo dos negócios está enfrentando uma “falha de comunicação”.
De acordo com ele, trata-se de um fenômeno mundial. Nos Estados Unidos, por exemplo, ele comenta que as mulheres representam a esmagadora maioria dos que compram livros. E aí entra um fator de fundamental importância. Quanto maior o grau de educação de uma pessoa, maiores são as possibilidades dela obter um emprego bem remunerado.
No setor imobiliário, a evolução das mulheres como consumidoras é ponto pacífico. Há dez anos, 5% dos apartamentos de dois ou três dormitórios estavam no nome delas. Hoje são 38%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existem 22 milhões de mulheres à frente de suas famílias. Isso significa que 35,17% dos lares são chefiados por uma mulher. Há dez anos, o índice era de 27,34%.
Até no setor automobilístico, historicamente bastante identificado com o público masculino, elas ganharam uma importância jamais vista. Montadoras como a Renault e a Ford informam que as mulheres já ultrapassaram os homens no volume de compras de veículos.
Tanto que a Renault inaugurou um centro de design na região dos Jardins, área nobre de São Paulo, para atender à demanda por produtos que atendam ao gosto feminino. Em Bauru, vendedores que atuam no ramo automobilístico afirmam que mesmo quando a compra do veículo é feita por homens, geralmente, é a mulher quem decide a cor e o modelo.
“O inegável avanço na estrutura econômica das mulheres só reforça um componente social e comportamental: as decisões de compra nas famílias estão cada vez mais nas mãos delas. E entender o que as mulheres querem virou prioridade dentro das empresas”, afirma Underhill.
Exigentes, elas pressionam por novidades
O aumento da participação das mulheres no mercado de consumo trouxe um desafio a mais para as empresas. Para manter as vendas em alta, elas precisam estar constantemente antenadas aos desejos do público feminino, tido como um consumidor diferenciado.
“Aumentou a exigência”, afirma a empresária Marinez Conticelli Manflin, proprietária da Provence Lingerie, especializada em roupas íntimas para mulheres. Mas isso não é motivo para lamentar. Ao contrário. “Por se tratar de um público mais exigente e que gosta demais de novidades, é mais gostoso trabalhar para elas, porque temos de estar sempre criando produtos novos, sempre inovando, tendo ideias”, comenta.
Além disso, o produto precisa ter algumas características indispensáveis para agradar o público feminino, que são beleza, qualidade e conforto. Não basta ser apenas bonito, tem de ser também confortável.
No mercado há 20 anos, a Provence sentiu os reflexos diretos da independência financeira das mulheres. Segundo Marinez, as vendas aumentam a cada ano. Da mesma forma, amplia-se a necessidade de criar produtos que satisfaçam esse público. “Nosso desafio é oferecer produtos que aumentem a autoestima das mulheres e fazer com que elas queiram sempre mais”, revela.
A economista Salete Lara lembra um outro aspecto que deve ser levado em consideração pelas empresas: “As mulheres gostam de novidades, mas as empresas não devem esquecer que elas economizam mais que os homens. Neste caso, os preços devem ser atraentes também.”
E o investimento nas mulheres avança em vários setores da economia. Em Bauru, por exemplo, nos últimos dois anos, começaram a surgir academias de ginástica voltadas exclusivamente para o público feminino. A opção já existia há mais tempo nos grandes centros. Agora, começa a ser oferecida também nas cidades de porte médio. É um indicativo de que o aumento da força econômica das mulheres é um fenômeno generalizado.
Emagrecentro Fitness e Contours são duas das franquias presentes em Bauru, que atendem somente o público feminino. Segundo Carlos Prebelli, proprietário da Emagrecentro de Bauru, as mulheres têm se preocupado muito com a qualidade de vida. Por conta disso, a frequência às academias aumentou.
“A independência financeira deu autonomia às mulheres para irem em busca de serviços que melhoram sua saúde”, comenta. Em dois anos de academia, Prebelli afirma que acertou ao investir no público feminino. “É um nicho de mercado que, eu acredito, ainda vai crescer bastante.”
De acordo com Patrícia de Barros Mello Fornazari, proprietária da Contours, em Bauru, o serviço focado nesse público atraiu, inclusive, mulheres que nunca haviam frequentado uma academia antes. “Muitas delas não se sentiam à vontade diante dos homens ou eram impedidas pelos maridos por motivos de ciúme”, conta.
A empresária Rosana de Araújo Leite Guedes, por exemplo, estava longe da academia havia 29 anos, ou seja, desde quando casou. Incentivada pela filha, decidiu voltar quando soube que havia um serviço voltado apenas para as mulheres. “Lá, me sinto mais à vontade”, afirma ela.
O banheiro da academia oferece secador de cabelos, aparelho para chapinhas e até creme hidratante. Isso possibilita às alunas tomar banho antes de ir para o serviço de manhã ou antes de voltar para casa à tarde.
Preocupada com o bem-estar de seu público, a gerente Beatriz de Barros Mello diz que a academia vai instalar ar-condicionado no local. “As mulheres não gostam do corpo suado. Elas se sentem desconfortáveis com isso.” Segundo ela, a aceitação foi tão boa que, em seis meses, a academia conseguiu chegar a um ponto de equilíbrio financeiro, ou seja, a receita já é maior do que a despesa.
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