Empresas que geram lucro e impactam positivamente a sociedade
A ideia das empresas sociais, que têm nos jovens grandes entusiastas, é ganhar dinheiro e fazer o bem
Fonte: Zero Hora
A ideia de montar um negócio próprio não entrou há pouco tempo na cabeça dos jovens. A diferença é que agora eles estão cada dia mais habilidosos e exigentes. Além disso, o mundo também está mais frenético e, em muitos aspectos, carente. Talvez por motivos como esses, uma nova forma de empreender os conquiste. Nesse contexto, a proposta feita pela Oscip Artemisia - Negócios Sociais, é tentadora:
- Entre ganhar dinheiro e fazer a diferença no mundo, fique com os dois - afirma Marcio Jappe, diretor executivo da Artemisia.
É pensando em deixar uma marca positiva na sociedade em que vivem que muitos jovens têm decidido empreender de forma diferente. Não é algo como ser dono de uma empresa e colaborar com uma ONG. Também não é viver trabalhando em uma ONG.
A atividade-fim dessas novas empresas tem um impacto positivo na sociedade sem deixar de proporcionar lucro para seus proprietários. Seja oferecendo microcrédito para jovens de baixa renda, promovendo a inclusão digital ou reunindo pequenos produtores de alimentos orgânicos, homens e mulheres administram uma nova possibilidade de futuro.
- Sabe quantas pessoas no Brasil acessam a internet em lan houses? São quase 45% do total.
Com esse argumento, Bernardo Faria, CEO da CDI Lan, justifica a importância da ONG que avança para se transformar em uma empresa com foco no social. Esse caminho é, de acordo com a professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Graziella Comini, seguido por muitas outras empresas sociais que partem de um braço de uma empresa ou de uma ONG.
O grande objetivo da CDI Lan é qualificar, por meio de soluções inteligentes, os serviços oferecidos por lan houses de todo o Brasil. Normalmente em regiões de periferia, elas colaboram para a inclusão digital, mas, muitas vezes, têm dificuldade em se manter no mercado. Por essa razão, Faria, 39 anos, largou o emprego em um grande banco para se dedicar à nova atividade.
Para a economista Graziella, os negócios sociais estão longe de ser uma ideia simplista e, por esse motivo, o caminho a ser percorrido é longo. Ao mesmo tempo, o desejo de encontrar um denominador comum que permita gerar renda e valor social pode ser considerado uma evolução no empreendedorismo.
Para fomentar ainda mais essa forma de fazer negócios, um grupo de alunos do curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, decidiu produzir um filme.
- Queremos inspirar uma nova geração de empreendedores - afirma Nina Valentini, sócia da produtora Dois e Meio.
O resultado do Projeto Setor Dois e Meio será um documentário a ser finalizado no final deste ano. Com relatos de empreendedores do Brasil, da Índia e de Bangladesh, os sócios Nina, 23, Fernando, 25, e Antonio, 24, querem angariar mais gente para o movimento que atua na redução dos problemas sociais e, ao mesmo tempo, na formação de novos empreendedores de sucesso.
Dia a dia local vira roteiro turístico
O turismo proposto pela empresa Aoka é definido como um mergulho na realidade e na cultura do local visitado. A partir de parcerias com comunidades, os sócios da operadora, com sede em São Paulo, propõem uma nova forma de conhecer o Brasil.
Os visitantes são inseridos no dia a dia da região, que pode ser um quilombo ou uma tribo indígena, por exemplo, sob a supervisão de um guia local e especializado. Os destinos costumam ter a natureza exuberante como grande trunfo e a visita a ONGs como forma de trazer a vida real do local para os turistas.
- Acreditamos que as relações são horizontais. Por isso, o visitante aprende com quem mora na região e vice-versa - esclarece Ude Lottfi, sócio da empresa.
Além da troca de experiências e do estímulo a economia local, os passeios propostos pela Aoka, há dois anos no mercado, querem oferecer uma experiência de vida. Por esse motivo, os sócios denominam a atividade de turismo experimental. Pensando nos três pilares da sustentabilidade, eles também reduzem ao máximo a pegada de carbono das viagens, e o que é emitido acaba neutralizado.
O banco que cresce com os clientes
Alessandra França, 25 anos, enxergava em sua comunidade jovens com potencial empreendedor que não conseguiam ter um negócio próprio. Para ela, o que lhes faltava não era capacidade nem vontade, mas dinheiro. Por isso, teve a ideia de criar o Banco Pérola, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) destinada ao microcrédito para jovens.
Com o apoio da Artemisia — Negócios Sociais, o banco saiu do papel e já concedeu crédito a 35 empreendedores que têm entre 18 e 29 anos e pertencem às classes C, D e E. Formada em Marketing, hoje Alessandra coordena o projeto com a psicóloga Adriene Garcia, 24, e o universitário Leonardo Balter, 21.
- Queríamos um negócio que permitisse nosso crescimento e beneficiasse a comunidade - diz a vice-presidente Adriene.
Mais do que fornecer dinheiro, a instituição estimula o treinamento e a regularização dos beneficiados pelo crédito com o anseio de ajudá-los a crescer. Os negócios abertos com a ajuda do banco são distintos, vão de uma carrocinha para lanches até um pequeno salão de beleza.
O objetivo de Alessandra, agora, é expandir. Em 2011, o Pérola quer conceder crédito a pelo menos 180 jovens da região.
A ideia das empresas sociais, que têm nos jovens grandes entusiastas, é ganhar dinheiro e fazer o bem
Fonte: Zero Hora
A ideia de montar um negócio próprio não entrou há pouco tempo na cabeça dos jovens. A diferença é que agora eles estão cada dia mais habilidosos e exigentes. Além disso, o mundo também está mais frenético e, em muitos aspectos, carente. Talvez por motivos como esses, uma nova forma de empreender os conquiste. Nesse contexto, a proposta feita pela Oscip Artemisia - Negócios Sociais, é tentadora:
- Entre ganhar dinheiro e fazer a diferença no mundo, fique com os dois - afirma Marcio Jappe, diretor executivo da Artemisia.
É pensando em deixar uma marca positiva na sociedade em que vivem que muitos jovens têm decidido empreender de forma diferente. Não é algo como ser dono de uma empresa e colaborar com uma ONG. Também não é viver trabalhando em uma ONG.
A atividade-fim dessas novas empresas tem um impacto positivo na sociedade sem deixar de proporcionar lucro para seus proprietários. Seja oferecendo microcrédito para jovens de baixa renda, promovendo a inclusão digital ou reunindo pequenos produtores de alimentos orgânicos, homens e mulheres administram uma nova possibilidade de futuro.
- Sabe quantas pessoas no Brasil acessam a internet em lan houses? São quase 45% do total.
Com esse argumento, Bernardo Faria, CEO da CDI Lan, justifica a importância da ONG que avança para se transformar em uma empresa com foco no social. Esse caminho é, de acordo com a professora da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP Graziella Comini, seguido por muitas outras empresas sociais que partem de um braço de uma empresa ou de uma ONG.
O grande objetivo da CDI Lan é qualificar, por meio de soluções inteligentes, os serviços oferecidos por lan houses de todo o Brasil. Normalmente em regiões de periferia, elas colaboram para a inclusão digital, mas, muitas vezes, têm dificuldade em se manter no mercado. Por essa razão, Faria, 39 anos, largou o emprego em um grande banco para se dedicar à nova atividade.
Para a economista Graziella, os negócios sociais estão longe de ser uma ideia simplista e, por esse motivo, o caminho a ser percorrido é longo. Ao mesmo tempo, o desejo de encontrar um denominador comum que permita gerar renda e valor social pode ser considerado uma evolução no empreendedorismo.
Para fomentar ainda mais essa forma de fazer negócios, um grupo de alunos do curso de Administração da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, decidiu produzir um filme.
- Queremos inspirar uma nova geração de empreendedores - afirma Nina Valentini, sócia da produtora Dois e Meio.
O resultado do Projeto Setor Dois e Meio será um documentário a ser finalizado no final deste ano. Com relatos de empreendedores do Brasil, da Índia e de Bangladesh, os sócios Nina, 23, Fernando, 25, e Antonio, 24, querem angariar mais gente para o movimento que atua na redução dos problemas sociais e, ao mesmo tempo, na formação de novos empreendedores de sucesso.
Dia a dia local vira roteiro turístico
O turismo proposto pela empresa Aoka é definido como um mergulho na realidade e na cultura do local visitado. A partir de parcerias com comunidades, os sócios da operadora, com sede em São Paulo, propõem uma nova forma de conhecer o Brasil.
Os visitantes são inseridos no dia a dia da região, que pode ser um quilombo ou uma tribo indígena, por exemplo, sob a supervisão de um guia local e especializado. Os destinos costumam ter a natureza exuberante como grande trunfo e a visita a ONGs como forma de trazer a vida real do local para os turistas.
- Acreditamos que as relações são horizontais. Por isso, o visitante aprende com quem mora na região e vice-versa - esclarece Ude Lottfi, sócio da empresa.
Além da troca de experiências e do estímulo a economia local, os passeios propostos pela Aoka, há dois anos no mercado, querem oferecer uma experiência de vida. Por esse motivo, os sócios denominam a atividade de turismo experimental. Pensando nos três pilares da sustentabilidade, eles também reduzem ao máximo a pegada de carbono das viagens, e o que é emitido acaba neutralizado.
O banco que cresce com os clientes
Alessandra França, 25 anos, enxergava em sua comunidade jovens com potencial empreendedor que não conseguiam ter um negócio próprio. Para ela, o que lhes faltava não era capacidade nem vontade, mas dinheiro. Por isso, teve a ideia de criar o Banco Pérola, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) destinada ao microcrédito para jovens.
Com o apoio da Artemisia — Negócios Sociais, o banco saiu do papel e já concedeu crédito a 35 empreendedores que têm entre 18 e 29 anos e pertencem às classes C, D e E. Formada em Marketing, hoje Alessandra coordena o projeto com a psicóloga Adriene Garcia, 24, e o universitário Leonardo Balter, 21.
- Queríamos um negócio que permitisse nosso crescimento e beneficiasse a comunidade - diz a vice-presidente Adriene.
Mais do que fornecer dinheiro, a instituição estimula o treinamento e a regularização dos beneficiados pelo crédito com o anseio de ajudá-los a crescer. Os negócios abertos com a ajuda do banco são distintos, vão de uma carrocinha para lanches até um pequeno salão de beleza.
O objetivo de Alessandra, agora, é expandir. Em 2011, o Pérola quer conceder crédito a pelo menos 180 jovens da região.
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